NOVA ABOLIÇÃO.
Prossegue
a escravidão implacável e crua...
Não
mais senzala hostil, escura e desumana,
A
incompreensão do amor, no entanto, continua
Em
domínio cruel de que a treva se ufana.
Mas a
luz do Senhor não teme, nem recua,
Na
ansiedade e na dor, sublime, se engalana,
E, das
graças do templo aos sarcasmos da rua,
Erige a liberdade augusta e
soberana...
Irmãos do meu Brasil,
encantado e divino,
Do Amazonas ao Prata
ergue-se a Deus um hino
Que exalça o Evangelho a
grandeza de um povo!
Fustiguemos o mal,
combatendo a descrença,
Descortinando, além da noite
que se adensa,
A alvorada feliz de um mundo
livre e novo.
José do Patrocínio
José do Patrocínio nasceu em Campos, Estado do Rio de
Janeiro, aos 9 de outubro de 1853. E desencarnou a 29 de janeiro de 1905.
Farmacêutico, jornalista, romancista, poeta, impetuoso político e grande
orador, membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Foi uma das figuras
máximas na campanha abolicionista, e todo o seu pensamento convergia para o bem
da Humanidade.
Fonte: PARNASO DE ALÉM - TÚMULO -
AUTORES DIVERSOS. - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ - 1935.
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