CAPÍTULO II.
O MARAVILHOSO E O SOBRENATURAL.
7. Se a crença nos Espíritos e em suas manifestações fosse uma concepção isolada, o produto de um sistema, poderia, com alguma aparência de razão, ser suspeita de ilusão; mas que se nos diga, ainda, por que é encontrada tão viva em todos os povos, antigos e modernos, nos livros santos de todas as religiões conhecidas? Dizem alguns críticos, que é porque, em todos os tempos, o homem amou o maravilhoso. O que é pois, o maravilhoso segundo vós? - O que é o sobrenatural? O que entendeis por sobre natural? - O que é contrário as leis Natureza? - Conheceis, pois, tão bem essas leis que vos é possível assinalar um limite ao poder de Deus? Pois bem! Então provai que a existência dos Espíritos e sua manifestações são contrarias às leis da Natureza; que não é, nem pode ser, uma dessas leis. Segui a Doutrina Espírita, e vede se esse encadeamento não tem todos os caracteres de uma admirável lei, que resolve tudo o que as leis filosóficas não puderam resolver até este dia. O pensamento é um dos atributos do Espírito; a possibilidade de agir sobre a matéria, de impressionar nossos sentidos e, por conseguinte, transmitir seu pensamento, resulta, se podemos nos exprimir assim, da sua constituição fisiológica: portanto, não há nesse fato nada de sobrenatural, nada de maravilhoso. Que um homem morto, e bem morto, reviva corporalmente, que seus membros dispersos se reúnam para reformar seu corpo, eis, o maravilhoso, o sobrenatural, o fantástico; estará ai uma verdadeira derrogação que Deus não pode realizar senão por um milagre, mas nada há de semelhante na Doutrina Espírita.
Fonte: O Livro dos Médiuns - Allan Kardec - 18 º edição - Abril de 1991, Editora Instituto de difusão Espírita de Araras, SP.
RHEDAM. (rhedam@gmail.com)
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