MILAGRES DAS LETRAS.
Alberto
Nogueira da Gama.
Através
dos tempos, vem o Homem deixando indelevelmente assinaladas, sob a forma de caracteres
e figurações, as marcas do seu pensamento.
Esboços
rudimentares e primitivistas da palavra escrita tiveram no papiro e no
pergaminho veículos duradouros de registro.
Ficou
para sempre famosa a beneditina contribuição dos copistas nos pródomos intelectuais
do mundo, até que surgisse Gutenberg com a ideia genial da Imprensa, para
substituí-los de uma vez por todas.
A
antiguidade clássica projetou-se no tempo, perpetuando nomes e valores, graças
ao esforço arrojado e exaustivo de abnegados escritores que elaboraram os
primeiros manuscritos da intelectualidade humana. Buscam a força de sua
vitalidade
As
civilizações mais notáveis de idos remotíssimos buscam a força de sua
vitalidade e sobrevivência no manancial das letras e no incoercível poder dos
elementos culturais.
Alexandria,
Cartago, Pérsia, Babilônia, Roma e Atenas notabilizam-se pelos homens de
pensamento.
Egípcios
e fenícios, gregos e romanos apresentam-se como primeiros grandes celeiros de
gênios e sábios, que ensaiam a preparação de provisões literárias para o
consumo de estudiosos de todos os tempos.
Assim,
o Livro sempre esteve na ordem das cogitações dos nossos antepassados;
constitui-lhes insopitável anseio de perpetuidade na marcha do Tempo, de
indisfarçável desejo do contato mental com os pósteros.
E
chegou aos nossos dias como algo que resistiu a tudo, que superou todas as
dificuldades, que se impôs gloriosamente na ordem natural das coisas, vencendo
e convencendo, mandando e comandando.
Ninguém
mais tem o direito de duvidar da sua realidade. Ele tomou conta do mundo e
assumiu a defesa da espécie humana. Fez-se fonte e celeiro de almas sedentas e
famintas.
Guia
a criança.
Orienta
o jovem.
Sustenta
o ancião.
Instrui
e esclarece a humanidade.
Está
no lar, na escola, no templo, na caserna, nos cabrites, nos escritórios, nas
oficinas, nas repartições públicas, nas lojas e vivendas, nas livrarias e
bibliotecas, nas carteiras dos colegiais e nas escrivaninhas de renomados
humanistas, e altamente representativos da cultura.
Luz
polarizada - irradia quando compulsado.
Poder
energético concentrado - desprende-se e impregna ao contato de fontes
cismadoras e indagativas.
Fluido
quintessenciado - vitaliza mentes e tonifica inteligências.
Matéria-prima
de natureza variada - manifesta-se a multiplicas aplicações em todos os gêneros
de manifestações práticas e positivas, culturais e científicas, do esforço
humano.
Pão
do espírito - oferece alimento adequado às necessidades dos consumidores,
apresentando-se em qualidade e quantidade variáveis.
Diferindo
em tamanho e volume, em tipos e formatos, em espessuras, expressões e
impressões, o Livro foi o único instrumento que pôde e pode registrar a Palavra
do Senhor e refletir as claridades dos Céus, através de mensagens psicográficas
e psicofônicas.
Por
ele, vemos ideias, lemos pensamentos, identificamos concepções e vamos ao
íntimo de quem já viveu e dos que ainda vivem; conhecemos a vida dos outros,
enriquecendo a nossa.
Garante
a presença dos ausentes.
Possibilita
o convívio com vultos de pátrias distantes e distintas.
Mostra-nos
retratos fiéis de autores nas próprias imagens e mentalizações por eles
exteriorizadas em suas páginas.
É
justo, portanto, que, hiodernamente, o Livro tenha a seu serviço legiões e
legiões de homens disseminados pelos quadrantes do globo terráqueo.
E
será sempre motivo de intenso júbilo o sabermos que a este portentoso exército
se arregimentaram novos falangiários, formando um contingente a mais na luta de
conquista do Homem para Deus.
Festejemos
o império do Livro, seu domínio e predomínio na face do Mundo, suas glórias e
vitórias por toda parte, seja onde for e por quem for, sobretudo em nosso meio,
porque o Livro Espírita é instrumento de Libertação, é garantia de
Esclarecimento e Educação, é certeza de Felicidade presente e futura.
Fonte: “O REFORMADOR” - No.
1862. - Maio de 1984. - Editora FEB. Rio de Janeiro, RJ.
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