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terça-feira, 7 de junho de 2011

O QUE É UM MÉDIUM?


                                                           O que é um Médium?

            Transcrevemos do Capítulo XV, do Livro dos Médiuns codificado por Allan Kardecas questões 178 e seguintes, 18 º edição, abril de 1991, páginas de 196 a 202, do Instituto de Difusão Espírita de Araras, SP.

                                                                  Médiuns.

          Os médiuns escreventes ou psicógrafos são aqueles que utilizam a escrita manual, dos método de comunicação, o mais simples, o mais cômodo, o mais completo. É para ela que devem tender todos os esforços, porque permite estabelecer com os Espíritos relações tão continuadas e tão regulares como as que existem entre nós. Tanto mais a ele deve-se aplicar porque é por esse meio que os Espíritos revelam melhor sua natureza e seu grau de perfeição, ou a sua inferioridade. Pela facilidade que tem de se exprimirem, nos fazem conhecer seus pensamentos íntimos e nos colocam, assim, em posição de julgá-los e de lhes apreciar o valor. De outra parte, a faculdade de escrever, para um médium, é a mais suscetível de se desenvolver pelo exercício.

          Os médiuns psicógrafos mecânicos são aqueles que não conseguem dominar através da sua vontade a agitação e o movimento de sua mão com o lápis, freqüentemente este é lançado longe com força, ou se agita convulsivamente e bate na mesa com cólera, mesmo quando o médium está na maior calma e se espanta de não ser senhor de si. Isso só acontece quando há presença de Espíritos imperfeitos, os Espíritos realmente superiores são constantemente calmos, dignos e benevolentes; se não são escutados convenientemente, retiram-se e outros tomam o seu lugar. O Espírito pode, pois, exprimir diretamente seu pensamento, seja pelo movimento de um objeto do qual a mão do médium é apenas um ponto de apoio, seja por sua ação sobre a mão do médium.
           Quando o Espírito atua sobre a mão, dá a esta um impulso completamente independente da vontade. Ela funciona sem interrupção, e malgrado o médium, enquanto o Espírito tem alguma coisa a dizer, e se detém quando termina.
           O que caracteriza o fenômeno, nesta circunstância, é que o médium não tem a menor consciência do que escreve; a inconsciência absoluta, neste caso, constitui o que se chamam os médiuns passivos ou mecânicos. Esta faculdade é preciosa pelo fato de não poder deixar nenhuma dúvida sobre a independência do pensamento daquele que se escreve.

           Os médiuns intuitivos são aqueles que recebem a transmissão do pensamento do Espírito desencarnado, através da sua alma ou Espírito encarnado. O Espírito estranho age sobre a alma do médium, com a qual se identifica. A alma sobre esse impulso, dirige a mão e a mão dirige o lápis. Neste caso, o Espírito estranho não substitui a alma ou o Espírito do encarnado, pois não pode deslocá-la: domina-a sem que saiba, e lhe imprime sua vontade. Nesta circunstância, o papel da alma não é absolutamente passivo, pois é ela que recebe o pensamento do Espírito e que o transmite. Nesta situação, o médium tem a consciência daquilo que escreve, embora não seja seu próprio pensamento; é o que se chamam de médium intuitivo.
Se assim é, dir-se-á, nada prova que seja de preferência o Espírito estranho, que escreve ao invés do médium. A distinção, com efeito, algumas vezes, é bastante difícil de se fazer, mas pode ocorrer que isso pouco importe. Todavia, pode-se reconhecer o pensamento sugerido no fato de que não foi jamais preconcebido; ele nasce a medida que escreve e freqüentemente, é contrário à idéia prévia que se tinha formado; pode mesmo estar fora dos conhecimentos e das capacidades do médium.
          O papel de um médium mecânico é o de uma máquina; o do médium intuitivo atua como faria um intérprete.  Este, com efeito, para transmitir o pensamento, deve compreendê-lo, dele apropriar-se, de alguma sorte, para traduzi-lo fielmente e, portanto, esse pensamento não é o seu: não faz mais que atravessar seu cérebro. Tal é exatamente o papel do médium intuitivo.

          Os médiuns semi-mecânicos esses sentem uma impulsão dada à sua mão, malgrado seu, mas, ao mesmo tempo, tem a consciência do que escreve, à medida que as palavras se formam. Nos médiuns mecânicos, o movimento da mão é independente da vontade, no médium intuitivo, o movimento é voluntário e facultativo. No primeiro, o pensamento segue o ato de escrever; no segundo, o precede; no terceiro ou semi-mecânico o acompanha. Estes últimos médiuns são os mais numerosos.

