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sexta-feira, 22 de abril de 2011

CARMA.


                                                           Carma.
            Falaremos sobre o “Carma” e vamos procurar entender o seu significado. Para a compreensão, as opiniões e as conclusões têm de cessar. Não podemos compreender algum tema em questão quando já temos uma opinião formada, ou conhecêssemos as conclusões de outras pessoas.
            Precisamos descobrir a verdade sobre o “Carma”?
            - Sim. Sem ficarmos enclausurados e opiniões e conclusões alheias.
            Como definimos a palavra “Carma”?
            - É uma palavra sânscrita, que significa “fazer”, “ser”, ‘agir’, etc. Carma é a ação, e toda ação é resultado do passado. Não pode haver ação que não seja condicionada pelo fundo já existente.  Através de uma série de experiências, de condicionamentos e conhecimentos, formam-se o fundo tradicional, não só na vida presente do indivíduo e do grupo, mas através de muitas reencarnações. A constante ação e a ação recíproca (reação) e o fundo, que é o “eu”. O que pratiquei na minha vida passada, ou ainda ontem, me prende, me molda, causando dor ou prazer no presente. Há carma coletivo, bem como carma individual. Tanto o grupo como o indivíduo se acham presos à cadeia de causa e efeito. "Haverá sofrimento ou alegria, punição ou recompensa, conforme o que pratiquei no passado”.
            Dizem que a ação é resultado do passado. Mas tal ação não é ação, porém apenas reação, não é assim? O condicionamento, o fundo reage aos estímulos; está ação é a resposta da memória, e isso não é ação, porém carma. Carma são a reação resultante de certas causas e produtiva de certos efeitos. Carma é esta cadeia de causa e efeito. Essencialmente, o processo do tempo é Carma, não?  Enquanto existir passado, tem de existir presente e futuro. Hoje e amanha são os efeitos do ontem; ontem, em conjugação com hoje, faz o amanha. Carma como é entendido é um processo de compensação.
            Carma é um processo de tempo, e a mente é resultado do tempo.
            Só um pouco são os felizes que podem libertar-se dos tentáculos do tempo; nós outros na grande maioria estamos aprisionados no tempo. O que fizemos no passado bom o mau, determina o que somos no presente.
            O fundo, o passado, é um estado estático? Ele não está a sofrer modificação constante? Não somos hoje os mesmos que fomos ontem; tanto fisiologicamente como psicologicamente, há uma modificação constante.
            Sabemos que a mente não é um estado fixo. Nossos pensamentos são transitórios, modificando-se incessantemente; são a reação proveniente do fundo. Nossos pensamentos são a reação do fundo. Nós somos o fundo. O pensador é produto dos seus pensamentos.
            O pensamento é a reação do fundo, da memória; a memória é o conhecimento, resultado da experiência.
            Podemos substituir uma forma de condicionamento, por outra, mas está é ainda condicionamento.  A reação desse condicionamento é Carma. A reação da memória é chamada ação, mas é apenas reação; está “ação” gera nova reação, formando-se assim, uma cadeia que chamamos causa e efeito. Mas a causa também não efeito? Nem causa nem efeito é estático. Hoje é o resultado de ontem, e hoje é a causa de amanha; o que foi causa se torna efeito, e o efeito a causa. As duas causa e efeito se interpenetram. O homem é livre para “ser”o que ele deseja “ser”.  
            O Carma é o processo do tempo, o passado se movimenta através do presente em direção ao futuro; esta corrente é a via do pensamento. Este é o processo do tempo, e aquilo que é imensurável, atemporal, só pode surgir depois de desaparecer o processo do pensamento. A tranqüilidade da mente não pode ser provocada por nenhuma prática ou disciplina. Fazem-se a mente tranqüila, então, tudo o que nela se manifestar será simples “autoprojeção”, reação da memória.
            A quebra da cadeia do Carma não depende do tempo, pois não podemos chegar ao atemporal através do tempo.
            Carma tem que ser compreendido como processo total e não apenas como coisa relativa ao passado. O Passado é tempo, como é também o presente e o futuro. O tempo é memória, palavra, idéia. Quando não existe mais a palavra, o nome, a associação, a experiência, só então a mente está tranqüila, não somente nas suas camadas superficiais, mas completamente, integramente.

                                                                             RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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