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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

- ROTEIRO DE INICIAÇÃO AO ESTUDO DO ESPIRITISMO. - AULA N º. 17. - MÉDIUNS E MEDIUNIDADE. - ANEXO N º. 125. - MEDIUNIDADE E EVANGELHO. - MÉDIUNS E OBSESSÃO. - Dr. ODILON FERNANDES. (CARLOS A. BACCELLI.)

            MEDIUNIDADE E EVANGELHO.

                       MÉDIUNS E OBSESSÃO.

                        “4 º. Confiança do médium nos elogios que lhe dão os Espíritos que se comunicam por ele.” (Cap. XXIII – Segunda parte – item 243: “Reconhece-se a obsessão pelos caracteres seguintes:”)

            Entre diversas passagens evangélicas, existem duas em “Atos dos Apóstolos” sobre as quais, de quando em vez, deveríamos meditar, vacinando-nos contra o assédio das idéias obsessivas no que tange aos nossos próprios valores diante da Vida.
            A primeira está inserida no cap. 10, versículos 25 e 26, quando Pedro encontra-se com Cornélio em Cesaréia: “aconteceu que, indo Pedro a entrar, lhe saiu Cornélio ao encontro e, prostrando-se-lhe aos pés, o adorou.
            Mas Pedro o levantou, dizendo: Ergue-te, que eu também sou homem.”
            A segunda passagem referida envolve Paulo e Barnabé, na cidade de Listra, conforme pode-se ler no cap. 14, versículos 11 e seguintes: “Quando as multidões viram o que Paulo fizera, gritaram em língua licaônica, dizendo: Os deuses em forma de homens, baixaram até nós.
            A Barnabé chamavam Júpiter, e a Paulo, Mercúrio, porque era este o principal portador da palavra.
            O sacerdote de Júpiter, cujo o templo estava em frente a cidade, trazendo para junto das portas touros e grinaldas, queria sacrificar juntamente com as multidões.
            Porém, ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgando suas vestes, saltaram para o meio da multidão, clamando:
            “Senhores, por que fazeis isto? Nós também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos (...)”
            Assim como um processo obsessivo pode terminar com o exercício consciente da mediunidade, a mediunidade exercida de forma irresponsável pode desencadear um processo obsessivo de longo curso.
            No capítulo precedente, quando examinamos a questão do personalismo, deixamos implícito o alerta para os companheiros da mediunidade que não exercem sobre si mesmos a vigilância necessária.
             Vejamos que a luta contra a idolatria humana vem desde os tempos apostólicos. Pedro, Paulo e Barnabé não se cansam de declarar suas limitações, impedindo que fossem confundidos com os “Deuses”... Infelizmente, muitos medianeiros, que estimam o elogio fácil, tornam-se presas da obsessão, “adoecendo” as faculdades medianímicas de que são portadores. Não raro, passam a acreditar que são superiores, inclusive, aos Benfeitores Espirituais que se comunicam por seu intermédio... Quando tal ocorre, as advertências do Mundo Espiritual lhe são endereçadas de maneira constante; entretanto eles quase nunca as tomam para si e chegam a se aborrecer com os companheiros médiuns que são utilizados para semelhante mister.
            Numa outra passagem evangélica, Jesus recomenda aos apóstolos que se considerem servos imperfeitos, porque, em cumprindo o dever, nada mais fizeram do que lhes competia fazer...
            O médium, e o espírita de maneira geral, é uma pessoa como as demais; o que o diferencia, se é que algo o diferencia, é a sua maior responsabilidade pelos conhecimentos adquiridos e conseqüentemente, a sua maior obrigação de servir.
            É indispensável que imitando Paulo e Barnabé, os médiuns “rasguem as vestes” do personalismo e da vaidade, impedindo que se crie deles uma falsa imagem.
            Dificilmente, na Terra, o médium, seja ele qual for, escapará ao assédio das tentações... Paulo confessava trazer “um espinho” cravado na carne por constante advertência, a fim de que nada se vangloriasse... Mas sofrer o assédio das tentações é uma coisa, ceder a ele é outra.
            Escrevendo aos habitantes de Corinto, Paulo acentua no cap. 9 versículo 12, de sua primeira epístola: “Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia.” E como que completando o seu pensamento, vejamos a palavra do apóstolo em sua segunda carta aos coríntios, no Cap. 12, versículo 10: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor do Cristo. Porque quando sou fraco, então é que sou forte.” (os grifos são do autor)
            Longe da idéia de masoquismo, Paulo sabia que é a humanidade que confere ao homem a verdadeira grandeza e que a consciência de suas fraquezas é o que o eleva acima de si mesmo.

Fonte: Livro Mediunidade e Evangelho - Odilon Fernandes (Espírito) Psicografado por Carlos A. Baccelli - 6o. Edição - Editora Instituto de Difusão Espírita - Araras - SP – Janeiro/2008..


                                   RHEDAM. (mzgcar@gmail.com)

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