ABSTINÊNCIA SEXUAL E APERFEIÇOAMENTO.
EUNUCOS QUE SE CASTRARAM
PELO REINO DOS CÉUS.
O
Evangelho nos fala dos “eunucos que se castraram a si mesmos por causa do Reino
dos Céus”. Os eunucos serão, em nosso entendimento, aqueles que, com abstinência
sexual e vida celibatária, entregaram a vida a benefício da Humanidade ou de si
mesmos, em duas situações: 1º) a dos Espíritos Superiores que vêm com missão definida
em atividades religiosas para impulsionar as criaturas humanas ao progresso espiritual
e que aceitaram voluntariamente, vivendo num clima de amor, renúncia e humildade
a bem dos semelhantes; 2º) a daqueles Espíritos que se encontram com necessidades
expiatórias e aceitaram involuntariamente ou seja, sem a aprovação de um desejo
íntimo. Trazem ainda muitos problemas morais por resolverem, através de um trabalho
árduo e penoso de reeducação dos sentimentos, em busca do Amor Universal.
Os Espíritos do segundo caso não superaram
ainda dificuldades e defeitos do sentimento e se encontram protegidos por uma
determinada disciplina externa, à feição de um braseiro encoberto por pequena
camada de cinzas, mas que, ao leve sopro das tentações e testes, voltam à tona
das emoções e dos hábitos menos felizes, trazendo angústias, frustrações e
desencanto. Estão sujeitos a falhas e quedas no campo da afeição, pois todos os
seus recursos genésicos não estão mortos nem imperfeitos mas, sim, algemados
por inibições e inversões, as quais não lhes garantem absoluto afastamento dos
deslizes do sentimento.
Apresentação exterior de religiosidade não
determina conquista de valores espirituais e sublimação da energia sexual. O
Espírito Emmanuel analisa, com agudeza psicológica, as criaturas com
experiência de vida celibatária:
«Esses eunucos,
porém, muito ao contrário do que geralmente se afirma, não são criaturas
psicologicamente assexuadas, respirando em climas de negação da vida.
Conquanto
abstêmios da emotividade sexual voluntária ou involuntária, são almas vibrantes,
inflamadas de sonhos e desejos, que se omitem, tanto quanto lhes é possível, no
terreno das comunhões afetivas, para satisfazerem as obrigações de ordem
espiritual a que se impõem. Depreende-se daí a impossibilidade de se doarem a quaisquer
tarefas de reparação ou elevação sem tentações, sofrimentos, angústias e
lágrimas, e, às vezes, até mesmo escorregões e quedas, nos domínios do
sentimento, de vez que os impulsos do amor nela se mantêm com imensa agudeza,
predispondo-as à sede incessante de compreensão e de afeto.”
WALTER
BARCELOS.
Fonte: Livro “SEXO E EVOLUÇÃO” - Walter Barcelos - 4a.
Edição - Editora FEB. - Rio de Janeiro, RJ. Setembro 1995.
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