DIA: 00.00.00. 13º. AULA. PENSAMENTO.
O PENSAMENTO
É impossível vivermos sem pensar. Quer queiramos, quer não, o pensamento brota do imo de nosso espírito, compelindo-nos à ação.
Tente alguém parar de pensar, por um instante apenas, não o conseguirá.
Por vezes o pensamento flui manso, suave, dócil, facilmente controlável; outras vezes, impetuoso, descontrolado, furioso.
Freqüentemente estranhos pensamentos se nos apresentam a ponto de nos espantarem por sua inoportunidade; e perguntamos, desapontados, de onde teriam provido.
Não vamos aqui definir o pensamento, nem mesmo estudá-lo fisiológica e psiquicamente. Vamos simplesmente tomá-lo como ele é e procurar os meios de bem utilizá-los. Faremos como o agricultor que ao defrontrar-se com o regato que lhe atravessa a herdade, não se detém à análise química da água mas procura canalizá-lo para que todas as suas terras sejam beneficiadas.(1º)
O DESEJO
No fundo de todo o pensamento há um desejo; não pensamos no que não desejamos; e basta desejarmos uma coisa, qualquer que seja, para que imediatamente se gere uma série de pensamentos em torno do objeto desejado.
Desde os mais simples atos que praticamos quase que maquinalmente, até os mais complexos que exigem grande reflexão para serem executados, todos se originam de um desejo inicial; porque o desejo é o gerador do pensamento; e os pensamentos são os geradores de nossos atos.(1º)
CONTROLE DO PENSAMENTO
Uma vez que o desejo reside invariavelmente na base de nossos pensamentos, concluímos que a melhor maneira de controlarmos nossos pensamentos é controlar nossos desejos.
Se não exercermos um controle sobre nossos desejos, acontecerá que passaremos a desejar muito, ou a desejar coisas fora de nosso alcance; daí se estabelecerá em nossa mente um emaranhado de pensamentos que nos fará sofrer, ou nos levará a praticar ações funestas, por vezes; porque se o desejo é a base de nossos pensamentos, nossos pensamentos são a base de nossos atos e de nossas manifestações.
Por conseguinte, para adquirirmos a capacidade de reger nossos pensamentos, para que eles não se tornem uma carga excessiva e dolorosa em nossa mente, precisamos, antes de mais nada, governar os nossos desejos. (1º)
ANÁLISE DOS DESEJOS
É justo que para dominarmos os nossos desejos, devemos submetê-los a uma análise rigorosa. Assim, ao desejarmos qualquer coisa, façamos a nós próprios as seguintes perguntas e, sinceros, respondamos a elas:
1º. Prejudicarei a meu semelhante com a realização deste meu desejo?
2º. Estarei prejudicando o meu progresso espiritual com este meu desejo?
3º. Estará este meu desejo de conformidade com a lei: “ Não fazer aos outros o que não desejo para mim”?
Feita, pois, a análise dos desejos, estaremos em condições de guiar nossos pensamentos, uma vez que tenhamos a coragem de abandonar os desejos insensatos.
Lembremo-nos, contudo, de vivermos uma vida simples. Uma vida simples tem necessidades simples. Necessidades simples promovem desejos simples. Desejos simples fazem nascer pensamentos simples. E pensamentos simples geram atos simples e dignos.
Sobre tudo que nossos desejos sejam irrepreensíveis. Se cultivarmos desejos irrepreensíveis, nossos pensamentos serão irrepreensíveis e, como conseqüência, viveremos irrepreensivelmente.(1º)
CLASSIFICAÇÃO DOS PENSAMENTOS.
Podemos classificar os pensamentos da generalidade dos encarnados em três grupos: 1º. - Pensamentos glorificados.
2º. - Pensamentos raciocinados.
3º. - Pensamentos inferiores.
