ALMAS DE VIRGENS.
Andam sombras errando
abandonadas
Ao é das lousas e das
covas frias,
Almas de pobres freiras
desamadas,
Perambulando pelas
sacristias.
Almas das que não foram
desposadas,
Como bandos de rolas
erradias,
Angélicas visões de
bem-amadas,
Mortas na aurora rútila
dos dias...
Virgens mortas!
Tristíssimas oblatas
De um sectário de luz
piedoso e santo,
Que sonhais entre os
tálamos celestes,
Entoai nos céus as
tristes serenatas
Com as vossas roxas
túnicas de pranto,
Cantando à luz do amor
que não tivestes!...
- AUTA DE
SOUZA.
Nascida em 12 de setembro de 1876,
em Macaíba, Rio Grande do Norte, desencarnou a 7 de fevereiro de 1901, portanto
aos 24 anos, em Natal. Deixou um único livro, Horto, cuja primeira edição,
prefaciada por Olavo Bilac, em outubro de 1899, apareceu em 1900 e se esgotou
em três meses. A segunda edição feita em Paris, em 1910, traz uma biografia da
Autora por H. Castriano,. Finalmente, teve uma terceira edição no Rio de
janeiro, em 1936, prefaciada por Alceu de Amoroso Lima. Espírito melancólico,
sofredor, muito místico. Seu estilo simples e triste se reproduz perfeitamente
nestes versos Mediúnicos.
Fonte: PARNASO DE ALÉM - TÚMULO -
CÁRMEN CINIRA - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ - 1935.
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