MENSAGEM DE EMMANUEL (CHICO XAVIER.).
NO III CONGRESSO ESPÍRITA MINEIRO.
Espíritas!
Reunidos no Terceiro Congresso Espírita Mineiro, recordamos de nossos deveres básicos.
Num século apenas de atividade doutrinária, temos a mensagem do Espiritismo impregnando a cultura de todos os continentes.
Venerada no santuário religioso, é o renascimento da fé; erguida à idéia dos condutores, é força do progresso; acalentada no lar; é ajustamento da família; conhecida nos tribunais, é inspiração da justiça; incorporada ao magistério, é responsabilidade no ensino; assimilada nas artes, é clarão de beleza imperecível, varrendo a névoa do túmulo; analisado no laboratório, é demonstração positiva da imortalidade da alma; e, conduzida ao seio da comunidade popular a que se destina, é alógica da evolução e incentivo à fraternidade, instrução e consolo, esclarecimento e esperança.
Em vinte lustros de serviço, surpreendemo-La, palpitante, em todos os grandes empreendimentos do mundo, exalçando a dignidade humana e desentranhando das trevas da ignorância e do dogmatismo a divina liberdade de pensamento.
Entretanto, no transcursos dos últimos cem anos, vimos, igualmente, o monstro da guerra tripudiar, várias vezes, sobre o sangue das nações, o ódio de raça entronizado pelas inquisições sócias e políticas, os campos de concentração onde o crime e a violência assumiram o aspecto de legalidade perante as legislações mais cultas, a ponta das baionetas alterando a feição geográfica do Globo, a perversão da inteligência nos requintados engenhos da destruição e da morte, o desvario das paixões extremistas, o recrudescimento das indústrias do aborto, o ateísmo dominante, buscando fazer do homem simples unidade econômica e, mesmo entre nós, o grave tentame de reduzir-nos a Doutrina de Luz a mero divertimento intelectual ou deplorável sistema de exploração da energia mediúnica com a escravização das entidades de nosso convívio doméstico.
Observemos, assim, que todas as nossas conquistas do espírito, no presente, são frágeis revestimentos de superfície, quando confrontadas com o lastro espesso de sombra que trazemos de nossas próprias experiências, no passado multimilenar, e vigiemos, com desassombro e lealdade, a sementeira da Nova Luz.
Eis porque, transpondo o limiar do segundo século que nos compete, reverenciamos, convosco, o alvo estandarte da caridade sublime, a cátedra filosófica e o gabinete da indagação cientifica, mas lembrando, de modo especial, o impositivo do estudo crescente e metódico dos princípios de Allan Kardec, o apóstolo inesquecível da obra basilar, que constitui a chave para compreensão dos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, de cuja misericórdia verte o Espiritismo sobre atualidade dos homens, com a excelsa missão de reerguer moralmente os povos atormentados da Terra.
Preservemos o alicerce, garantido o equilíbrio e a segurança no desdobramento do edifício.
Sobretudo, saibamos viver em nós a lição que pregamos para que a nossa plataforma renovadora seja efetivamente o Evangelho do Senhor em constante ressurreição.
Arquitetos de nossos próprios destinos e senhores de nossa própria plantação no terreno das causa, sereis amanhã o que hoje somos - espíritos desencarnados com aflitivos problemas a examinar - tanto quanto, de futuro, seremos o que hoje sois - espíritos encarnados com difíceis problemas a resolver.
Nas primeiras horas de nosso ministério de redenção, exortou-nos o Espírito da Verdade:
- “Amai-vos! - eis o primeiro ensino”.
- “Instruí-vos! - eis o segundo.”
E agora ousaríamos acrescentar:
- Unamo-nos todos na educação e na regeneração de nós mesmos com a obra do bem infatigável, a favor dos semelhantes, a fim de que, no alvorecer de cada dia, possamos abraçar o fiel cumprimento de nossas obrigações, exclamando em perenidade de alegria no entendimento da Vida Eterna:
- Ave, Cristo! Os que vão Te servir Te glorificam e Te saúdam.
Fonte: Livro “SEMEADORES EM NOVOS TEMPOS” - Emmanuel (Chico Xavier) - 1 a. Edição. - EDITORA GEEM. - 1989.
RHEDAM. (rhedam@gmail.com)
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