Pensamentos glorificados são todos aqueles que se formam em nossa mente, mediante desejos nobres tais como: amor puro, paz, alegria, otimismo, fraternos, de perdão, de compreensão, de tolerância, de sacrifícios, de renúncia, de altruísmo e todos os demais pensamentos que estiverem de acordo com as leis divinas, consubstanciadas no Evangelho de Jesus.
Os pensamentos glorificados se originam do sentimento da fraternidade irrestrita, causa primária de todos os que acabamos de enumerar.
Os pensamentos glorificados geram ações e os trabalhos nobres que beneficiam a família, a pátria e a humanidade; e constituem uma fortaleza moral que nos guarda contra as investidas do mal.
Pensamentos raciocinados são aqueles que emitimos pelo desejo de bem cumprirmos as nossas obrigações diárias. Podemos tomar como pensamentos raciocinados todos aqueles que nos compelem a tratar da parte material de nossa existência na terra, a saber: pensamento de trabalho, de conforto, de progresso material, de ganhos e os demais que se relacionem com a parte material de nossa vida, sempre baseados na honestidade.
Pensamentos inferiores são aqueles que nascem em nossa mente, oriundos das paixões e vícios que alimentamos; eis alguns deles: pensamentos de ódio, de inveja, de ironia, de raiva, de ira, de escárnio, de ambição; pensamentos lúbricos, cobiçosos, orgulhoso, maldosos, criminosos, antifraternos, intolerantes e tantos outros a demonstrar a inferioridade de nossos sentimentos.(1º)
REMÉDIO PARA MELHORAR OS PENSAMENTOS
Normalmente nossos pensamentos deveriam ser elevados, isto é, glorificado ou raciocinados; pensamentos inferiores nunca deveriam abrigar-se em nosso cérebro.
Contudo, não somente em nossos cérebro formam-se pensamentos; recebemos também pensamentos emitidos de outros cérebros: são os chamadas vibrações mentais. Nossa mente está aberta a todas as vibrações mentais, que cruzam incessantemente o espaço, provindas de todas as direções e dos mais variados núcleos vibratórios.
Ora, somente as pessoas muito espiritualizadas conseguem manter-se em alto padrão vibratório; na grande maioria há queda de vibrações. E sempre que houver queda de vibrações, passamos a receber as baixas vibrações emanadas de núcleos inferiores; daí o formarem-se, por vezes, em nosso cérebro, desejos e pensamentos mesquinhos, que não condizem com nossa educação.
É fora de duvidas que se as más vibrações nos atingem é porque encontram receptividade de nossa parte; dessa razão decorre a necessidade imperiosa de melhorarmo-nos intimamente, para que passemos a receber unicamente as boas vibrações. No entanto, se acontecer captarmos as vibrações de ordem inferior, é nosso dever resistir, jamais cedendo a elas.
E porque não podemos manter-nos sempre em nível de vibrações elevadas? Por que há queda de vibrações?
As dificuldades, os fatos inesperados que nos sucedem, os negócios, enfim, as variadas circunstâncias da vida, são fatores que contribuem para que haja queda de nossas vibrações mentais.
As dificuldades atrapalham o pensamento, constituindo pesada carga para aqueles que desejam seguir o caminho espiritual. É, pois, de sumo interesse que procuremos viver uma vida sem dificuldades, embora simples e modesta, o que facilitará o desenvolvimento de nossa parte espiritual. Com dificuldades no lar ou na vida, ser-nos-á difícil a consagração às coisas espirituais.
É ponto importante para nós pormos em ordem a parte material de nossa existência, para que a nossa mente possa dedicar-se livremente ao progresso espiritual. Estando as garantidas as coisas materiais, ainda que modestamente, por um viver bem organizado, não haverá grandes interferência delas em nossos pensamentos, dado a paz íntima que um viver bem organizado proporciona.
É bom notar que não estamos aqui a dizer que não se tronem ricos os que quiserem aplicar-se às coisas espirituais; não é isso; o que aconselhamos é que organizem suas vidas, mesmo em bases pobres e modestas, de modo à terem tranqüilidade para o cultivo das coisas espirituais.
