Yvonne Amaral Pereira
- Reformador de fevereiro 1982, publicou os dados
biográficos da autora, revisados por ela própria em 1981, escritos em 1973.
Médium dotada de valiosas faculdades mediúnicas. Nasceu em lar espírita, a 24
de dezembro de 1906 num sítio nos arredores da Vila de Santa Terezano município
de Valença, estado do Rio de Janeiro, hoje cidade das Flores, desencarnou as 22
horas do dia 9 de março de 1984, no Hospital da Lagoa na Cidade do Rio de
Janeiro. Seu Sepultamento ocorreu dia 10 de março de 1984, as 16 horas no Cemitério
de Inhaúma, entre os presentes estava o então Vice-Presidente da Federação Espírita Brasileira Juvanir Borges
de Souza, que também representa o Sr Francisco Thieessen, Presidente da
Federação Espírita Brasileira, apedido deste. Momentos antes, os confrades
presentes reuniram-se elevaram seus pensamentos e orações a Deus. Usaram,
então, da palavra o seu sobrinho Cesar Augusto Lourenço Filho, e o
representante da FEB. O primeiro leu uma expressiva página deixada por D.
Yvonne. e a prece foi proferida pelo confrade Lauro S. Thiago. Possuía a
instrução primária; no entanto, no entanto, através de grande amor ao estudo e
férrea vontade, que a levaram sempre a estudar “sozinha, até duas horas da
madrugada”, conseguiu adquirir invejável cultura, conhecimentos literários,
filosóficos, históricos, doutrinários, que lhe permitiram produzir obras em
que, ao dom descritivo, se unem beleza e correção da linguagem. Autora de dois
livros “Devassando o Invisível”e “Recordações da Mediunidade”, escreveu muito
para jornais do interior, colaborou como a Revista Reformador , muitas vezes
usando o Pseudônimo de Frederico Francisco. Como médium produziu obras notáveis
como: “Memórias de um Suicida” ditada pelo Espírito de Camilo Castelo Branco.
Outra Obra Espírita psicografada pela médium foi “Nas Telas do Infinito” ditada
na (1º parte) por Bezerra de Menezes, e na (2º Parte) por Camilo Castelo
Branco, “A Tragédia de Santa Maria, ditada por Bezerra de Menezes; “Amor e
Ódio”pelo espírito de Charles, Romances
mediúnicos uma série de três, “ Nas Voragens do Pecado”, O Drama de Bretanha”,
O Cavaleiro de Numiers”, ditados todos
pelo Espírito de Charles, “ Dramas da Obsessão “ , autoria espiritual de
Bezerra de Menezes; “Ressurreição e Vida”pelo Espírito de Léon Tostói; “
Sublimação” pelos espíritos de Léon Tostói e os últimos dois capítulos por
Charles.
Sua mediunidade despontou
espontaneamente desde a infância. Aos cinco anos já via os Espíritos e com eles
falava, estando a isso de tal modo habituada que lhe era como coisa natural.
Caracterizou-se pela facilidade com que se desdobrava, passando, então, a
médium, em estando a isso de tal modo da emancipação, a ver e ouvir os
Espíritos que, segundo o seu próprio testemunho, lhe apresentavam em quadros
vivos as cenas que ela depois teria de descrever nos livros que ia psicografar.
Muitas vezes caiu em estado cataléptico, letárgico, pela profundidade do desprendimento
que a sua modalidade mediúnica lhe proporcionava. Isso ocorreu, na mais tenra idade, com apenas
vinte nove dias de nascida, escapando de ser sepultada viva, sendo salva pela
intuição e a fé maternas, o que constitui fato singularíssimo, ao mesmo tempo
que importante e de grande interesse instrutivo, mas que não pode ser aqui
narrado com a extensão que merece, pelo que enviamos os leitores que ainda não
o conheçam ao livro em que a própria médium faz a narrativa: “Recordações da
Mediunidade”, no capítulo 2, pp.23 e seguintes.
