DIA: 00.00.00. 11º. AULA. ENCARNAÇÃO E REENCARNAÇÃO.
“Morrer... é viver mais.“
CARLOS PEREIRA
Ler no Livro dos Espíritos as perguntas, 132.133.133 a .
Da Reencarnação - Justiça da Reencarnação
A doutrina da reencarnação, ou da Pluralidade das Existências do Espírito no corpo carnal, é a única que satisfaz a razão do homem, e que corresponde à idéia que se tem da justiça de Deus, no tocante às enormes discrepância notadas na face da Terra, quando se analisam as profundas variações que existem entre os encarnados: as diferentes posições sociais, a vida na pobreza, na miséria, na fome, no frio, nas enfermidades, e a vida na abastança, no poder, na saúde, nas satisfação dos sentidos. A reencarnação é a única lei que pode explicar o futuro e alimentar esperanças, pois é através dela que são facultados os meios de o homem resgatar seus erros, na pauta de novas provações.
A reencarnação se contrapõem à teoria absurda da unicidade das existências, pela qual o espírito viveria uma só vez na forma carnal e teria a sua sorte definitivamente selada, após a desencarnação, defrontando-se, então, com o terrível dilema: Bem-aventurança eterna ou condenação eterna.
A razão indica, e os bons Espíritos ensinam que a doutrina da Reencarnação é altamente consoladora, porque, através dela, o homem compreende que Deus é justo, misericordioso, e a expressão mais elevada do amor e da bondade.
Pela lei da reencarnação, a alma, que não alcançou a perfeição na vida corpórea, terá pela frente a oportunidade de novos renascimentos no corpo carnal, para prosseguir no roteiro que lhe foi traçado, a fim de alcançar a perfeição.
Todos os homens já tiveram muitas existências, pois é indubitável que não poderão atingir o estado de pureza numa só vida terrena, geralmente cheia de percalços, de obstáculos de toda a sorte, de forma que, pela reencarnação expiam as faltas cometidas e poderão assumir o compromisso de novas provas redentoras, regressando à arena de luta que é a Terra ou outro planeta. Deus quer que seus filhos se tornem, um dia, no decurso da eternidade, Espíritos bem-aventurados e puros.
O número de reencarnações não é o mesmo para todos os Espíritos, porquanto depende do esforço que cada um faz em prol do seu aprimoramento moral e espiritual. A cada nova existência o Espírito dá um passo adiante na senda do progresso. Uma vez que chegue a ficar livre de todas as impurezas, não terá mais necessidade de novas vidas corporais. O que se pode dizer é que as encarnações sucessivas variam de Espírito para Espírito e são muito numerosas, porquanto o progresso é infinito.
Todos os Espíritos caminham rumo à perfeição e Deus lhes faculta meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal, que se tornarem necessárias para atingirem esse desiderato.
A reencarnação é eqüitativa e justa, porque ela faculta aos Espíritos, realizarem, em novas existências corpóreas, o que não puderam fazer ou concluir numa vida anterior.
Deus jamais seria um Pai de justiça e de incomensurável amor e bondade, se condenasse para sempre os que não conseguiram vencer suas provas por fatores adversos, encontrados no próprio meio onde foram colocados, e alheios à vontade que os animava. Deus seria sumamente injusto se julgasse os seus filhos de modo deferente uns dos outros, ou que aplicasse a sua justiça de modo unilateral.
As vidas sucessivas têm por objeto o desenvolvimento da inteligência, do caráter, das faculdades, dos bons instintos, e a supressão dos maus.
Diz Gabriel Delanne, em seu livro “Reencarnação”:
“Sendo contínua a evolução e perpétua a criação, cada um de nós, no correr das existências, é, a todo instante, feitura de si mesmo. Com efeito, trazemos conosco uma sanção inevitável, que pode deixar de exercer-se imediatamente, mas que, cedo ou tarde, terá uma repercussão certa nas vidas futuras.
