CRENÇA.
Minha vida de dor e de procela
Que se extinguiu na tempestade imensa,
Despedaçou-se à falta dessa crença,
Que as grandes luzes místicas revela.
E estraçalhei-me como alguém que sela
Com o supremo infortúnio a dor intensa,
Desvairado de angústia e de descrença,
Dentro da vida sem compreendê-la
Ah! Crer! Bem que, na Terra, não possuí,
Quando entre conjeturas me perdi,
De tão pequena dor fazendo alarde...
Crença! Luminosíssima riqueza
Que enche a vida de paz e de beleza,
Mas que chega no mundo muito tarde.
- ANTERO DE QUENTAL.
Nascido na ilha de São Miguel nos Açores, em 1842, e desencarnou por suicídio, em 1891. É vulto eminente e destacado nas letras portuguesas, caracterizando-se pelo seu espírito filosófico.
Fonte: PARNASO DE ALÉM - TÚMULO - CÁRMEN CINIRA - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ - 1935.
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