"Cada frase, que imprimas ao papel dos minutos da tua existência, falará por ti,
em milhares de seres".
José de Castro.
Os Três Crivos.
Certa feita, um homem esbaforido achegou-se a Sócrates e sussurrou-lhe aos ouvidos:
- Escuta, na condição de teu amigo, tenho coisa muito grave para dizer-te, em particular...
- Espera! Ajuntou o sábio prudente. Já passaste o que vais me dizer pelos três crivos?
- Três crivos? - perguntou o visitante, espantado.
- Sim, meu amigo, três crivos. Observemos se tua confidência passou por eles. O primeiro pé o crivo da verdade. Guardas absoluta certeza, quanto àquilo que pretendes comunicar?
- Bem ponderou o interlocutor, - assegurar mesmo, não posso... Mas ouvi dizer e... Então...
- Exato. Decerto peneiraste o assunto pelo segundo crivo, o da bondade. Ainda que não seja real o que julga saber, será pelo menos bom o que queres contar?
Hesitando, o homem replicou:
- Isso não... Muito pelo contrário...
- Ah! - tornou o sábio - então recorramos o terceiro crivo, o da utilidade, e notemos o proveito do que tanto te aflige.
- Útil?!?!... - aduziu o visitante ainda agitado - Útil não é...
- Bem - rematou o filósofo num sorriso, - se o que tens a confiar não é verdadeiro, nem bom e nem útil, esqueçamos o problema e não te preocupes com ele, já que nada valem casos sem edificação para nós!...
Ai está, meu amigo, a lição de Sócrates, em questão de maledicência.
Irmão X/ Francisco Candido Xavier.
RHEDAM. (rhedam@gmail.com).
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