Organizada que esteja a parte material do nosso viver, para que ela interfira o menos possível em nossas vibrações mentais, vejamos quais os remédios a tomar para que fiquemos curados de pensamentos inferiores.
O primeiro deles é cultivarmos o amor a Deus e o devotamento ao nosso próximo, do que decorrem todos os outros, a saber: sejamos bondosos para com todos; trabalhemos incansavelmente no bem; sejamos otimistas ativos; cumpramos irrepreensivelmente nossos deveres; sejamos sinceros para com todos; tenhamos boa vontade; esqueçamos integral e imediatamente as ofensas que recebermos; semeemos a fraternidade.
Evitemos por todos os modos a ociosidade; essa é a grande produtora de pensamentos inferiores a traduzirem-se por atos detestáveis.
Não nos esqueçamos do estudo e do trabalho, os quais enobrecem nossos pensamentos.
O desempenho de nossas obrigações diárias com alegria e entusiasmo imuniza-nos contra as vibrações inferiores.
Preenchamos nossas horas de lazer com divertimentos honestos e com boas leituras. Um bom livro, a boa música, a conversação sadia, o cultivo das artes quando possível, tudo são meios de glorificar os pensamentos, garantindo-nos uma existência enobrecida.
E enquanto nosso cérebro e nosso corpo estiverem ocupados nobremente, não seremos assaltados por pensamentos sombrios, viciosos e maldosos.(1º)
PENSAMENTO E CONSCIÊNCIA
Nossos pensamentos determinam o estado de nossa consciência: pensamentos inferiores conspurcam nossa consciência e geram, ao se apresentar a oportunidade, ações vis, das quais nascerão, cedo ou tarde, o remorso, a mortificação, o arrependimento. Ficamos então com a consciência perturbada e a paz e a serenidade íntima desaparecerão; sentimo-nos réus diante de nossa própria consciência.
Para retificar a consciência perturbada só há um caminho: corrigir as más ações praticadas. E para isso o primeiro cuidado é modificar a qualidade dos pensamentos. Todos os pensamentos inferiores deverão ser substituídos por pensamentos raciocinados e glorificados. Uma vez corrigidos os pensamentos, sentimo-nos fortificados e preparados para corrigir as ações mal feitas; nossa consciência se apazigua , e a paz e a tranqüilidade voltarão a reinar em nosso íntimo.
Uma consciência nobre depende de pensamentos retos, os quais impelem à execução de ações dignas. Quem possui uma consciência enobrecida, vive em permanente conforto moral. Esta consciência é conseguida através de pensamentos e atos raciocinados e glorificados. (1º)
A CONSCIÊNCIA
Sem entrarmos em digressões filosóficas ou morais, definimos a consciência como sendo esse sentimento íntimo que nos compele à ação.
A toda ação segue-se uma reação; desse modo, todas as nossas ações reagem sobre nossa consciência, determinando-lhe o estado moral e, conseqüentemente, o nosso estado mental.
Há duas espécies de consciência: a consciência educada moralmente e a consciência adormecida moralmente.
A consciência educada moralmente pertence à pessoa que ao praticar uma ação, compreende pela reação que lhe produz intimamente, se a ação foi boa ou má; rejubila-se se foi boa; sente-se deprimida se foi má. É o que chamamos a voz da consciência, que aprova ou desaprova os nossos atos.
Assim, as consciências educadas já estão fortificadas no reto caminho do bem; quando erram, percebem o erro e trabalham por corrigi-lo sem demora.
Um bonito exemplo de uma consciência educada, temo-lo no Evangelho, na passagem em que Pedro nega a Jesus: “Logo que errou, Pedro percebeu o erro. Sua Consciência educada nos princípios evangélicos, imediatamente o adverte. E Pedro se arrepende e chora, mas levanta-se decidido a corrigir o erro, lutando pela causa de Jesus”. ( Ler o Evangelho dos Humildes, de Eliseu Rigonatti).
