MEDIUNIDADE E VÍCIOS.
A mediunidade a serviço do bem é incompatível com certos hábitos e com toda espécie de vícios. A mediunidade de cura carrega uma grande responsabilidade diante dos enfermos. O médium viciado, por meios que escapam até mesmo à sua sensibilidade, transfere para o doente o miasma oriundo dos vícios, aquele magnetismo inferior que representa uma doação imprestável.
O cigarro, adotado por certos homens como distração, passa a dominá-los como necessidade e avança ainda mais, ficando na escala dos vícios. O homem, esse grande ser dotado de inteligência e razão, que domina todas as coisas, é dominado, dependendo, para viver, desse ato inferior para o qual arruma mil desculpas sem fundamentos, que lhe permitam sustentar a sua inferioridade e desrespeitar os que não usam o fumo. O fumo não faz mal somente ao físico. Atinge, por meios sutis, outros corpos que o Espírito usa. Não estamos combatendo ; estamos apenas mostrando o que, por vezes, escapa ao entendimento de muitos.
A intriga, muito comum nos meios humanos e que pertence a variadas escalas, perturba a função mediúnica, distorcendo as forças do bem e impedindo que o fluido cósmico, na sua candidez, viaje por todos os centros de forças encravados no corpo espiritual, com o seu seguro desempenho.
O álcool em excesso, além de provocar ruptura em delicadas membranas protetoras que separam o mundo espiritual do mundo físico, desativa e retarda as vibrações do centro energético esplênico, interrompendo a distribuição de forças vitais a todo o organismo, impedindo as próprias glândulas endócrinas da fabricação adequada de hormônios, elementos indispensáveis à vida humana, além de outras responsabilidades que têm esses instrumentos louváveis do corpo humano.
O centro de força esplênico irradia uma luz rosa encantadora no homem dotado de equilíbrio, que já aprendeu a cultivar as virtudes mencionadas pelo Evangelho de Jesus. Tais virtudes devem ser cultivadas pelo médium consciente desses tesouros que Deus concedeu a todos. O desinteresse pelo bem, principalmente da comunidade que o cerca, trava as pétalas de luz de alta velocidade do centro coronário - que, nos Espíritos evoluídos, se manifestam com policromias indescritíveis - e este se escurece, pelo que recebe da mente viciada e sem disposição para a caridade e o amor.
O sexo em demasia, canalizado pela distorção da mente eivada de pensamentos inferiores, embrutece a área dos sentimentos e o centro cardíaco, que no homem de bem desprende luzes de um amarelo mesclado com azul celeste, no sexualista exagerado passa a soltar um vermelho de cor distonante, pela violência que recebeu dos impulsos inferiores.
A maledicência e o humor picante são vícios terríveis que igualmente modificam todo o sistema de irrigação vital, que acompanham o grande rio sangüíneo, na sua manifestação de vida em todo o complexo humano.
Não nos parece necessário falar mais dos desvios da mediunidade pois, pelo que já vimos, podes deduzir as conseqüências das outras no campo mediúnico. A iniqüidade é campo fértil para a desarmonia e a desarmonia é festa para as sombras. Se ainda não tens forças para te libertares dos hábitos incômodos e dos vícios perniciosos, não intentes, por enquanto, desenvolver teus dons espirituais, porque uma coisa não pode se misturar à outra, para que não advenham terremotos internos e conflitos incompreensíveis. Todavia, para tudo existe solução e esta se encontra no trabalho da caridade, desde que nada exijas em troca, pelo teu dever de ajudar aos teus irmãos carentes.
Faze-te companheiro do bom livro, que ele te orienta, e torna-te amigo de homens que se entregaram à reforma moral, que eles vão ajudar-te nos primeiros passos na senda da verdade. Tudo o que procuras existe dentro de ti, até o próprio céu.
Os vícios somente prendem e usam seu poder sobre os inferiores, que neles se deliciam das coisas transitórias, por desconhecerem as belezas eternas que as virtudes restabelecem nos corações.
Se és médium curador, procura analisar a tua vida. Mas faze isso todos os dias e exige de ti mesmo uma mudança, se for o caso: aquela que obedece à lei da harmonia, mas que nunca pára de modificar para melhor.
A missão da criatura que já se libertou das inferioridades morais é ajudar aos outros no silêncio dos exemplos, com o mesmo sorriso e a mesma dedicação dos discípulos do Mestre, quando chamados por Ele a servir de instrumentos de educação para a humanidade. Sê um deles na feição que te agrade trabalhar. Faze tudo com amor, que o amor tem a força de transportar todos os vícios, lançando-os para fora e instalando a luz no seu mundo interno, para que viceje a verdadeira felicidade no centro do teu coração e nele nasça o Cristo, convidando-o para o banquete de luz, na luz de Deus.
Longe de nós incentivar o fanatismo. Apenas procuramos irmãos de boa vontade para o equilíbrio das nossas forças espirituais, dominando os instintos animais que, porventura, queiram nos impedir na conquista da nossa liberdade. O médium que ainda não se esqueceu dos vícios, anda com passos largos para as casas de alienados mentais, onde vai aprender pela dor o que não se dispôs a conquistar pelo amor.
Àquele que quer se renovar interiormente não lhe faltarão as mãos benfeitoras da espiritualidade maior, amparando-o em todos os seus esforços, como bênçãos de Deus e como misericórdia de Jesus aos filhos que pedem a melhoria não só com palavras, mas com os próprios esforços.
Vamos dar-nos as mãos, Espíritos e homens, com lealdade, para melhor compreendermos o Evangelho do Mestre e, nessa sintonia dos nossos corações com Ele, nada mais teremos a esperar, senão a luz.
Livro: “SEGURANÇA MEDIÚNICA”, - MIRAMEZ., - Psicografado por João Nunes Maia, - 12 ª edição, - Editora Fonte Viva, - BELO HORIZONTE, MG, - 1998..
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