As desigualdades morais e intelectuais já não são o resultado de decisões arbitrárias da divindade e a justiça já não se acha ferida.
Partindo todos do mesmo ponto, para chegar ao mesmo fim, que é o aperfeiçoamento do ser, existe realmente uma perfeita igualdade entre todos os indivíduos.
Essa comunhão de origem mostra claramente que a fraternidade não é uma palavra vã. Em todos os degraus do desenvolvimento, sentem-se os homens ligados uns aos outros, de sorte que não existe diferença radical entre os povos, a despeito da cor da pele ou do grau de adiantamento. A evolução não é somente individual, é coletiva. "As noções se reencarnam por grupos, de sorte que existe uma responsabilidade coletiva como existe a individual; daí resulta que, qualquer que seja a nossa posição na sociedade, temos interesse em melhorá-la, porque é o nosso futuro que preparamos.” (1)
(Ler no Livros dos Espíritos as perguntas 166 à 171.)
Encarnação nos Diferentes Mundos
As diferentes existências corpóreas se passam nos diferentes mundos. As encarnações na Terra não são as primeiras nem as últimas, mormente porque ainda o homem se encontra na escala evolutiva muito material, longe da perfeição.
Em novas existências corpóreas, a alma pode renascer muitas vezes num mesmo globo, se não estiver suficientemente adiantada para passar a um mundo superior.
Os Espíritos podem, depois de haverem encarnados em outros mundos, encarnar-se neste, pois todos os mundos são solidários; assim há muitos Espíritos encarnados pela primeira vez na Terra, e em diversos graus.
Há no Universo muitos orbes do mesmo grau evolutivo, bem como inferiores e superiores.
Os Espíritos podem permanecer Estacionários, renascendo inúmeras encarnações no mesmo grau evolutivo, porém nunca retrogradam, apenas estacionam; sua punição é a de não avançarem e terem que recomeçar as existências mal empregadas, no meio que convém à sua Natureza.
Todas as vezes que os Espíritos falirem em suas provas ou em suas missões, terão que recomeçar no mesmo ponto em que tenham interrompido a reencarnação anterior.
Ao passar deste para o outro mundo, ou vice-versa, o Espírito sempre conserva a inteligência, que nunca perde, embora, algumas vezes, em determinadas circunstâncias, não disponha de meios de exteriorização da inteligência que possui, por encontrar-se tolhido temporariamente pelas vestes carnais.
Os seres que habitam os diferentes mundos têm corpos orgânicos da matéria de cada mundo, porque é necessário que o Espírito se revista da matéria, para agir sobre ela; mas esse envoltório é mais ou menos material, segundo o grau de evolução a que chegaram os Espíritos, e é isso que determina as diferenças entre os mundos que o homem tem que percorrer. Jesus disse que “Há muitas moradas na Casa de nosso Pai”, e, portanto, muitos são os seus graus.
Á medida que o Espírito se purifica, o corpo, que o reveste, aproxima-se igualmente da Natureza espiritual. A matéria se torna menos densa, já que se arasta penosamente pelo solo, suas necessidades físicas são menos grosseiras, os seres vivos não têm mais necessidade de se destruírem para alimentar-se. O Espírito é mais livre e tem, para as coisas distanciadas, percepções que o homem desconhece, pois vê pelo pensamento aquilo que só o encarnado vê pelos olhos do corpo.
A purificação dos Espíritos reflete-se na perfeição moral dos seres em que estão encarnados; as paixões animais se enfraquecem, o egoísmo dá lugar ao sentimento fraternal.
Passando a viver em mundos mais adiantados, o Espírito passa por nova infância, que, em toda a parte, é uma transição necessária, porém não é sempre tão demorada como na Terra.
Nem sempre o Espírito pode escolher o novo mundo em que vai habitar, porque é preciso merecer, e os mundos só são acessíveis aos Espíritos de acordo com o grau evolutivo atingido.
