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sexta-feira, 6 de julho de 2012

- PRECES ESPÍRITAS. - APOLOGIA DA PRECE. - SEGUNDA PARTE. - PROVAS CONCRETAS DA EFICIÊNCIA DA PRECE. - Nº. 2. - ALFREDO MIGUEL.


                 SEGUNDA PARTE. 

PROVAS CONCRETAS DA EFICIÊNCIA DA PRECE.

                               2

A PRECE É UMA REALIDADE TANGÍVEL. - SOLUÇÃO ENCONTRADA NA PRECE PARA UMA SITUAÇÃO ANGUSTIANTE. - O CASO DO PROF. LEOPOLDO MACHADO. - EFEITO MIRACULOSO DA PRECE TESTEMUNHADO POR UM MISSIONÁRIO EVANGÉLICO.

“O Espiritismo e as Ciências Psíquicas nos ajudam a compreender que o Cristo falava de uma realidade tangível, quando insistia na importância da prece” - diz, com autoridade de quem longamente se ocupou destas questões o Ver. Haraldur Nielssen, antigo professor de Teologia na Universidade de Islândia.
A prece é, de fato, uma realidade que se pode tocar, haja vista as maravilhas que se operam nos instantes críticos da nossa vida, quando levantamos para os céus os olhos marejados de lágrimas,sem nada podemos esperar das possibilidades humanas. Quem tiver dúvida a este respeito, habitue-se a orar, porque orando, o homem aproxima-se de Deus e a sua vida torna-se mais fecunda. Não é possível mesmo que a oração seja uma coisa vã, uma quimera, quando vemos que a cultivam, também, os nossos maiores da Espiritualidade, ora elevando-a em ação de graças ao Altíssimo, ora deprecando consolação e luzes para as almas desventuradas. Isto é uma verdade que ressalta da leitura dos livros de André Luiz, o eminente Espírito que, por intermédio do psicógrafo Francisco Candido Xavier, tão preciosas lições nos tem dado acerca do Mundo Espiritual e das condições da vida após a morte. Desnecessária, ou inócua, não há de ser a prece, quando das alturas siderais baixam Mensageiros Divinos para dizer-nos da sua importância, como no caso do anjo que em pleno dia se apresentou, em forma visível e palpável, ao centurião de Cesaréia, dirigindo-se-lhe de início por estas palavras - “Cornélio, as tuas orações e as tuas esmolas têm subido para lembranças diante de Deus”.
Nós, que vimos fazendo o elogio da Prece, disto provavelmente não cuidaríamos se não fossemos testemunha presencial de sucessos admiráveis oriundos de sua ação dinamizadora, acrescidos do quanto, individualmente, por meio dela, temos conseguido.
No ano de 1948 fomos convidados para participar de um congresso de jovens espíritas, na capital de Sergipe, e lá ficamos hospedados no lar do distinto confrade Francisco Oliva.
Uma tarde, de volta de uma reunião de congressistas, fomos encontrar o Chico e seus familiares em apuros para expelir de casa uma pobre insana. Ela morava por ali, era conhecida, e num acesso da doença, projetava-se porta fora, vindo penetrar na casa do nosso hospedeiro. Um quarto que encontrava aberto, com a chave na parte interna engastada na fechadura, servia-lhe de esconderijo.
Fazia mais de uma hora que a louca se trancará naquele cômodo e não havia rogos, nem estratagemas, em ameaças que a fizessem arredar dali.
A situação era a mais incômoda, causando em todos uma verdadeira angústia.
Num dado momento, Francisco Oliva deixa-nos com as outras pessoas e vai isolar-se em outra dependência da casa. Cinco minutos não se tinham ainda escoado após a sua saída e eis que alienada faz ranger nervosamente a chave na fechadura, e, com rapidez e passos largos, lança-se daí para fora, ganhando a rua. Com as duas mãos aperta contra o peito um objeto que não identificamos. Quase ao mesmo instante, oliva aparece. Tem um leve sorriso nos lábios e os olhos úmidos de pranto. E quando lhe perguntamos o que era aquilo, foi com a voz firme e emocionada que ele respondeu “Graças a Jesus, que Ele atendeu a minha súplica”!
O objeto a que se agarrar a demente era uma imagem de “Nossa Senhora”, conservada por Oliva como lembrança de uma família amiga, que lhe ofertara no dia do seu casamento.
