APOIO FRATERNO.
Auxiliando Almas a Vencer a Dependência Química.
CAPÍTULO. I.
PRINCÍPIOS DO APOIO FRATERNO.
8 º. Princípio: A CRISE.
De uma crise bem administrada surge a possibilidade de uma verdadeira mudança. Mas é preciso ter coragem e disposição para mudar.
Daqui para a gente deve haver mais perseverança. Os familiares devem estar alertas e serem capazes de amar seus dependentes, de modo a fazer por eles o que precisa ser feito, sem pena deles ou de si próprios.
“É necessário que o escândalo venha, porque, estando em expiação na Terra, os homens se punem a si mesmos pelo contacto de seus vícios, cujas primeiras vítimas são eles próprios e cujos inconvenientes acabam por compreender: Quando estiverem cansados de sofre devido ao mal, procurarão remédio no em. A reação desses vícios serve, pois, ao mesmo tempo, de castigo para uns e de provas para outros. É assim que do mal tira Deus o bem e que os próprios homens utilizam as coisas mais ou as escórias.“ (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Escândalos. Se a vossa mão é motivo de escândalo, cortai-a; capítulo VIII, item 14)
Este momento é de extrema importância para o sucesso da proposta do Apoio Fraterno.
Na administração da crise, sugerem-se as seguintes etapas:
1) Definir o alvo:
a – conhecer o problema, buscando informações, atualizando-se e instruindo-se;
b – Analisar tudo com ponderação e objetividade, sem raiva, sem desequilíbrio emocional, buscando ajuda ou orientação de grupos com tais propósitos.
2) Fixar prioridades:
a – Tirar a venda dos olhos, não se deixar manipular ou iludir;
b – Os familiares devem ser um só, ter o mesmo direcionamento quando tratam de recuperação dependente;
c – É preciso participar de um grupo de apoio e autoajuda;
Feito isso, a próxima etapa é enfrentar o desafio de ajudar o dependente.
3) Formulação do plano:
a – O grupo de apoio vai ajudar a avaliar a situação e auxiliar no novo rumo das coisas. Muitas cabeças pensam melhor que uma. O grupo anima, da força e chega mais depressa a resultados positivos;
b – O Apoio Fraterno sugere que se façam duas listas: uma das qualidades outra dos defeitos de cada membro da família. As qualidades devem ser trabalhadas, valorizadas, ressaltadas, fortalecidas e os defeitos corrigidos, falando deles o menos possível. É importante ter consciência de que precisa ser mudado e começar a agir, iniciando pelas coisas mais simples, mais fáceis de conseguir.
c – Com pensamentos e atitudes de amor, tranquilidade, disciplina familiar, autodomínio, administrar a crise sem medo; não voltar atrás naquilo que foi estabelecido e lembrar-se de controlar e solicitar o cumprimento de cada regra, de cada limite estabelecido. É importante chamar à responsabilidade aquele que não cumpre as regras, determinando alguma punição a ele. Devemos ter o cuidado de não estabelecer responsabilidades difíceis de serem cumpridas, mas tarefas realizáveis. Cumprida esta, retorne ao descumpridor o seu direito.
“A indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, seos vê, evita falar deles, divulgá-los. Ao contrário, oculta-os, a fim de que se não tornem conhecidos senão dela unicamente, e, se, a malevolência os descobre, tem sempre pronto uma escusa para eles, escusa plausível, séria, não das que, com aparência de atenuar a falta, mais a evidenciam com pérfida intenção”.
A indulgência jamais se ocupa com os maus atos de outrem, a menos que seja para prestar um serviço; mas, mesmo neste caso, tem o cuidado de os atenuar quanto possível. Não faz observações chocantes, não tem nos lábios censuras; apenas conselhos e, as mais das vezes, vetados. Quando criticais, que consequências se há de tirar das vossas palavras? A de que não tereis feito o que reprovais, vistoque estais a censurar; que valeis mais do que o culpado. Ó homens! Quando será que julgareis os vossos próprios corações, os vossos próprios pensamentos, os vossos próprios atos, sem vos ocupardes com o fazem vossos irmãos? Quando só tereis olhares severos sobre vós mesmos?
Sede, pois, severos para convosco, indulgentes para com os outros. Lembrai-vos daquele que julga em última instância que vê os pensamentos íntimos de cada coração e que, por conseguinte, desculpa muitas vezes as faltas que censurais, ou condena o que relevais, porque conhece o móvel de todos os atos. Lembrai-vos de que vós, que clamais em altas vozes: anátema! Tereis, quiçá, cometido faltas mais graves.
Sede indulgentes, meus amigos, porquanto a indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e irrita”. (O Evangelho segundo o Espiritismo. A indulgência; capítulo X, item 16)
4) Execução do plano
Só há uma saída: agir, fazer a sua parte para chegar à solução do problema, mas deixando que o responsável aprenda, sofrendo as consequências do que fez. Nunca esquecer a crise. Ir em frente, lutar, tentar com todas as forças de ser feliz.
“Sede pacientes. A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste em esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo. A paciência, capítulo IX, item 7)
Fonte: Livro APOIO FRATERNO - Edson Luis dos Santos Cardozo e Autores Diversos - 3ª edição - Grupo Espírita Seara Do Mestre - Santo Ângelo, RS - Julho 2010.
RHEDAM. (mzgcar@gmail.com)
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