SEGUNDA PARTE.
DAS MANIFESTAÇÕES ESPÍRITAS.
CAPÍTULO IV.
TEORIA
MANIFESTAÇÕES FÍSICAS.
74. C. As
respostas seguintes nos foram dadas pelo Espírito de São Luís e foram depois
confirmadas por muitos outros:
1.
Todos os Espíritos estão aptos para produzir os
fenômenos desse gênero?
- Os Espíritos que
produzem essa espécie de efeito, são sempre Espíritos inferiores, que não
estão, ainda, inteiramente despojados de toda a influência material.
12. Compreendemos que os Espíritos superiores
não se ocupam de coisas que estão abaixo deles; mas, perguntamos se, em razão
de serem mais desmaterializados, teriam a força de fazê-lo, se tivessem disso
vontade?
- Eles têm a força
moral como os outros têm a força física; quando têm necessidade dessa força,
servem-se daqueles que a possuem. Não vos foi dito que se servem dos Espíritos
inferiores como fazeis com os carregadores?
Nota. Foi dito que a densidade do perispírito,
se se pode exprimir assim, varia segundo o estado dos mundos; parece que varia
também no mesmo mundo segundo os indivíduos. Nos Espíritos avançados
moralmente, é mais sutil e se aproxima da dos Espíritos elevados; nos Espíritos
inferiores, ao contrário, se aproxima da matéria, e é o que faz com que esses
Espíritos de baixo estágio conservem por tempo tão longo as ilusões da vida
terrestre; eles pensam e agem como se estivessem ainda vivos; têm os mesmos
desejos e, se poderá dizer, a mesma sensualidade. Essa grosseria do perispírito,
dando-lhe mais afinidade com a matéria, torna os Espíritos inferiores mais
próprios para as manifestações físicas. Pela mesma razão, um homem do mundo,
habituado aos trabalhos de inteligências, cujo corpo é débil e dedicado, não
pode erguer um fardo pesado como um carregador. A matéria, nele, se alguma
sorte, é menos compacta, os órgãos menos resistentes e tem menos fluido
nervoso. O perispírito, sendo para o Espírito que o corpo é para o homem, e sua
densidade estando em razão da inferioridade do Espírito, supre nele a força
muscular, quer dizer, lhe dá, sobre os fluidos necessários às manifestações,
uma força maior do que aqueles cuja natureza é mais etérea. Se um Espírito
elevado quer produzir tais efeitos, faz o que fazem, entre nós, as pessoas
delicadas manda fazê-lo um Espírito do ofício.
13. Se
compreendemos bem o que disseste o princípio vital reside no fluido universal; o
Espírito toma nesse fluido o envoltório semi-material que constitui seu
perispírito, e é por esse meio que age sobre a matéria inerte. É isso?
- Sim; quer dizer que
ele anima a matéria de uma espécie de vida factícia: a matéria se anima da vida
animal. A mesa que se move sob vossas mãos vive, como animal; obedece por si mesma
ao ser inteligente. Não é este que ergue como o homem faz com um fardo; quando
a mesa se eleva, não é o Espírito que a levanta à força de braços; é a mesa
animada que obedece ao impulso dado pelo Espírito.
14. Qual é o
papel do médium nesse fenômeno?
- Já o disse, o fluido
próprio do médium se combina com o fluido universal acumulado pelo Espírito; é
necessária a união desses dois fluidos, quer dizer, do fluido animalizado com o
fluido universal, para dar vida a mesa. Mas, note bem, que esta vida não é
senão momentânea, ela se extingue com a ação e , muitas vezes, antes do fim da
ação, logo que a quantidade de fluido não é mais suficiente para animá-la.
15. O espírito
pode agir sem o concurso do médium?
- Pode agir com
desconhecimento do médium; quer dizer que muitas pessoas servem de auxiliares
dos Espíritos para certos fenômenos, sem disso desconfiarem. O Espírito toma
delas, como de uma fonte, o fluido animalizado de que tem necessidade; é assim
que o concurso de um médium, tal como entendeis, não é necessário, e é o que
tem lugar, sobretudo, nos fenômenos espontâneos.
Fonte,
“Livro dos Médiuns“,
Allan Kardec, no Capítulo IV na questão 50, da 18º. edição, abril de 1991,
páginas 57 e 58, do Instituto de Difusão Espírita de Araras, SP.
RHEDAM.(rrhedam@gmail.com)
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