Com seus pais, generosos de coração,
que abriga em seu lar, para os assistir, enfermos e até mendigos, apesar de não
serem ricos, aprendeu a levar vida modesta e conformada com a sua humilde
condição social, mas, mesmo assim, a servir com verdadeira caridade os ainda
mais necessitados. Recebeu de seu pai, que já no seu tempo fazia reuniões
doutrinárias semanalmente, “as primeiras lições de Espiritismo e Evangelho”.
“Aos doze anos- diz ela - meu pai pôs em minhas mãos o “Evangelho Segundo o
Espiritismo” e “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, os quais me
acompanharam na travessia da vida e que estudo até agora, sem nunca se cansar
da sua leitura. (...) Aos 13 anos começou a assistir secções práticas de
Espiritismo, as quais ficavam muito encantadas, pois viam os Espíritos se
comunicarem, inclusive Bezerra de Menezes e demais assistentes espirituais.
Aprendeu a prática Espírita desde adolescência. Trabalhou como médium
psicografa durante 50 anos, desde 1926 a 1980, quase a vida inteira. Foi médium
receitista durantes todo esse tempo e praticou muitas curas espíritas com
auxilio de receituário homeopático, bem como através de passes e preces.
Dedicou-se com carinho e respeito e amor aos Espíritos obsessores,
captando-lhes a confiança e com isso consegui a cura de muitos obsidiados. Foi
assistida por Espíritos de grande envergadura moral, entre eles: Bezerra de
Menezes, Bittencourt Sampaio, Augusto Silva, Charles e muitos outros. Possuía a
mediunidade de incorporação como médium psícofonica ou falante. Também
apresentava a mediunidade de efeitos físicos e materialização, mas a ela não se
dedicou, ouvindo os conselhos dos seus mentores. Utilizou sua mediunidade
independente e por meio próprios, porem dedicou-se a muitas Casas Espíritas, a
saber: “Centro Espírita de Lavras”, mais tarde “Centro Espírita Augusto Silva“,
em Lavras Minas Gerais o primeiro deles onde exerceu sua atividade ainda muito
jovem, como Secretária e como médium encarregada do “Posto Mediúnico“, tirando
receitas, efetuando passes, e curas espirituais, dentro de um critério modesto
e austeridade sem alarde, apenas visando à prática da caridade; a “Casa
Espírita“ de Juiz de Fora Minas Gerais, onde foi Secretária, Vice-Presidente e
Bibliotecária; “Grêmio Espírita de Beneficência de Barra do Pirai, no Estado do
Rio de Janeiro, onde trabalhou como médium receitista, evangelizadora da
infância, e expositora da Doutrina; “Centro Espírita Luiz Gonzaga” em Pedro
Leopoldo Minas Gerais, durante dois anos, nos serviços de passes; ‘União
Espírita Suburbana”, na Cidade do Rio de Janeiro, então Estado da Guanabara em
serviços de assistência a enfermos obsidiados. Devotada trabalhadora que
encontrava muita felicidade na
realização dos seus préstimos nas casas por onde passou. Ultimamente residia
com sua Irma Amália, no Bairro de Piedade , na Cidade do Rio de Janeiro, no
Estado do mesmo nome. Recebia tratamento Médico , através da homeopatia.
Com sua dedicação, muita renuncia e
sofrimento; dolorosa, mas levada com firme decisão e grandeza da alma. D.
Yvonne dedicou-se a sua existência terrena após vivo testemunho de fidelidade a
Jesus, o Mestre Divino. Maior ainda foi sua missão consolando os aflitos,
elevando ânimos abatidos, tratando obsidiados, tratando obsidiados e obsessores
e, com especialidade, abrindo horizontes de redenção a suicidas, cujos
testemunhos alertadores trazia também aos encarnados, ajudando estes a suportar
com ânimo os seus fardos, sem desertar jamais dos caminhos da existência,
sempre concedida por Deus para o progresso das suas criaturas.
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