ENSAIO BIOGRÁFICO.
(Nota: Devido à extensão do conteúdo dividiremos em nove partes).
PREÂMBULO. (Terceira Parte).
Nesse livro – A LOUCURA SOB NOVO PRISMA – Bezerra relata, dentre muitas, uma ocorrência para demonstrar que a loucura pode ser fundo orgânico, nuns casos; e de fundo espiritual, noutros casos, ou de ambos, conjugados.
Ei-lo:
“Os jornais da Capital deram notícias, faz alguns anos, de mais uma vítima do Espiritismo.
“Foi o caso de ter ido à casa de uma “curandeira” a esposa de um moço conhecido da nossa sociedade, o Sr. Canongia, e de ter saído dali louca, de não a poder ter o marido senão no Hospital de Alienados.
“Foi, portanto, registrado por toda a imprensa da Capital Federal o fato da loucura da moça e da sua reclusão ao hospício.
“O angustiado marido veio a nós e pediu-nos conselho como médico e espírita.
“Reunidos, o Dr. Antonio Luís Sayão, o Doutor Francisco Leite de Bittencourt Sampaio, o Dr. Pedro Saião, o cirurgião dentista Tiago Beviláqua, o negociante Pedro Richard, o guarda-livros José Augusto da Silveira Ramos, o negociante Matos Cid, nós e o médium Francisco Junior, fizemos a evocação do Espírito perseguidor de Alice, nome da esposa de Canongia.
“Veios em fúrias e inconvenientemente, por tal modo que apenas adiantamos em saber que era ou tinha sido português, e que perseguia a moça, por tê-lo desprezado, quando ele tinha por ela uma louca paixão. Persegui-a e persegui-la-ia por toda a vida.
“Na sessão seguinte, oito dias depois, tendo reconhecido que não era mais vivente, como estivera persuadido até ali, esteve mais cordato, ouviu nosso arrazoado, e foi-lhe dado ver o quadro de sua anterior existência, ante o qual ficou horrorizado.
- “Agora reconheço, exclamou que ela teve razão de sobra para me repelir.
“Reconciliado, pois, retirou-se do nosso meio, e desde aquele dia Alice começou a manifestar melhoras, até que, aos poucos, recobrou a razão; saiu do hospício e voltou à sua casa, onde vive perfeitamente, vai para seis anos, com o marido e os filinhos, sem mais sombras de perturbação mental.
“O fato de a razão não ter imediatamente voltado, mas apenas despontado, logo que cessou a pressão, foi devido aos fluidos maus do perseguidor, que levam mais ou menos tempo a ser eliminados, segundo o grau de receptividade moral do perseguido.
“Apesar de retirada a causa, não cessou logo o efeito, porque o efeito já estava bem gravado e precisava de tempo para se desfazer.
“isto é uma lei patológica, que não nos cabe aqui desenvolver”.
Fonte: - Livro “VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES” - SILVIO BRITO SOARES – 4 ª. Edição – Editora FEB. – Rio de Janeiro, RJ. – Agosto de 1978.
RHEDAM. (rhedam@gmail.com)
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