SEARA DOS MÉDIUNS.
ELES TAMBÉM.
Reunião pública de 11-03-1960. – L. M. Questão n º. 217.
Compadece-te dos médiuns de todas as procedências, mas, notadamente, daqueles que abraçam no serviço a estrada do aprimoramento e da redenção.
Sabes que a existência te pede o exato desempenho das próprias obrigações.
Eles também.
Compreendes que é preciso disciplinar o tempo, a fim de que não caias no descrédito de ti mesmo.
Eles também.
Não estimarias explorar a bolsa alheia, quando podes e deves viver à custa do próprio esforço.
Eles também.
Não ignoras que tentarias, debalde, ensinar a outrem o acesso à virtude sem base no bom exemplo, começando na tua própria casa.
Eles também.
Sofrerias, decerto, se alguém te exilasse do trabalho digno, lançando-te à zombaria e ao desapreço.
Eles também.
Não podes dar o tempo todo ao ideal, porquanto não te encontrarás livre de compromissos ante as rotas humanas.
Eles também.
Vives num corpo, suscetível de queda na enfermidade, muita vez carecente de remédio e socorro e sempre necessitado de higiene e alimentação.
Eles também.
Percebendo que não podes satisfazer irrestritamente e reconhecendo que a construção do bem é sementeira e seara de todos, agradece, feliz, a desculpa espontânea do próximo, diante de tuas faltas involuntárias.
Eles também.
*
Ajudemos aos companheiros da mediunidade em nossos tempos de confraternização e de amor.
Qual nos acontece, eles também trazem consigo às raízes profundas do pretérito sombrio, afrontados por enigmas do sentimento a lhes desafiarem a fé.
Eles também são seres humanos, em conflito consigo mesmos.
Também lutam.
Também choram.
Também erram.
Também sofrem.
Como nós mesmos, não precisam de elogios e homenagens, mas sim de apoio e compreensão para que venham a caminhar entre sombras menores, já que todos nós, encarnados e desencarnados, em atividade na Terra, respiramos ainda muito distantes da Grande Luz.
Auxiliemos-nos, assim, na execução dos próprios deveres, dentro dos moldes da disciplina e da ordem, do trabalho correto e do respeito à consciência tranquila, que desejamos para nós mesmos, porque o fruto perfeito não é obra sublime apenas da vigilância e da obediência da árvore, mas também do carinho e da paciência que brilham nas mãos do cultivador.
Livro: “SEARA DOS MÉDIUNS”, - Emmanuel, - Psicografado por Francisco Cândido Xavier, - 12 ª edição, - Editora F E B, - Rio de Janeiro, RJ, - Abril de 2000.
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