Os mundos também são submetidos à lei do progresso, portanto, começam num estado de inferioridade como ainda é a Terra, mas progredirá. A Terra também terá que progredir e já o homem está vivendo, neste século, a fase de transição para deixar de ser um orbe de expiação e provas para passar a ser, paulatinamente, um planeta de regeneração.
Assim, as raças que atualmente povoam a Terra desaparecerão um dia e serão substituída por seres mais e mais perfeitos. Essas raças transformadas sucederão a atual, como esta sucedeu a outras que eram mais grosseiras.
A substância do Perispírito ( envoltório do Espírito e que serve de ligação entre o Espírito e corpo físico, enquanto encarnado), não é a mesma em todos os globos. é mais eterizada em uns do que em outros planetas. Ao passar de um para outro mundo, o Espírito se reveste da matéria própria de cada um com a rapidez de um relâmpago.
Há mundos onde quase inexiste a materialidade do corpo, confundindo-se ela com o Perispírito, um envoltório tão etéreo que não se consegue apreender; é como se não existisse, tal o grau de pureza desses Espíritos.
Os Espíritos puros habitam determinados mundos, mas não estão confinados a eles como os homens à Terra, pois podem melhor que os outros, estar em toda a parte. (1)
(Ler o Livro dos Espíritos perguntas 172 à 188.)
LIMITES DA ENCARNAÇÃO - NECESSIDADE DA ENCARNAÇÃO
“ O que é nascido da carne, é carne, e o que é nascido do Espírito é Espírito.”
( João, 3,6)
A encarnação não sofre limitações para o homem que habita este mundo; ele acontece enquanto ele não tiver atingido o mais elevado índice evolutivo comportado por este planeta. Quando o homem tiver superado toda a gravação evolutiva da Terra, ele encarnará num mundo imediatamente mais elevado. Sendo a Terra um planeta de provas expiações, o mundo que lhe está em situação um pouco mais evoluída é um mundo de regeneração, onde o Espírito encarnado experimenta menos dores, verte menos lágrimas e enfrenta menos tribulações.
Existe uma classificação dos mundos, e, quando mais evoluído o mundo for, nele a matéria deixa de exercer tanta influência, tem menos predominância, torna-se mais quintessenciada. O Espírito que nele encarna sofre muito menos e desfruta de maior felicidade. Quando tiver atingido os mundos puros ou divinos, a felicidade do Espírito se torna ampla, não haverá lágrimas e ele se torna bem mais próximo de Deus. Existem, no entanto, mundos primitivos, mais atrasados que a Terra. Neles a matéria predomina, tem muito maior densidade, o instinto prevalece em detrimento da razão, o direito da força tem primazia sobre a força do direito.
O Espírito se purifica, à medida que ascende na escala evolutiva, tanto moral como espiritualmente, gravitando de um mundo mais atrasado para outro imediatamente mais evoluído. Nessa nova morada o seu perispírito se torna mais sutil, menos denso, passando a desfrutar de maior sensibilidade e de facilidade de locomoção.
Os espíritos mais elevados podem descer e até encarnar, em missão, nos mundos inferiores, porém, os Espíritos que estão nesses mundos, não poderão encarnar em mundos superiores.
Os Espíritos que encarnam na Terra, não precisam fazê-lo em todos os mundos do mesmo nível evolutivo, para atingirem a perfeição. Existem outros mundos com evolução paralela à da Terra e também muitos mundos de regeneração. Basta que o Espírito passe por um deles para progredir o suficiente, para atingir o limite máximo da evolução que esse planeta comporte e possa passar para outro de nível imediatamente superior.
O perispírito também passa por transformações sucessivas. Ele se torna mais rarefeito, até atingir a purificação completa, quanto atingir a nível evolutivo dos Espíritos puros.
