VIDA
E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES.
75 º. O Espírito de André Luiz, em um dos seus magníficos livros Ação e Reação dá-nos a conhecer esse
grande amora que alimenta a alma de Bezerra,
agora nesse grande Além, e de como
ele, no Brasil inteiro, é venerado
pelos encarnados e também nos círculos espaciais que circundam a Terra, pelos Espíritos errantes, sôfregos de amparo e de luz!
O trecho a que nos referimos, alude ao Templo e ao parlatório de “Mansão da Paz”, usualmente freqüentados
por irmãos do plano físico, provisoriamente desligados da habitação corpórea,
por influência do sono, bem como pelos desencarnados que vagueiam em torno da Mansão, à procura de conforto.
No recinto desse Templo
encontra-se a imagem da cruz e nichos vazios. E explica-nos o Assistente Silas:
“A cruz recorda a
todos os visitantes que o Espírito de Nosso Senhor Jesus-Cristo aqui se
encontra presente, não obstante estejamos nos abismos infernais, e os nichos
vazios dão oportunidade a que todos se dirijam aos Céus, segundo a fé que
abraçam. Até que a alma obtenha a Sabedoria infinita, é indispensável caminhe
na longa estrada dos símbolos da alfabetização e cultura que a dirigem na senda
de elevação intelectual e, até que atinja o Infinito Amor, é necessário
palmilhe as longas rotas da caridade e da fé religiosa, nos múltiplos
departamentos da compreensão que lhe assegure o acesso à Vida Superior.
Diante de um desses nichos, certa senhora mantinha-se em
prece. E esclarece-nos ainda o autor espiritual, que, procurando assimilar a
faixa mental dessa senhora e estabelecida a sintonia, surpreendeu no nicho a
imagem viva e simpática do abnegado Dr. Bezerra de Menezes, ao mesmo tempo que
ouvia súplica dessa companheira desolada: ”Dr.
Bezerra, por amor de Jesus, não abandones meu pobre Ricardo nas trevas da
desesperação!... Meu esposo infeliz atravessa rudes provas!... Ó generoso
amigo, socorre-nos! Não permitas que ele desça ao abismo do suicídio... Dá-lhe
coragem e paciência, sustenta-lhe o bom ânimo!... As dificuldades e as lágrimas
que o afligem no mundo caem sobre minha alma como chuva de fel!...
Esse santuário serve à oração digna, sem cultos
especiais. Ali, alguém recorre ao amparo da monja de Lisieux, aqui um coração infortunado pelo socorro notável
companheiro dos espíritas do Brasil,
esclareceu ainda o Espírito de André
Luiz.
E esse bondoso amigo da Espiritualidade acrescentou:
“Com mais de
cinqüenta anos consecutivos de serviço à Causa Espírita, depois de
desencarnado, Adolfo Bezerra de Menezes fez jus à formação de extensa equipe de
colaboradores que lhe servem a bandeira da caridade. Centena de Espíritos
estudiosos e benevolentes obedecem-lhe às diretrizes na lavoura do bem, na qual
opera ele mesmo em nome do Cristo.
“Desse modo é fácil compreendê-lo
agindo em tantos lugares ao mesmo tempo, tal como acontece na radiofonia, em
que uma estação emissora emite para muitos postos de recepção, assim qual uma
só cabeça pensante para milhões de braços, um grande missionário da luz, em
ação no bem, pode refletir-se em dezenas e centenas de companheiros que lhe
acatam a orientação no trabalho ajustado aos desígnios do Senhor, Bezerra de
Menezes, invocando carinhosamente, em tantas instituições e lares espíritas,
ajuda em todos eles, pessoalmente ou por intermédio das entidades que o
representam com extrema fidelidade”.
Vamos
abrir um parêntese, a fim de esclarecermos um ponto que, talvez, os menos
aprofundados no estudo de certos fenômenos psíquicos, ou melhor, do pensamento
e da vontade, desconheçam, como o chamado “ideoplastia“.
E
assim nos manifestamos pelo fato de um desses nichos aparecer, por força do
pensamento daquela senhora, a imagem perfeita do Dr. Bezerra de Menezes.
Quem
desejar melhor conhecer esse assunto, bastará ler a obra do renomado Ernesto Bozzano intitulada Pensamento e Vontade.
Em
todo o caso, diremos: “O vocábulo
“ideoplastia” foi criado pelo Dr. Durand (de Gros), em 1860, para designar os
principais caracteres da sugestinilidade.
“Mais
tarde, em 1894, o Dr. Ochorowicz o empregou para designar
os efeitos da sugestão e da auto-sugestão, quando ela faculta a realização
fisiológica de uma idéia, como se dá nos casos de estigmatização.
Finalmente,
o Professor Richet o propôs, quando
das duas experiências com as senhoritas Linda
Gazzera e Eva C... (1912-1914), cujas experiências demonstraram, de feição
nítida e incontestável, a realidade da materialização de semblantes humanos,
que eram, por sua vez, reproduções objetivadas e plásticas de retratos e
desenhos vistos pelos médiuns.
“Claro
é que, desses fatos, deve-se-ia logicamente inferir que a matéria viva
exteriorizada é plasmada pela ideia.
“E
ai está a exata significação do termo “ideoplastia”,
aplicado aos fenômenos de materialização mediúnica.
“E
a substância viva, exteriorizada e amorfa, sobre a qual se exercem as
idéias-forças, inerentes à subconsciência do médium, foi designada por “ectoplasma”, pelo mesmo Professor Richet.
“Em homenagem à verdade histórica, à verdade
história, devo consignar que as materializações ideoplasticas já eram conhecidas de meio século antes de
despertarem de modo especial, a atenção dos investigadores.
“Quanto
à substância ectoplásmica, essa
já era conhecida dos alquimistas do século XVII, assim como de Emmanuel Swendenborg.
Fonte:
- Livro “VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES”, - SILVIO BRITO SOARES – 4 ª.
Edição – Editora FEB. – Rio de Janeiro, RJ. – Agosto de 1978.
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