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sábado, 4 de fevereiro de 2017

- POEMAS ESPIRITAS. - PARNASO DE ALÉM TÚMULO. - AOS COMPANHEIROS DA DOUTRINA. - CASIMIRO CUNHA. (CHICO XAVIER.)

AOS COMPANHEIROS DA DOUTRINA

Examinada de perto,
A luz da nossa Doutrina
É sempre a lição que ensina
A paz do caminho certo.

Necessário é discernir
A mistura, a ganga, o véu;
Muita vez a água do céu
Torna-se em lama, ao cair.

O mal vem de ouvidos moucos
Ou de olhos nevoados,
Há sempre muitos chamados;
Escolhidos? muito poucos.

Verdade é que o coração,
Que abrace a nossa Doutrina,
Penetra numa oficina
De esforço, luta, e ação.

Já não deve andar a esmo
Nas estradas da ilusão,
Mas buscando a perfeição
Na perfeição de si mesmo.

Portanto, é nossa divisa
Oração e Vigilância,
No bem que é bem substância
Da crença que diviniza.

No Evangelho de Jesus,
Feliz quem pode guardar
A força de realizar
Os grandes feitos da Luz.

Que no altar do coração
Tenhamos o amor profundo
Daquele que é a Luz do Mundo,
– Eis meu desejo de irmão.

Casimiro Cunha

POETA vassourense, nasceu aos 14 de abril de 1880 e desencarnou em 1914. Pobre, ao demais espírita confesso, não teve maior projeção no cenáculo literário do seu tempo, mau grado à suavidade da sua musa e inatos talentos literários. Há, na sua existência terrena, uma triste particularidade a assinalar, qual a de haver perdido uma vista aos 14 anos, por acidente, para de todo cegar da outra aos 16. Órfão de pai aos 7 anos, apenas freqüentou escolas primárias. Era um espírito jovial e forte no infortúnio, que ele sabia aproveitar no enobrecimento da sua fé. Se tivesse tido maior cultura, atingiria as maiores culminâncias do firmamento literário.

            Fonte: PARNASO DE ALÉM - TÚMULO - AUTORES DIVERSOS. - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ - 1935.

                                   RHEDAM. (mzgcar@gmail.com)

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