A encarnação do Espírito é uma necessidade imperiosa, para que ele possa realizar, com a ajuda do elemento material, os propósitos que Deus espera que ele realize. É necessária, também, para que ele venha colimar a perfeição, pois as atividades que está
Sujeito constitui poderoso coadjuvante no propósito de desenvolver a sua inteligência e aprimorar o discernimento pela razão, condição que o faz aproximar-se mais de Deus. O Pai é eqüitativo e Justo, por isso ele jamais poderia aquinhoar um de seus filhos de modo diverso do que acontece com os demais. A todos, Ele concede o mesmo ponto de partida, as mesmas aptidões, as mesmas obrigações e encargos e a mesma liberdade para usufruir do livre arbítrio. Todo e qualquer privilégio seria uma preferência, e qualquer preferência uma injustiça.
A encarnação é uma estado transitório e acontece no princípio da existência como prova inicial para aprender a aplicar o livre arbítrio, retardam o seu ciclo evolutivo e têm que experimentar muitas vezes amargas decepções. Pela obstinação na prática do mal, podem prolongar sensivelmente a necessidade de reencarnarem. Nesse caso, a encarnação se torna uma penalidade.
O homem pode tornar como comparação o que comumente ocorre na Terra. Numa escola, se o aluno for aplicado e estudar com afinco e dedicação, logo terá passado por todos os estágios e poderá vangloriar-se de ter, pelo seu próprio esforço, vencido todos os óbices e atingido a meta final, sem ter passado por qualquer repetição, o que seria equivalente a uma penalidade. Se, pelo contrário, ele tiver sido displicente, ocioso, o seu ciclo de estudos se dilatará consideravelmente, pois a repetição do mesmo estágio em várias classes redundará, para ele, em desagradável punição.
No caso de um selvagem ter que submeter-se a várias encarnações, isso pouco significará para ele, que tem necessidade de desenvolver a inteligência. Entretanto, para um homem esclarecido, para quem o senso de moral já está bem desenvolvido, as repetições de encarnações dolorosas evidentemente significarão severa punição. Por isso, quanto mais o indivíduo se esforçar pelo seu aprimoramento moral e espiritual, menos encarnações terá pela frente. (1)
Ler no Livro dos Médiuns páginas: 369. 419.
Ler no Livro Céu e Inferno Páginas: 26, 27, 28, 55, 56, 98, 165, 189, 196, 198, 210, 231, 232, 240, 246, 280, 284, 294, 342, 344, 345, 347, 348, 356, 369.
Ler na Gênese o capitulo XI.
Os Espíritos são criados simples e ignorantes. No início, não possuem o conhecimento do bem e do mal. São dotados do germe da inteligência. Com o tempo, adquirem consciência se si mesmos. Sua constituição, como dissemos, é abstrata e a forma como foram criados, ainda é um mistério não revelado pelo plano espiritual.
Todo Espírito está destinado a perfeição e se não consegue atingi-la numa vida. Deus concede-lhe outra, para que cresça em inteligência e moralidade. O renascimento sucessivo do Espírito é chamado reencarnação. A evolução se dá progressivamente, pois ela está intimamente ligada à experiência. Através de lutas expiatórias e provações a entidade caminha em busca da própria iluminação e aperfeiçoamento.
Ao iniciar-se nos primeiros estágios evolutivos, o Espírito encarnado sofre todo tipo de influências, boas e ruins. Como é ignorante, há nos seus hábitos uma predominância do mal.
O Criador concede a todos seus filhos a liberdade de ceder ou resistir às más influências. Chamamos isso de “livre arbítrio “. Esta liberdade de agir desenvolve-se na medida em que o Espírito adquire consciência de si mesmo. Isso faz com que tenha o mérito de suas próprias ações.
Uma encarnação pode ser livre, compulsória ou de missão.
Cada existência na matéria significa um passo a mais na busca do aperfeiçoamento. Um Espírito, por má vontade ou preguiça, pode manter-se estacionado, mas nunca regride. O número de encarnações varia de entidade para entidade. Os que estiverem imbuídos de boa vontade tendem a atingir a perfeição mais rápido do que aqueles que ficarem presos à ociosidade.
É na encarnação que se tem oportunidades de redimir erros e de sofrer experiências libertadoras. São as expiações e as provas.