Uma consciência adormecida é aquela que ainda não se libertou dos instintos primários do mal.
Há duas espécies de consciências adormecidas:
1º. - As que lesam seus semelhantes, alheias ao mal que estão praticando.
2º. - As que sabem que estão agindo mal, porém, indiferentes, persistem.
Tais consciência não escaparão, contundo, à lei do choque de retorno; porque é da lei que recebamos sempre de conformidade com o que dermos; que colhamos de acordo com que plantamos. E ao impacto da lei do choque de retorno, as primeiras entrarão no caminho da educação moral e as segundas sairão da indiferença.
O nosso auxílio às consciências adormecidas e a nossa boa vontade para com elas, não lhe deve nunca faltar; são doentes que precisam ser curados. Há aqueles que aspiram reabilitar-se mas, fracos, não se animam. Há outros que querem reabilitar-se mas não encontram ambientes favoráveis.
Tanto num como no outro caso, a questão se resume em procurarmos criar ambientes e circunstâncias propícias à regeneração e à reabilitação dessa consciências. Isso constitui uma obra social de grande envergadura que muito honrará os desejosos de se contarem no número dos discípulos de Jesus.(1º)
A PRISÃO MENTAL
É preciso que resguardemos nossa mente das idéias fixas, opressivas, alvitantes; o máximo de cuidado se nos impõem contra elas; constituem verdadeiros cárceres mentais e conquanto o indivíduo tenha seu corpo físico em liberdade, seu espírito jaz prisioneiro dessas idéias. Levadas ao extremo, transformam-se em pensamentos desvairados e torturados que desequilibram a mente, produzindo, por vezes, a loucura.
Idéias fixas formam-se de um amontoado de pensamentos inferiores e desordenados, tendentes a um único fim. Tudo quanto o indivíduo faz, pensa, ouve ou vê outros fazerem, encaminha para a idéia fixa que o obsessiona. Das idéias fixas originam-se os crimes e as desmedidas ambições que, freqüentemente, levam a pessoa à ruína.
Idéias opressivas são constituídas por pensamentos pessimistas, angustiosos, de desanimo, de desalento, enfim, de medo ante a vida. Se não forem atalhadas a tempo, as idéias opressivas desorganizam os centros nervosos, gerando conseqüências imprevisíveis.
Idéias alvitantes são compostas de pensamentos inferiores que conduzem o indivíduo à prática de vícios.
É imprescindível lutarmos contra as idéias fixas, as opressivas e as aviltantes que nos encarceram a mente. Para isso devemos praticar a higiene mental que consiste em livrarmos nosso cérebro de todos os pensamentos impuros e malignos que nele se quiserem acolher ou formar.(1º)
AS FAIXAS MENTAIS
O pensamento é uma vibração mental. Essas vibrações mentais são irradiadas de nossa mente; se pudéssemos vê-las-íamos em forma de estranhos filamentos que se entrelaçam, sem se confundirem uns com os outros; são possuídos de um movimento vibratório natural, sem uniformidade em suas particularidades; e suas cores variam do escuro ao claro mais brilhante. ( Ler Cartas de uma Morta, F.C.Xavier, 2º edição, pág..98 e 99).
Assim, pois, o pensamento é luz. E como a luz toma a cor do vidro que a filtra, também nossos pensamentos tomam a cor dos nossos desejos e das ações que os determinam.
A gama das cores do pensamento é grande, indo desde a luz mais intensa até o preto, negação da luz. Entretanto, para facilitar nosso estudo, analisaremos as principais, das quais se derivam combinações e matizes.
