- DEUS - PARTE III.
“A vida está repleta da beleza de Deus e por isso não nos será lícito entregar o coração ao desespero, porque a vida vem de Deus, tal qual o Sol maravilhoso nos ilumina”.
Chico Xavier.
“DEUS E SUAS REVELAÇÕES PARA A HUMANIDADE”.
Resumo:
Muitas vezes nos perguntamos como e quando Deus se revelou para a humanidade. Foram três vezes. A primeira por Moisés através dos Dez Mandamentos e pelos profetas.
A segunda pela missão de Jesus Cristo a luz do mundo seus apóstolos e discípulos, trazendo o seu amor e os seus ensinamentos para todos aqueles que crerem n’Ele.
A terceira revelação aquela que já tinha sido anunciado pelo Cristo, quando disse: -”enviarei o consolador prometido que dirá o que eu disse e muito mais”, o espiritismo. Pois, os homens do seu tempo não tinham a capacidade de entender os seus ensinamentos, e muitos ainda hoje não conseguem compreende-lo em sua essência, que a sua Lei é a de justiça, amor e caridade.
Com base nesses ensinamentos recebidos do espiritismo, nós com o raciocínio lógico podemos entender as criações de Deus, como podemos ver a Deus, sentir a sua bondade através da sua providência em nosso favor. Como participar dos ensinamentos da luz de Deus no mundo, se não através dos exemplos de Jesus que devemos seguir e como aprenderemos a nos portar diante dele através do nosso comportamento expresso aos homens.
“DEUS E SUAS REVELAÇÕES PARA A HUMANIDADE”.
Deus se revelou para a humanidade três vezes, a primeira através de Moisés, a segunda através de Jesus Cristo Seu filho, e a terceira através do Espiritismo.
Na primeira revelação, no Monte Sinai, através de Moisés, Deus revelou a sua Lei que são os “Dez Mandamentos”, lei inalterável que é conhecida por todos nós as quais temos a liberdade de escolher cumpri-la ou não. Ele é um Pai tão bondoso que nos faculta essa livre decisão.
Moisés ouviu de Deus: - “Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses estrangeiros diante de mim. Não farás imagem talhada, nem figura nenhuma de tudo o que está no Céu e na Terra, nem de tudo o que esta nas águas e debaixo da terra. Não os adorarás, nem lhes renderás cultos soberanos”.
- “Não tomarás em vão o nome do Senhor, teu Deus”.
Mas a evolução do povo seguidor de Moisés era mínima, além de incultos e ignorantes, praticavam cultos profanos, pois, desobedeciam as leis, os costumes éticos e morais da época.
Moisés precisava difundir a idéia desse Deus terrível para impressionar essa gente, que muito pouco ou quase nada possuíam no sentido moral e no sentimento de uma delicada justiça. Ainda possuíam estava pouco desenvolvido o seu caráter. É evidente que aquele que tinha incluído entre os seus mandamentos: Não matarás; não farás mal a teu próximo, não poderia se contradizer fazendo do extermínio um dever. (2).
Assim, Moisés precisou criar um Deus severo, para que todas as suas leis causassem temor a este povo naturalmente turbulento e indisciplinado, no qual ele, tinha que combater os abusos e os preconceitos enraizados, adquiridos por eles durante a época da escravidão no Egito.
Desse modo, Moisés escreveu o Pentateuco, Lei que sentiu necessidade de editar, para conter essa multidão, através dessas escrituras criou um Deus, poderoso, dominador muito severo que impunha castigo a todos aqueles que as descumprissem. Para ter autoridade e respeito às suas leis, ele precisou atribuir-lhes origem divina, assim como o fizeram todos os legisladores dos povos primitivos: a autoridade do homem precisava se apoiar sobre a autoridade de Deus.
Deus é único. Moisés é o Espírito que Deus enviou em missão para torná-lo conhecido, não somente dos hebreus, mas também dos povos pagãos. Deus serviu-se dos hebreus para se revelar aos homens, por Moisés e os profetas.
Os mandamentos de Deus, revelados por Moisés, contêm o germe da mais ampla moral cristã. Mas esses mandamentos se tornaram uma brilhante fachada da obra, um farol que deveria iluminar a humanidade, no caminho a percorrer.
Esses povos, semi-selvagens quanto ao aperfeiçoamento de sua alma, não compreendiam que podiam adorar a Deus de outra forma, a não ser por sacrifícios sangrentos, e, muito menos que fosse preciso perdoar os inimigos. Assim, enquanto os sacrifícios falavam aos seus sentidos, a idéia de Deus lhes falava ao Espírito.
É a lei do progresso, à qual a Natureza está submetida, que se cumpre, e o Espiritismo é a alavanca da qual Deus se serve para fazer avançar a humanidade.
São chegados os tempos e as idéias morais devem se desenvolver para que se realize o progresso que está na vontade de Deus. (Um Espírito, Israelita - Mulhouse, 1861).
AS CRIAÇÕES DE DEUS:
Criando os mundos materiais, Deus também criou seres inteligentes a que damos o nome de Espíritos.