           Os médiuns inspirados são todas aquelas pessoas que recebem, seja no estado normal, seja no estado de êxtase, pelo pensamento, comunicações estranhas às suas idéias preconcebidas, pode ser incluídos na categoria dos médiuns inspirados; como se vê, é uma variedade de mediunidade intuitiva, com a diferença de que a intervenção de uma potência oculta é ainda bem menos sensível, porque, nos inspirados, é ainda mais difícil distinguir o pensamento próprio do sugerido. O que caracteriza esse último, sobretudo é a espontaneidade. A inspiração nos vem dos Espíritos que nos influenciam no bem, ou no mal, porém, ela é antes daqueles que nos querem bem, e dos quais, freqüentemente, por erro, não seguimos os conselhos; se aplica a todas as circunstâncias da vida, nas resoluções que devemos tomar; sob este aspecto, pode-se dizer que todo mundo é médium, porque não há pessoa que não tenha seus Espíritos protetores e familiares, que fazem todos os esforços para sugerirem, aos seus protegidos, pensamentos salutares. Se está bem compenetrado desta verdade, mais freqüentemente se recorreria à inspiração do seu anjo de guarda, nos momentos em que não se sabe o que dizer ou o que fazer. Que se invoque, pois, com fervor e confiança, em caso de necessidade e, com muita freqüência, ficar-se-á espantado com as idéias que surgirão como por encantamento, seja que se tenha um partido a tomar, seja que se tenha alguma coisa a compor. Se nenhuma idéia vier, é que precisa esperar. A prova de que a idéia que sobrevêm é uma idéia estranha, é que se ela estivesse na mente, dela se seria sempre senhor, e não haveria razão para que não se manifestasse à vontade. Aquele que não é cego, quando quer ver, não tem senão que abrir os olhos para ver; igualmente, aquele que tem idéias, as tem sempre à sua disposição; se não lhe vêm à sua vontade, é porque está obrigado a hauri-las alhures, que não no seu interior.
         Pode-se, ainda, incluir nesta categoria, as pessoas que sem estarem dotadas de uma inteligência excepcional, e sem saírem do estado normal, têm relâmpagos de uma lucidez intelectual que lhes dá, momentaneamente, uma facilidade de concepção e elocução, fora do costume, e em certos casos, o pressentimento das coisas futuras. Nesses momentos, que se chamam, justamente, de inspiração, as idéias se derramam, se seguem, se encadeiam, por assim dizer, por elas mesmas e por um impulso involuntário e quase febril; parece-nos que uma inteligência superior vem nos ajudar, e que o nosso espírito se desembaraça de um fardo.
          Os homens de gênio em todos os gêneros, artistas, sábios, literatos, são, sem dúvida, Espíritos avançados, capazes por si mesmos de compreender e de conceber grandes coisas; ora é, precisamente porque são julgados capazes, que os Espíritos, que querem o cumprimento de certos trabalhos, lhes sugerem as idéias necessárias, e é assim que, o mais freqüentemente, são médiuns sem o saberem. Têm, no entanto, uma vaga intuição de uma assistência estranha, porque quem apela à inspiração, não faz outra coisa senão uma evocação; se não esperasse ser ouvido, por que exclamaria, tão freqüentemente: Meu bom gênio, vem em minha ajuda!
           A causa primeira da inspiração, é a comunicação do Espírito pelo pensamento.
           A inspiração não é utilizada só para revelar as grandes coisas, freqüentemente, é usada com as mais comuns circunstâncias da vida. A inspiração pode nos orientar em não fazermos algo que queremos fazer, por exemplo uma viagem, pois pode ser perigosa para nós, ou fazermos algo que não pensávamos, isto é a inspiração. São bem poucas as pessoas que não tenham estado mais ou menos inspiradas em certos momentos.
           Um autor, um pintor, um músico, podem ser considerados médiuns em momentos de inspiração. Porque nesses momentos sua alma está mais livre, e como desembaraçada da matéria; recobra uma parte das suas faculdades de Espírito e recebe mais facilmente as comunicações dos outros Espíritos que a inspiram.

            Os médiuns de pressentimentos são aqueles que apresentam uma intuição vaga das coisas futuras. Certas pessoas têm essa faculdade mais ou menos desenvolvida; podem devê-la a uma espécie de segunda vista que lhes permite entreverem as conseqüências das coisas presentes e a filiação dos acontecimentos; mas, freqüentemente, também ela é o fato de comunicações ocultas, e é nesse caso, sobretudo, que se pode dar, àqueles que dela são dotados o nome de médiuns de pressentimentos, que são uma variedade de médiuns inspirados.

                                                                            RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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