O mundo material é a escola de aprendizado. No mundo espiritual se colhem os frutos daquilo que se plantou em vida. Todos os Espíritos sofrem as vicissitudes da existência corpórea; uns para expiar seus erros; outros, mais evoluídos, para provarem virtudes ou cumprirem missões.
A reencarnação é a chave que explica a justiça e a misericórdia de Deus. Através dela, tudo o que se faz se paga. Todos os pecados possuem sua redenção e todos os pecados serão salvos.
Nas Escrituras Sagradas, o ponto mais favorável à reencarnação é a passagem em que o Mestre Jesus, ao descer do monte Tabor, afirma de modo inquestionável que João Batista teria sido a reencarnação do profeta Elias. Esta citação está no Evangelho de Mateus, capítulo 17, versículos 9 a 13. (2)
LEIS DE CAUSA E EFEITO
O criador, em sua infinita sabedoria, concede ao seus filhos a liberdade de agir como bem entendem. Porém, todas essas ações estão sujeitas a uma lei natural de justiça, chamada de “causa e efeito”, “ação e reação” ou “plantio e colheita”. É por meio desta lei, que acabamos responsáveis por tudo quanto fizemos. Livre é a semeadura, porém obrigatória é a colheita. Submetemo-nos, mais cedo ou mais tarde, à reação de tudo quanto fazemos. Uma má ação que prejudica o próximo ou nós mesmos resultará numa reação de igual intensidade. É uma forma sábia de nos ensinar a não repeti-la.
A lei de causa e efeito, não foi inventada pelo Espiritismo. Ela é uma das leis da física promulgada pelo cientista Isaac Newton, que afirma que em toda ação realizada, aparece uma mesma de outra natureza e sentido contrário.
Muito sofrimentos de hoje são explicados pelo mecanismo de ação e reação. Obras más, realizadas em outras encarnações, provocam colheitas desagradáveis na presente existência. A dor moral ou física deve ser encarada sem revolta, pois que se trata de resgate ou prova necessária à evolução. Rebelar-se agrava o mal. A aceitação alivia ou cura. De posse deste conhecimento, devemos nos empenhar em ações de justiça e de benemerência aos males alheios, estimulando assim a lei em favor de nós mesmos.
CARMA
Carma é uma palavra sânscrita que significa ação. Não é um termo encontrado na Codificação Espírita, mas é usado hoje por muitos que se interessam pelo Espiritismo. Achamos por bem comentar seu significado de modo que se compreenda seu real sentido.
Pode-se afirmar que o carma é a história do Espírito, desde que teve sua primeira encarnação. Quando começou sua ação evolutiva, teve início seu carma.
Ao contrário do que se pensa, carma não é sinônimo de sofrimento. Carma é a gravação contendo as ações dos Espíritos, uma espécie de bagagem histórica que lhe é própria. São suas virtudes, seus defeitos, créditos e débitos. São as ações que formam sua personalidade.
A cada encarnação o carma se modifica. A educação, os costumes do povo onde o Espírito encarna dão a ele novo aspecto. A lei de causa e efeito, agindo nas encarnações, regula a evolução do carma modificando todo o patrimônio psíquico. (2)
A Reencarnação.
O Espiritismo é uma doutrina reencarnacionista; prega a reencarnação do espírito.
Nós vivemos alternadamente no mundo espiritual e no mundo material. No mundo espiritual vivemos sem o corpo de carne; e para lá iremos através da morte, isto é desencarne. No mundo material vivemos num corpo de carne; e para cá viemos pelo nascimento, isto é, pela reencarnação.
As finalidades da reencarnação são Três; o aprendizado, a elevação e a reparação. Por isso chegamos à Terra investidos de graves responsabilidades e com um programa definido para cumprir.
Não estamos na terra em gozo de férias, ou para vivermos ao sabor de nossa fantasia.
