EM NOME DO CORAÇÃO.
A
dama extremamente humanitária estava de visita ao pavilhão de indigentes no
vasto hospital, quando o doente lhe pediu socorro.
Queixou-se
dos médicos.
Queixou-se
das enfermeiras.
Queixou-se
dos porteiros.
Queixou-se
dos faxineiros.
Tinha
fome, muita fome.
- “Ninguém
me dá o que comer” - repetia, choroso.
E
acentuava: - “como apenas água choca”.
A
Senhora comoveu-se.
Fitando
o ambiente revoltada, chegou a dizer de si para consigo: - “Ge Queixou-se gente cruel! Que falta de
caridade”.
E
perguntou ao internado o que desejaria comer naquele belo domingo de sol.
Encantado,
o enfermo confessou, baixinho, que desejava um abacaxi.
A
senhora foi à rua, comprou dois grandes
abacaxis, ocultou-os num xale e voltou ao doente, que os devorou sob a
proteção dela, ás escondidas.
O
enfermo, no entanto, era portador de enorme ulceração gastrointestinal e,
horrivelmente intoxicado, foi conduzido ao necrotério no outro dia.
*
Pondere
os seus impulsos de caridade, onde a queixa acompanha a rogativa. Não se deixe
enganar pelas aparências, pois, quando o raciocínio se mostra distante, é possível
favorecer o desastre, em nome do coração.
Fonte:
O Livro Bem-Aventurados os Simples - pelo Espírito Valérium - Psicografado pelo
Médium Waldo Vieira - 5a. Edição - Editora FEB - Rio de Janeiro, RJ
- 1982.
RHEDAM.
(rhedam@gmail.com)
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