1º. - LUZ: Para termos uma idéia, embora pálida, do que seja a luz emitida pelos espíritos santificados, temos que recorrer ao Evangelho na “A Transfiguração “: “E seis dias depois toma Jesus consigo a Pedro e a Tiago e a João, seu irmão, e os leva à parte, a um alto monte. E transfigurou-se diante deles. E seu rosto ficou refulgente como o sol, e as suas vestiduras se fizeram brancas como a neve” ( Mateus,17:1, 2)
É este um fenômeno de luz, provocado por pensamentos glorificados. Nesta faixa de luz só podem vibrar continuamente espíritos perfeitos como Jesus.
2º. - PRATEADA: A luz prateada, resplandecente, é a cor dos pensamentos sábios, de renúncia em favor da humanidade; é emitida pelos espíritos encarnados e desencarnados que trabalham desinteressadamente para beneficiá-la. É a luz da sabedoria, isto é, do alto saber aliado ao profundo sentimento.
3º. - BRANCO: É a cor da pureza. Pensamento puros originam a luz branca das vibrações mentais.
4º. - AZUL: A faixa azul é a faixa cultural da humanidade, quando a cultura é aplicada na elevação moral dos povos. Nesta faixa vibram os espíritos encarnados e desencarnados que se dedicam à Arte, em suas expressões mais puras: a Pintura, a Escultura, a Arquitetura, a Gravura, ou Desenho, a Música, o Canto, a Dança, a Poesia, a Eloqüência, a Prosa.
5º. - ROSA: É a cor do Amor e da Virtude. É a luz que tomam as vibrações mentais do amor, mas do amor sem laivos de paixões; e a virtude modesta e humilde.
6º. - LILÁS: Quando, com sinceridade, elevamo-nos em adoração à Divindade e dedicamo-nos à religião e cultuamos o Pai celeste, nossos pensamentos apresentam a cor lilás; porque o lilás é a cor que identifica as vibrações mentais de adoração, religião e culto.
7º. - CINZA-CLARO: Caridade. Os pensamentos de caridade tomam a cor cinza- claro. Isto porque muito raramente praticamos a caridade espontaneamente; praticamo-la, freqüentemente, impelidos pelas circunstâncias. Todavia, quando um nosso gesto de caridade é um movimento partido do fundo do nosso coração, baseado no mais puro desinteresse e amor, então nossas vibrações mentais são de luz fulgurante. Entretanto, mesmo em seu cinza-claro nossos atos e pensamentos caridosos carreiam muito mérito para nós.
8º. - CINZA-ESCURO: É a cor das vibrações concernentes ao devotamento e ao ideal. É cinza-escuro porque quando nós nos devotamos a uma causa ou alimentamos um ideal, geralmente misturamos com nossos interesses. Daí o não serem esplendorosas nossas vibrações mentais de devotamento e de ideal; porém, não deixam de trazer grande merecimento para nós.
9º. - VERDE-CLARO: A cor que indica a transição entre a materialidade e a espiritualidade de nossos pensamentos, é a verde claro. Vibram na faixa verde-claro, irradiando comumente luz dessa cor, os seguintes:
a) as pessoas que sofrem, ao sincera e resignadamente elevarem suas orações ao Altíssimo;
b) todas as pessoas que se dedicam às ciências e às artes, quando nobremente inspiradas, porque é a cor da inspiração superior;
c) os que sabem renunciar em benefício de seus semelhantes.
10º. - MARRON: As vibrações mentais de cor marrom originam-se da parte material de nossa existência; são os pensamentos materiais comuns da humanidade.
Uma vez que a cor marrom define a parte material de nossa vida, parte necessária para vivermos normalmente na Terra, é conveniente que repartamos as vinte e quatro horas de nosso dia, de modo tal que possamos vibrar também em outras faixas luminosas superiores. Assim, oito horas dedicada honestamente às coisa materiais, são suficientes para mantermos o equilíbrio material de nossa vida. Das dezesseis horas restantes, tiremos alguns momentos para habilitarmo-nos aos poucos a vibrar em outras faixas, trilhando o caminho da elevação.
