FIM DO PRIMEIRO REINADO
O povo brasileiro tem um profundo amor à liberdade. A grandiosidade geográfica do país, dilatou os sentimentos de emancipação em todas as almas chamadas a viver nas luz do Cruzeiro. Desde os primeiros movimentos nativistas, a mentalidade geral do Brasil, obedeceu ao nobre imperativo de independência e, ainda hoje, todas as ações revolucionárias, lamentavelmente, que se verificaram no país, trazem no fundo o anseio de liberdade.
Em 1823, D. Pedro I, ordenou a dissolução da constituinte, repercutiu muito no espírito geral da nação.
Ignorando uma constituição boa e justa, o povo reclamava,intuitivamente, acerca da transformação dos tempos.
O imperador, com suas paixões tumultuadas e suas fraquezas como homem, possuía notável psicologia política. Os estudiosos que viam apenas a personalidade de amoroso insaciável, não lhe reconheciam muitas vezes o espírito empreendedor na direção das coisas públicas, inaugurando a era constitucional do Brasil e de Portugal, com suas valorosas iniciativas. Lamenta-se os transviamentos amorosos e a tragédia da vida conjugal, tinha a seu lado uma nobre mulher, cujas renúncias e dedicações se elavam ao heroísmo supremo; mas, nos instantes em que seu coração se tocava de idéias generosas, criando-lhe um estado receptivo às inspirações do mundo invisível, as falagens de Ismael aproveitavam este momento para auxiliá-lo na consolidação da liberdade da Pátria do evangelho. Foi assim que saíram de suas mãos muitos decretos, objetivando, a tranqüilidade geral.
A sua resolução de dissolver a Assembléia e exilar os Andradas cavara um abismo entre ele e a opinião pública, intransigentemente apaixonada pela emancipação do pais. As lutas isoladas aconteciam assustadoramente, No Rio e nas províncias, havia clamor surdo de protestos contra os atos de D. Pedro.
A Província de Pernambuco, onde Maurício de Nassau plantou os sentimentos de liberdade e da democracia,mais do que nunca, alimentava, o sentimento de independência e autonomia. em Recife, todas grandes idéias encontravam clima apropriado para o seu desenvolvimento, e foi aí que as deliberações de D. Pedro feriram mais fundo. A 24 de julho de 1824, estalam em Pernambuco, os primeiros movimentos da Confederação do Equador, ramificando-se por toda região Norte , proclamando as idéias republicanas. Paes de Andrade, coloca-se à frente da ação revolucionária, agindo contrariamente ao imperador, a quem atribuía o propósito de unir as coroas do Brasil e de Portugal,. Lorde Cochrane e Lima e Silvasão enviados para extinguir a insurreição. Em Pernambuco, o Marquês do Recife prestigiado pelos lavradores, inicia a defesa do governo imperial e prestigia as tropas enviadas para sufocar o movimento. Os republicanos são vencidos e presos. Paes de Andrade , refugia-se em navio inglês, escapando da ação repressiva do Império; mas João Ratcliff e Frei Caneca pagaram com a vida, o sonho republicano. E foram associaram-se aos trabalhos do Infinito, dirigidos por Ismael, cuja misericórdia alentava as energias da pátria brasileira.
As agitações não terminaram quando terminou a Confederação do Equador. Os reinóis, Espalhados pelo país, esperavam a unificação da pátria e a volta do Brasil ã condição de colônia, beneficiando os seus interesses econômicos. brasileiros e portugueses lutavam, constituído esses movimentos uma ameaça constante à paz coletiva, durante vários anos.
O mundo invisível, atuava, sobre os gabinetes político, para que a Província Cisplatina recebesse sua liberdade, após anexação indébita , por D. João VI,em 1821, Inspirado por D. Carlota Joaquina. A realidade é Ismael Triunfa sempre. Movimento pacífico da Inglaterra, fez com que a Republica Cisplatina, hoje Uruguai, separa-se definitivamente da geografia da Pátria do Evangelho.
Enquanto isso, o povo brasileiro não poupava as críticas aos atos e deliberações do imperador. Ele, não ignorava , as decisões reclamavam os afazeres penosos do governo. Os ministérios organizavam-se e desfaziam-se em curtos períodos de tempo. O país , andava agitado e apreensivo, temendo-lhe as resoluções e espreitando-lhe os menores gestos. A malícia carioca fazia piada das suas aventuras amorosas. O povo inventava história ridículas, com respeito a sua personalidade, se rude e sensual, iguais a todos os homens da época.
Em 1808, o Conde de Linhares instituiu a imprensa , sobra proteção de D. João VI, no casarão da rua do Passeio, não o abandonou, transformando-se em sentinela dos seus pensamentos.
Quando meditava, no Paço de São Cristovão, na época das segundas núpcias, vaga o seu espírito pelo mundo rico das experiências, acera dos homens e da vida, para reconhecer que todo aquele ódio gratuito lhe advinha da condição de português nato. O Brasil reconhecia o seu feito, da independência, mas , não tolera a origem do seu imperador, em se tratando dos problemas da sua autonomia.
De 12 a 14 de março de 1831, os partidos políticos se engalfinharam na praça publica, promovendo a “noite das garrafadas “, D. Pedro compareceu na igreja de São Francisco do Te Deum, recebido , após a cerimônia religiosa , pelo povo com demonstrações de desagrado.
Para aclamar os ânimos do partidarismo, D. Pedro, organiza novo ministério, composto de homens de absoluta confiança. O Povo, observou o novo gabinete e, encontrou os que considerava palacianos de São Cristovão, reuniu-se no Campo de Santana, capitaneado por demagogos, e em poucos minutos a revolução alastrava-se por toda cidade. Mensagens populares são enviadas ao imperador, que as recebe com serenidade e indiferença. Entre os revoltosos estão os seus melhores amigos. os senhores da situação são aqueles que o imperador havia amparado na véspera. O exército, voltou-se contra ele naquela noite. A meia - noite, D. Pedro, ouve as explicações do Major Miguel de Frias, que viera ao palácio saber das suas decisões quanto as exigências do povo.que impunha o antigo ministério, mandou chamar o comandante do regimento de artilharia, aquartelado em São Cristovão, e ordenou-lhe com serena nobreza, que se reunisse com os seus homens às tropas revoltadas, dizendo:
- Não quero que ninguém se sacrifique por minha causa.
Após a meia noite preferiu ficar só em seu gabinete. Através do silêncio e da sombra, ouviu a voz do seu pai, já livre nos espaços, falando-lhe brandamente ao coração. Os mensageiros de Ismael , auxiliam-lhe o cérebro esgotado na solução do grande problema e , às duas horas da madrugada do dia 7 de abril de 1831, sem ouvir qualquer opinião, abdicava na pessoa de seu filho, D. Pedro de Alcântara, na época com cinco anos de idade,e ficaria sob a tutela de José Bonifácio.
De manha, já o ex-imperador do Brasil, com sua família, estava a bordo da nau inglesa “Warspite“, de onde se transferiu à “Volage”para, através dos oceanos, ser conduzido aos mesmos triunfos da generosa idéia de liberade.
Fonte: Livro: Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho. – Autor Espiritual Humberto de Campos. – Médium. Francisco C. Xavier. – Editora da FEB. – Rio de Janeiro, RJ.
RHEDAM. (rhedam@gmail.com)
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