Aprendizado;
A Terra é uma escola na qual estamos matriculados para desenvolver as nossas faculdades nobres. Pelas numerosas experiências que a vida na terra nos proporciona, educamos o nosso sentimento, isto é, o nosso coração. A base de educação do sentimento é o grande primeiro mandamento: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Derivam-se dele todos os outros preceitos educativos.
O aprendizado na terra também nos dá a oportunidade de instruir o nosso espírito, enchendo-o de sabedoria.
Elevação:
À medida que vamos educando nosso sentimento e adquirindo sabedoria, no mesmo passo iremos elevando-nos a planos superiores do Universo, isto é, ingressando em colônias espirituais mais adiantadas. A nossa elevação é uma conseqüência da educação de nosso sentimento e da sabedoria já conquistada.
Reparação:
Se formos maus e praticarmos o mal, teremos de arcar com as conseqüências do mal que tivermos praticado. E assim a reencarnação funciona como um corretivo ao espírito culpado. Aquilo que tivermos feito os outros sofrer, isso mesmo sofreremos durante nossas reencarnações. Contudo a reencarnação não é um elemento reparador. Nas reencarnações sucessivas seremos postos em íntimo contato com aqueles a quem causamos males e infelicidades, para que possamos dar-lhes a justa reparação. (3)
O CICLO DAS REENCARNAÇÕES.
Quantas reencarnações teremos na Terra?
Não há um número preestabelecido de encarnações para cada um de nós. Reencarnaremos tantas vezes quantas forem necessárias para nosso aprendizado, elevação e reparação. Unicamente de nós depende reencarnar mais ou menos vezes. Se nos comportamos bem em cada reencarnação, reduziremos o número delas; do contrário o aumentaremos.
As reencarnações felizes
Caracterizam-se estas reencarnações por conferirem a seus possuidores uma quase completa felicidade; estão isentos da maioria dos males que dificultam a vida na Terra; e, em qualquer posição em que estejam colocados, nada lhes falta; estão ao abrigo dos grandes sofrimentos e da necessidade.
Merecem as reencarnações felizes os espíritos que não trazem grandes faltas a sanar das reencarnações passadas; sabem tirar bom proveito da aprendizagem e trilham o caminho da elevação.
À medida que a ignorância for sendo banida da face da Terra, o número de reencarnações felizes irá aumentando porque, então, saberemos dedicar-nos ao nosso verdadeiro bem de nossos semelhantes.
As reencarnações suaves
As reencarnações suaves constituem um premio de repouso para o espírito. Há espíritos que, como desencarnados, trabalham arduamente e por longo tempo nas regiões inferiores e de trevas do mundo espiritual; conseguem assim créditos a seu favor; e como ainda não estão em condições de ascenderem a colônias superiores e pouco ou nada devem de reencarnações anteriores, é-lhes concedida uma reencarnação suave.
Caracteriza-se uma reencarnação suave por facilitar ao espírito todo o necessário para sua elevação espiritual, e pondo-o ao abrigo das lutas penosas da existência terrena. Na face da Terra são numerosas estas reencarnações, como justo premio ao trabalho nobre e ao esforço em prol do bem aos semelhantes.
As reencarnações semifelizes
As reencarnações semifelizes são aquelas que proporcionam ao espírito alternativas de alegrias e de sofrimento. Sempre há um quê a não deixar o espírito gozar a felicidade completa; contudo, analisando sua vida, não poderá dizer que ela foi totalmente de desgraças; às horas tempestuosas, sucederam-se horas bonançosas; repouso e tranqüilidade depois de ásperas provações.
As reencarnações semifelizes constituem a grande, a imensa maioria na face da Terra, o que facilmente se explica; são raros os encarnados que não trazem dívidas de reencarnações anteriores; essas recaem no presente para serem pagas; e no momento de pagá-las, sobrevém o sofrimento. Todavia, uma vez liquidadas as dívidas, o espírito caminha para a felicidade, se tiver o cuidado de não contrair novas dívidas.