Desconhecemos a origem e o modo de criação dos Espíritos; apenas sabemos que eles são criados simples e ignorantes, isto é, sem ciência e sem conhecimento do bem o do mal, porém perfectíveis e com igual aptidão para tudo adquirirem e tudo conhecerem, com o tempo. A princípio, eles se encontraram numa espécie de infância, carentes de vontade própria e sem consciência perfeita de sua existência. (6)
Deus criou o Espírito, a alma, que têm sobrevivência e individualidade após a morte, com penas e recompensas futuras que constituem os princípios fundamentais de todas as religiões.
São Luís deixou-nos a seguinte mensagem: - “O fluído Universal é uma criação da Divindade. Tudo é criado, exceto Deus”.
O princípio das coisas reside nos mistérios de Deus. Tudo nos diz que Deus é o autor de todas as coisas, mas como e quando ele as criou? Ignoramos. Acerca de tudo que ele não julgou conveniente revelar-nos, apenas podemos erguer sistemas mais ou menos prováveis. Dos efeitos que observamos, podemos remontar algumas causas. Há, porém, um limite que não nos é possível transpor. Querer ir além é, simultaneamente, perder tempo e cair em erro.
O homem tem por guia, a pesquisa do desconhecido, para investigação dos mistérios que nos é permitido sondar por meio do raciocínio, um critério certo, um guia infalível: são os atributos de Deus. Assim, admitindo Que Deus é eterno, imutável, bom, que é infinito nas suas perfeições.
Porém, toda doutrina religiosa ou teoria cientifica, que tenda lhe tirar quaisquer parcela de um só dos seus atributos, será necessariamente falsa, pois, tende à negação da origem divina da mesma.
Sabendo que a existência da alma e de Deus, são conseqüência uma da outra e a base para o nosso estudo, devemos saber dos demais se eles:
Credes em Deus?
Credes ter uma alma?
Credes na sobrevivência da alma após a morte?
Porque, em definitivo as manifestações dos espíritos nada mais são que os efeitos das propriedades da alma. (3)
Todos os Espíritos têm sua tarefa marcada por Deus; cumprem-na nas condições que julgam convenientes para o bem daqueles que recebem sua comunicação. O bem é sempre o bem, quereis vós o façais em nome de Allah ou de Jeová, porque não há senão um só Deus para o Universo.
COMO VER A DEUS?
Os nossos órgãos visuais não podem perceber as coisas de essência espiritual. Unicamente com a visão espiritual é que podemos ver os Espíritos e as coisas do mundo imaterial. Somente a nossa alma, portanto, pode ter a percepção de Deus.
Sabemos que a visão de Deus constitui privilégio das almas mais purificadas e que bem poucas, ao deixarem o envoltório terrestre, se encontram no grau de desmaterialização necessária a tal feito.
Sendo Deus a essência divina por excelência, unicamente os Espíritos que atingiram o mais alto grau de desmaterialização e evolução o pode perceber. Desimpedida a visão Espiritual das névoas, das imperfeições, que a obscureciam, eles o verão de todo lugar onde se achem mesmo na Terra, porquanto Deus está em toda a parte.
O Espírito se depura com o tempo, não se despoja instantaneamente das suas imperfeições, são várias as reencarnações para que consiga tornar-se menos imperfeito. Logo após a morte não vêem "a Deus", como não o viam quando encarnados, porém, à medida que se depuram, tem d’Ele uma intuição mais clara. Não o vêem, mas compreendem-no melhor; mas eles, porém, o sentem; recebem os eflúvios do seu pensamento,
Nem um homem, conseguintemente, pode ver a Deus com os olhos da carne.
A linguagem humana é impotente para descreve como Deus se apresenta para aqueles privilegiados que o podem ver, porque não existe para nós nenhum ponto de comparação capaz de nos facultar uma idéia de tal coisa. Somos quais cegos de nascença a quem procurássemos inutilmente fazer compreender o brilho do Sol. (5)
A PROVIDÊNCIA DE DEUS.
A providência é a solicitude de Deus para com as suas criaturas. Ele está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às mínimas coisas. É nisto que consiste a ação providencial.
Admitindo a existência de Deus, quanto à sua ação, que ela exerça sobre as leis gerais do Universo; que este funcione de toda a eternidade em virtude delas, às quais toda criatura se acha submetida na esfera de suas atividades, sem que haja mister a intervenção incessante da providência.
Tendo restritas suas faculdades e percepções, não compreendem que Deus possa e se digne de intervir diretamente nas pequenas coisas. Estamos nele, como ele está em nós, segundo as palavras do Cristo. Torna-se compressível a idéia da possibilidade de Deus estar em toda a parte na Natureza de se ocupar de todas as coisas, como o espírito esta em todas as partes no corpo.
As diferentes criações, as diferentes criaturas se agitam, pensam, agem diversamente: Deus sabe o que se passa e assim, cada um olhe no que lhe diz respeito.
