O
LIVRO DOS MÉDIUNS.
SEGUNDA
PARTE.
CAPÍTULO XVI.
MÉDIUNS ESPECIAIS.
197.
BONS MÉDIUNS
Médiuns
sérios:
os que unicamente para o bem se servem de suas faculdades e para fins
verdadeiramente úteis.
Acreditam profaná-las, utilizando-se delas para satisfação de
curiosos e de indiferentes, ou para futilidades.
Médiuns
modestos:
os que nenhum reclamo fazem das comunicações que recebem, por mais belas que
sejam. Consideram- se estranhos a elas e não se julgam ao abrigo das mistificações.
Longe de evitarem as opiniões desinteressadas, solicitam-nas.
Médiuns
devotados:
os que compreendem que o verdadeiro médium tem uma missão a cumprir e deve,
quando necessário, sacrificar gostos, hábitos, prazeres, tempo e mesmo interesses
materiais ao bem dos outros.
Médiuns
seguros:
os que, além da facilidade de execução, merecem toda a confiança, pelo próprio
caráter, pela natureza elevada dos Espíritos que os assistem; os que, portanto,
menos expostos se acham a ser iludidos. Veremos mais tarde que esta segurança
de modo algum depende dos nomes mais ou menos respeitáveis com que os Espíritos
se manifestem.
“É incontestável, bem o sentis, que, epilogando assim as qualidades
e os defeitos dos médiuns, isto suscitará contrariedades e até a animosidade de
alguns; mas, que importa? A mediunidade se espalha cada vez mais e o médium que
levasse a mal estas reflexões, apenas uma coisa provaria: que não é bom médium,
isto é, que tem a assisti-lo Espíritos maus. Ao demais, como já eu disse, tudo
isto será passageiro e os maus médiuns, os que abusam, ou usam mal de suas
faculdades, experimentarão tristes conseqüências, conforme já se tem dado com
alguns. Aprenderão à sua custa o que resulta de aplicarem, no interesse de suas
paixões terrenas, um dom que Deus lhes outorgara unicamente para o adiantamento
moral deles. Se os não puderdes reconduzir ao bom caminho, lamentai-os,
porquanto, posso dizê-lo, Deus os reprova.” (ERASTO.)
“Este quadro é de grande importância, não si para os médiuns sinceros
que, lendo-o, procurarem de boa-fé preservar-se dos escolhos a que estão
expostos, mas também para todos os que se servem dos médiuns, porque lhes dará
a medida do que podem racionalmente esperar. Ele deverá estar constantemente sob
as vistas de todo aquele que se ocupa de manifestações, do mesmo modo que a escala
espírita, a que serve de complemento.
Esses dois quadros reúnem todos os princípios da Doutrina e contribuirão,
mais do que o supondes, para trazer o Espiritismo ao verdadeiro caminho.”
(SÓCRATES.)
Fonte, “Livro dos Médiuns“, Allan Kardec, da 18º. edição, abril de 1991, do
Instituto de Difusão Espírita de Araras, SP.
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