SEARA
DOS MÉDIUNS.
CLARIVIDÊNCIA.
Reunião pública de 27/6/1960. - Questão
nº 167
Como acontece na alimentação do corpo, a visão, no campo da alma,
é diferente para cada um.
O tubo digestivo recebe o que se lhe dá, mas a assimilação do
recurso ingerido obedece à disposição mais íntima dos mecanismos orgânicos.
Os olhos, igualmente, vêem tudo; no entanto, a interpretação do
que foi visto corre à conta dos processos mentais.
É por isso que todo fenômeno de clarividência solicita filtragem
no crivo da razão.
*
Determinado médium Informa ter visto inolvidáveis personalidades
da História.
Possivelmente estará dizendo uma verdade.
Essa verdade, porém, pede estudo das condições circunstanciais.
Vejamos como o assunto é delicado na esfera dos próprios homens.
Se uma pessoa só e desavisada fosse levada a ver uma cópia da “Assunção”,
de Murillo, num arranjo cinematográfico, acreditaria contemplar a venerável
Maria de Nazaré escalando os céus, rodeada de anjos, quais pássaros graciosos,
segundo a concepção do admirado pintor espanhol.
A figura de qualquer comandante de Estado, nos tempos modernos,
pode ser vista a longa distância, através da televisão, e se uma criatura
isolada e desprevenida fitasse a imagem falante estaria naturalmente convicta
de haver entrado em contacto direto com o comandante televisionado.
*
Enquanto a observação mediúnica não se generalizar mais
extensamente na Terra, provocando mais amplas conclusões do chamado “consenso
geral”, a mensagem da clarividência demanda considerações específicas.
Com isso não queremos dizer que esse ou aquele apontamento
mediúnico deva ser desprezado, pois que em mediunidade tudo é ensinamento digno
de atenção.
Ponderamos apenas o impositivo de estudo, a fim de que a
interpretação particular não se dirija para as raias do ilógico.
Para ilustrar as nossas afirmativas, vejamos o arco íris, a
desdobrar-se diante da multidão.
Efetivamente, quando surge na beleza das sete cores, parece uma
coroa sublime, propositadamente desenhada por algum geômetra invisível, na
glória do firmamento; entretanto, a maravilha celeste não tem qualquer
expressão substancial,por estruturar-se
em
simples jogo de luz...
Livro: “SEARA DOS MÉDIUNS”, - Emmanuel, - Psicografado
por Francisco Cândido Xavier, - 12 ª edição, - Editora F E B, - Rio de Janeiro,
RJ, - Abril de 2000.
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