Está visto que ninguém apela em vão para Deus na hora da necessidade extrema, justamente porque nesta hora é que a sua misericórdia mais se faz sentir àqueles que n’Ele confiam.
O escritor e jornalista Leopoldo Machado, ao tempo em que dirigíamos o periódico “Bahia-Espírita”, mandou-nos um excelente artigo de colaboração intitulado “A significação da Prece nas Reuniões Espíritas”, trabalho este que inserimos, com o merecido destaque, no número de setembro de 1939 do nosso jornal.  Desenvolvendo argumento magistral e salientando o poder insuperável da prece, contou aquele culto e saudoso confrade um episódio que se passará consigo mesmo, no distante ano de 1918
Estava de veraneio na fazenda de uns parentes, e no começo da tarde encaminhara-se à farmácia situada na vila próxima. Não tendo um companheiro nessa digressão, resolvera o professor Leopoldo, à indicação de segundos, traçar um mapa dos caminhos, mapa esse que ele perdera no povoado, seguindo dali por errado trilho, já ao escurecer. Quando deu pelo seu engano, estava embrenhado na selva. “E metido na mata - depõem o distinto publicista - o animal empacado, dentro da selva apavorante, a pensar no possível ataque das feras, voltáramos, nós que já éramos iniciado na Doutrina, para o alto. Pedindo iluminação do alto, com humildade e confiança, através de sentida prece. Mal concluíramos, sentimos como que vitalizarão nova, e animal, por si mesmo, encaminhou-se para a fazenda”.
Quer dizer, então, do que passou com um missionário evangélico, em serviço de catequese na Bolívia? 
  Ele mesmo, e por igual, um bom católico, qualificaria a ocorrência como um estupendo milagre da prece, dando o imediatismo e a rapidez do socorro que ela movimentou em defesa de alguns filhos de Deus na iminência de um horrível massacre.
O relato encontramos nas páginas 107/8 de uma brochura intitulada “Lições da Vida”, de autoria do escritor Armelindo Martins de Castro.
 O pastor protestante F. A. Stahl, no seu livro “No País dos Incas”, narra um episódio ocorrido em uma de suas missões entre os índios em território boliviano, demonstrando um autêntico fenômeno de materialização de Espíritos.
Indo a Quenhani, sua caravana obtendo ótima acolhida nas pregações, despertou em outra missão evangelizadora, porém católica, uma certa aversão, que os padres com auxílio de aguardente, excitou os indígenas seus companheiros que fossem atacar a missão protestante.
Os silvícolas não sabiam no erro que estavam cometendo, contra humildes pacíficos pregadores do mesmo Evangelho Cristão a eles apresentados, atacaram em fúria, dirigidos pelos próprios sacerdotes católicos, com intuito de massacrar a pequena reunião protestante, gritando agarrem-nos e queimem-nos”
O grupo encurralado numa pequena choça coberta de palha orava disposto ao testemunho da fé, achando-se o pastor já ferido por um pedrada, abrindo uma brecha em sua cabeça, era Cegado pelo sangue que escorria..
“Perdida estava qualquer esperança de libertação e socorro.”
Quando iniciariam o derradeiro momento, deitar fogo a choça, os padres e os índios bateram em retirada, fugindo o mais rápido possível.
Sem entender o que tinha acontecido, o pastor Stahl interrogou um assustado indígena que lhe respondeu: - “Não vedes a multidão de índios armados correndo em nossa defesa?”
O pastor declara: - “Mas, eu não via índio algum. Perguntei a minha esposa se via algum índio sua resposta foi negativa.
O indígena insistiu que vinha um exército em nosso auxílio. Olhamos em torno e nada vimos. Agora compreendemos que Deus enviou seus anjos por esta forma para nos salvar. Não se pode dar outra solução ao que aconteceu.

          Fonte: Livro Apologia da Prece - autor Alfredo Miguel - 2ª.Edição - Livraria Espírita “Alvorada” Editora - Salvador Bahia - 1972.  

RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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