O LIVRO DOS ESPÍRITOS.
LIVRO SEGUNDO.
CAPÍTULO. XI.
OS TRÊS REINOS.
OS ANIMAIS E O HOMEM.
Questão.
Nº. 605. a) —
De modo que, além de suas próprias imperfeições de que cumpre ao Espírito despojar-se, tem ainda o
homem que lutar contra a influência da matéria?
“Quanto mais inferior é o Espírito, tanto
mais apertados são os laços que o ligam à matéria. Não o vedes? O homem não tem
duas almas; a alma é sempre única em cada ser. São distintas uma da outra a
alma do animal e a do homem, a tal ponto que a de um não pode animar o corpo
criado para o outro. Mas, conquanto não tenha alma animal, que, por suas
paixões, o nivele aos animais, o homem tem o corpo que, às vezes, o rebaixa até
ao nível deles, por isso que o corpo é um ser dotado de vitalidade e de instintos,
porém ininteligentes estes e restritos ao cuidado que a sua conservação
requer.”
Encarnando no corpo do homem, o Espírito
lhe traz o princípio intelectual e moral, que o torna superior aos animais. As duas
naturezas nele existentes dão às suas paixões duas origens diferentes: umas
provêm dos instintos da natureza animal, provindo as outras das impurezas do
Espírito, de cuja encarnação é ele a imagem e que mais ou menos simpatiza com a
grosseria dos apetites animais. Purificando-se, o Espírito se liberta pouco a pouco
da influência da matéria. Sob essa influência, aproxima-se do bruto. Isento
dela, eleva-se à sua verdadeira destinação.
Fonte: “O LIVRO DOS ESPÍRITOS” - Allan Kardec - 54a.
Edição - Editora LAKE - São Paulo, SP - 1994.
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