As reencarnações dolorosas
As reencarnações dolorosas trazem em constante sofrimento o espírito que passa por elas. Infelizmente ainda são bastante numerosas. Merecem-nas os espíritos que muito erraram, fazendo muito mal aos seus semelhantes em encarnações anteriores; agora recebem em seus próprios corpos o reflexo do sofrimento que infringiram aos outros.
Embora saibamos que sofrem porque merecem, nem por isso devemos deixar de estender-lhes nosso afeto, nosso carinho e nossas atenções; é nosso dever fraternal amenizar-lhes o rigor da expiação, ajudando-os na áspera senda da reparação.
É este um tipo de reencarnação que tende a desaparecer de nosso planeta. Na proporção em que o homem se for moralizando, irão acabando as reencarnações dolorosas.
As reencarnações sacrificiais
Reencarnações sacrificiais são aquelas que um espírito suporta com o fito de vir ajudar outros a se porem no bom caminho. Chamam-se sacrificiais, isto é, de sacrifício, porque os espíritos que as usam já alcançaram um grau de elevação tal que os isenta de virem passar por trabalhos e sofrimentos aqui na terra; entretanto, para aqui vêm e sofrem e lutam, dando o bom exemplo no meio em que se reencarnaram; visam com isso a promover o progresso de entes queridos que tivessem estacionado nas sombras do mal.
Estas reencarnações são comuns e os espíritos elevados se servem delas para promoverem a melhoria do planeta; a maior foi de Jesus. (3)
POR QUE O ESPÍRITO REENCARNA
Diante dos sofrimentos aos quais o espírito se expõe na terra, somos levados a perguntar por que eles se reencarna, submetendo-se, por vezes a um duro viver.
Quando estamos desencarnados habitando uma colônia espiritual, vemos as coisas de um modo diferente do que quando encarnados. Lá compreendemos que sem passar pelos trâmites da reencarnação, jamais adquirimos forças, poder, esplendor; nem nos será possível quitar os compromissos contraídos em antigas reencarnações; e convecemo-nos de que tudo isso só será possível mediante novas experiências na terra. É para conquistarmos graus espirituais mais elevados que constituirão nossa riqueza verdadeira, e para retificar o passado cheio de culpas, arrostamos de bom grado as incertezas das reencarnações.
O corpo humano funciona como um filtro depurador. A animalidade que trazemos de nosso passado inescrutável é retida pouco a pouco pelo filtro da carne; e de cada uma das reencarnações, o espírito sai um pouco mais depurado, um pouco menos animal, um pouco mais humanizado.
A consciência, torturada pelo remorso, encontra no corpo humano o remédio bendito de sua redenção. Os compromissos morais que assumimos conscientemente como encarnados, somente como encarnados podemos solvê-los. E enquanto os compromissos morais não forem solvidos, o remorso não deixará de perturbar o espírito culpado.
Assim é que a reencarnação reúne de novo, embora em ambiente diverso, ofendidos e ofensores, vítimas e verdugos, os quais recapitulam juntos um passado de erros, procurando corrigi-los. E quando nós nos defrontamos com portadores de moléstias presentemente incuráveis, com os aleijões, com a idiotia, coma cegueira, com a surdez, com a mudez, e tantas outras, vemos irmãos que no passado se entregaram ao crime, aos vícios, á perversidade e agora, por meio do filtro da carne, procuram curar seus espíritos doentes, mutilados, enlouquecidos.
Quando desencarnados, compreendemos a extensão dos compromissos morais que assumimos e ansiamos por liquidá-los; vemos as deformidades que o vício, o crime, a perversidade, causaram ao nosso corpo espiritual; certificamo-nos, então, de que o único caminho a seguir é a reencarnação dolorosa para obtenção da cura. E divisando novos e mais amplos horizontes, somos informados de que a reencarnação para o aprendizado e a elevação é que nos fornecerá os meios de alcançá-los. Tudo isso faz com que deixemos de lado os receios inúteis e mergulhemos nas sombras do mundo para conquistar as glórias do céu. (3)
RHEDAM. (rhedam@gmail.com)
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