BALADA DE CARINHO.
MARIA DOLORES.
Suave e terno amigo,
Enquanto o coração convida à prece,
No reconhecimento que entretece
A berceuse feliz,
Encontre-te, com passos decididos,
No intercambio da Vida que esplendora,
E a gratidão te segue, hora a hora,
Na faina que bendiz!...
Louvando o jubileu
De serviços à dor e à desventura,
Nos santos testemunhos da fé pura,
A sobraçar espinhos,
Prossegues pela crença nobre e augusta,
Inda que por estradas tormentosas,
Colhendo cardos, mas doando rosas,
A perfumar caminhos...
Nas romagens do Bem,
Onde entrevês os cimos de Jesus,
Transportas, sem recuos, tua cruz
Em constante dever...
Embora a caminhada rude agreste,
Ante acúleos da sombra e acicates do mal
Asserenas borrascas, fraternal,
A servir e ascender.
Em renúncias sabidas,
Entre estudo e trabalho, a serviço do amor,
Doas a existência em constante louvor
A luz que recompensa...
Violino cantante em mãos de artistas,
Brilhantes que refulge obediente ao buril,
Alardeias ao mundo, a partir do Brasil,
O alvor de nova crença!
No intercâmbio da fé,
Juntando devoções nas horas nuas,
Trago-te a inspiração, contudo as mãos são tuas
Sustentando a verdade;
Chovam granizos, urzes, mágoa e luta,
Na terra atormentada entre gemidos,
Ouço e busco ajudar por teus ouvidos
A irmã Caridade...
Alma doce e querida,
Na cantiga singela, refrão a refrão,
Enfeito de amizade o coração
A saudar-te onde seja...
E osculando-te as mãos, em transportes de paz,
Repito, hoje e sempre, agradecida,
Rogando ao Senhor e Criador da Vida
Te abençoe e proteja.
(Poema psicografado na reunião de encerramento das comemorações dos 50 anos de mediunidade de Chico Xavier, Na Casa Espírita Cristã, Vila Velha (ES), na noite de 29-07-1977, pelo médium Júlio Cesar Grandi Ribeiro.)
Fonte: Revista “O REFORMADOR” - No. 1785. - Dezembro, 1977, - Editora FEB. - Rio de Janeiro, RJ.
RHEDAM. (rhedam@gmail.com)
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