Por conseguinte, quando nós nos dedicamos ao estudo e à prática do Evangelho, sintonizamo-nos com a faixa de luz. Entregando-nos ao desenvolvimento de nossa inteligência e de nosso coração, ligando-nos à faixa prateada. Ao cultivarmos rigorosa higiene mental, irradiaremos pensamentos brancos, isto é, de pureza. O cultivo da Arte em suas expressões elevadas, nos faz ter irradiações azuis. Se abrigarmos em nossos corações sentimentos de puro amor com nossos semelhantes e nossos atos forem modelados pela virtude, vibrações rosadas partirão de nossas mentes. Como sabemos, a virtude é o conjunto das boas qualidades morais. Quando nós nos elevamos em prece ao Criador, quando sinceramente nos dedicamos à religião, quando cultuamos a Divindade, nossos pensamentos adquirem a cor lilás. Ao irmos caridosamente levar o conforto de uma visita a um pobrezinho,ou perfazermos qualquer ato de caridade, são vibrações de um cinza-claro que partem de nosso cérebro. E quando o ideal ou o devotamento por uma causa justa nos empolgam o ser, vibramos na faixa cinza-escura.
Jamais nos situemos somente na faixa marrom, denunciadora da materialidade em que vivemos; porém cumpridos os nossos deveres materiais, esforcemo-nos por respirar espiritualmente faixas mais altas.
11º. - PRETO: O preto é a negação da luz. Quando o ódio, o rancor, o ciúme, a inveja, a cólera, o vício, o crime, a desonestidade, etc., nos dominam, apagam-se as luzes de nossos pensamentos e vibrações negras envolvem nossa mente. é perigosíssimo vibrar nessa faixa, porque ela guarda as sementes de sofrimentos futuros.
As cores descritas não são todas as que podemos irradiar; a sua gama é quase infinita, porque se combinam entre-se, caracterizando e individualizando cada um de nossos pensamentos.
Conquanto irradiemos as mais diversas cores, de conformidade com os pensamentos que emitirmos na ocasião o nosso perispírito toma comumente a cor de nossos pensamentos e preocupações predominantes. Se um espírito, encarnado ou desencarnado, dedicar-se intensivamente ao cultivo da verdade, seu perispírito apresentará a tonalidade cor de rosa; se preocupar-se com a cultura superior , a cor de seu perispírito será azulada e assim por diante.
Quanto aos que se dedicam unicamente às coisas materiais, o perispírito deles é de cor marrom, de um marrom tanto mais desagradável, quanto mais chafurdarem na matéria. E finalmente nossos infelizes irmãos atacados de doenças dos crimes, dos vícios e dos maus pensamentos, apresentam perispíritos negros, opacos e privados de luminosidade.
Inferimos daí que é fácil aos médiuns classificarem os espíritos que se aproximam deles, pelo gênero de luz que irradiarem. Se as irradiações são luminosas,embora não consigam distinguir-lhes a cor, são espíritos que pairam acima das paixões terrenas; se forem marrons, são espíritos agarrados às coisas da terra; e se forem opacas , são espíritos ignorantes.
Falamos, linha acima, de faixas mentais. Estas faixas se constituem pela reunião de todos os pensamentos afins; são inúmeras, quase que infinitas, a cruzar o espaço sem se confundirem. Porém para facilidade de compreensão, agrupá-las-emos todas em quatro grupos apenas: a faixa esplendorosa, ou de pensamentos glorificados; a faixa luminosa, ou de pensamentos raciocinados; a faixa escura, formada por pensamentos exclusivamente materiais; e faixa de trevas, composta de pensamentos fixos, opressivos, aviltantes e criminosos. Essas faixas se subdividem em inúmeras outras,de acordo com as vibrações mentais da humanidade encarnada e da desencarnada.
Cada um de nós ocupa uma dessas faixas; pela análise de nossos pensamentos mais íntimos, perceberemos facilmente em que faixa mental estamos situados, bem como a cor que assinala nosso perispírito.(1º)
RHEDAM. (rhedam@gmail.com)
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