O LIVRO DOS MÉDIUNS.
SEGUNDA
PARTE.
CAPÍTULO VI.
ENSAIO TEÓRICO
SOBRE AS APARIÇÕES.
102. As aparições, propriamente ditas, têm lugar
no estado de vigília e quando se goza de plenitude e da inteira liberdade das
faculdades. Apresentam-se, geralmente, sob uma forma vaporosa e diáfana,
algumas vezes vaga e indecisa; à primeira vista, freqüentemente, é um clarão
esbranquiçado cujos contornos sedesenham pouco a pouco; de outras vezes, as
formas são nitidamente acentuadas, e se distinguem os menores traços
fisionômicos, a ponto de se poder fazer uma descrição muito precisa. As
maneiras, o aspecto, são semelhantes aos que o Espírito tinha quando encarnado.
Podendo
tomar todas as aparências, o Espírito se apresenta sob aquela que melhor o faz
reconhecer, se tal é o seu desejo, assim, embora com o Espírito não tenha
nenhuma enfermidade corporal, ele se mostrará estropiado, coxo, corcunda,
ferido, com cicatrizes, se isso for necessário para se constatar a sua
identidade. Esopo, por exemplo, como Espírito, não é disforme; mas, se for
evocado como Esopo, embora tenha tido várias existências depois, aparecerá feio
e corcunda, com o traje tradicional. Uma coisa notável é que, a menos de
circunstâncias particulares, as partes menos desenhadas são os membros
inferiores, enquanto que cabeça, o tronco, os braços e as mãos são sempre nitidamente observados:
assim não se o vê quase nunca andar, mas deslizar como as sombras. Quanto ao
traje, o mais ordináriamente, se compõe de uma roupagem terminando em um longo
franzido flutuante; em todo caso, é com uma cabeleira ondulante e graciosa a
aparência dos Espíritos que nada conservam das coisas terrestres; mas os
Espíritos vulgares, os que se conheceu, têm, geralmente, o traje que usavam no
último período de sua existência. Frequentemente, têm atributos característicos
de sua elevação, como uma aureola, ou asas para aqueles que se podem considerar
como anjos, enquanto outros têm algo que lembra suas ocupações terrestres:
assim, um guerreiro poderá aparecer com sua armadura, um sábio com livros, um
assassino com um punhal, etc. Os Espíritos superiores tem uma figura bela,
nobre e serena; os mais inferiores têm alguma coisa de selvagem e bestial e ,
algumas vezes, carregam ainda os traços de crimes que cometeram ou suplícios
que tenham suportado, A questão do traje e de todos os seus acessórios pode ser
a que mais espanta; voltemos ao assunto em um capítulo especial, porque dá
lugar a outros fatos muito importantes.
Fonte, “Livro dos Médiuns“, Allan Kardec, da 18º. edição, abril de 1991, do
Instituto de Difusão Espírita de Araras, SP.
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