“Daí se pode igualmente deduzir a solidariedade da matéria e da inteligência, a solidariedade entre si de todos os seres de um mundo, a de todos os mundos e, por fim de todas as criações com o Criador”. (Quinemant, Sociedade de Paris, 1867)
Deus existe: disso não poderemos duvidar. É infinitamente justo e bom: essa a sua essência. A tudo se estende a sua solicitude, basta que compreendemo-lo. Só quer o nosso bem, donde se segue que o essencial é confiar nele. (5)
A LUZ DE DEUS NA TERRA.
Um dia, Deus em sua caridade inesgotável, permitiu ao homem ver a verdade varar as trevas. Este dia foi à chegada do Cristo.
Tendes confiança na bondade de Deus, e sede bastantes clarividentes para compreender os preparativos da nova vida que ele vos destina. Não vos será dado, é verdade, gozá-la nesta existência; mas, não sereis mais felizes se não reviverdes mais sobre esse globo, há de considerar do alto a obra de que haveis começado e que se desenvolverá sobre os vossos olhos? Couraçai-vos de uma fé firme e sem hesitação, contra os obstáculos que parecem dever se levantarem contra o edifício do qual pondes os fundamentos. As bases sobre as quais ele se apóia são sólidas: o Cristo assentou-lhe a primeira pedra. Coragem, pois, arquitetos do divino Mestre! Trabalhai, construí, Deus vos coroará a obra.
Mas lembrai-vos bem de que o Cristo renega como seus discípulos, quem não tenha a caridade senão sobre os lábios; não basta crer; é preciso, sobretudo, dar o exemplo da bondade, da benevolência e do desinteresse, sem isso a vossa fé será estéril para vós. (Santo Agostinho) (3)
Disse Jesus: -”João, todas as dúvidas que te assaltam se verificam pelo motivo de não haveres compreendido, até agora, que cada criatura tem um santuário no próprio espírito, onde a sabedoria e o amor de Deus se manifestam, através das vozes da consciência”.
"Também eu tenho afirmado que não poderei ensinar tudo o que desejara para os meus discípulos, sendo compelido a reservar outras lições do Evangelho do Reino para o futuro, quando a magnanimidade divina permitir que a voz do Consolador se faça ouvir entre os homens sequiosos de conhecimento”.
“O Espiritismo é de ordem divina, visto que repousa nas próprias leis da Natureza, e acreditai que tudo o que é de origem divina tem um objetivo grande e útil. A lei dos mundos é a lei do progresso”. (Fénelon- Poitiers, 1861)
DIANTE DE DEUS.
“Pai nosso...” Jesus. (Mateus; 6:9) Para Jesus, a existência de Deus não oferece motivo para contendas e alterações.
Não indaga em torno da natureza do Eterno.
Não pergunta onde mora.
N’Ele não vê a causa obscura e impessoal do Universo.
Chama-lhe simplesmente “nosso Pai”.
Nos instantes de trabalho e de prece, de alegria e de sofrimento, dirige-se ao Supremo Senhor, na posição de filho amoroso e confiante.
O Mestre padroniza para nós a atitude que nos cabe, perante Deus.
Nem pesquisa indébita.
Nem inquirição precipitada.
Nem exigência descabida.
Nem definição desrespeitosa.
Quando orares, procura a câmara secreta da consciência e confia-te a Deus, como nosso Pai Celestial.
Sê sincero e fiel.
Na condição de filhos necessitados, a Ele nos rendamos lealmente.
Não perguntes se Deus é um foco gerador de mundos ou se é uma força irradiando vidas.
Não possuímos ainda a inteligência suscetível de refletir-Lhe a grandeza, mas trazemos o coração capaz de sentir-Lhe o amor.
Procuremos, assim, nosso Pai, acima de tudo, e Deus, nosso Pai, nos escutará. (7)
Pesquisador e compilador: Carlos Gilberto Zanetti Mäder
Piracicaba, 18 de Março de 2011.
Qualquer colaboração, cooperação, comentário, crítica, questionamento e sugestões, por favor, comuniquem-se através do e-mail abaixo:
gepemediciniaespiritualidade@gmail.com
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E CITADA:
1º - O Livro dos Espíritos: Questões: De 1 a 13. - Allan Kardec -
2º - O Evangelho Segundo o Espiritismo: Cap. I - Allan Kardec -
3º - O Livro dos Médiuns - Allan Kardec - Editora IDE - Araras. SP.
4º - O Céu e o Inferno - Allan Kardec -
5º - A Gênese: - Capítulo II - Allan Kardec -
6º - Livro Obras Póstumas - - Allan Kardec -
7º - Fonte Viva Emmanuel - F. C. Xavier - FEB - Rio de Janeiro RJ - 10 º EDIÇÃO - 1982. Pág.. 367 e 368.
8º - Urgência - Emmanuel - F. C. Xavier - 1º. Edição - Editora GEEM - S. B. do Campo. SP. - 1980.
9º - Boa Nova - Humberto de Campos - F. C. Xavier - pág. 44 a 49. - 32º. Edição - Editora FEB - Rio de Janeiro RJ - julho de 2004.
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