O CRISTO E OS DONS.
Jesus Cristo, na
estrutura universal, age através de forças de duas naturezas: uma exterior e
outra interior à consciência do Espírito. Exteriormente, identifica as
necessidades humanas e propicia os recursos necessários, cabendo ao homem
apenas a vontade de assimilá-los e usá-los. Interiormente, o Cristo é a
consciência cósmica implodindo na consciência do Espírito de várias maneiras,
para libertar a criatura e fazê-la conhecer-se a si própria internamente.
Nessa
manifestação interior, o sol de dentro irmana-se com o de fora e inicia a alma
no conhecimento do caminho, da verdade e da vida.
É nesse encontro
que o céu aparece no coração do ser espiritual e ele passa a entender e a
atender os chamados da divina voz do Senhor. Todos nascemos com essa força
"crística" nas entranhas da alma, que somente é despertada pelos
processos iniciados por Jesus, na seqüência do seu vivo evangelho de amor.
Todos nós
possuímos dons, colocados por Deus na gênese da mônada com tanto amor, que
nunca morrerão, capazes então de esperar no tempo, como a semente lançada pelo
agricultor no seio da terra, como a palavra que semeamos nas mentes alheias, um
dia nascerão, trazendo de volta para quem plantou o mesmo clima dos sentimentos
que os fez nascer, que os fez gerar.
Nós fomos criados
pela Paternidade Universal, e sendo a Sua semelhança, co-criamos na lavoura
imensurável da vida. Foi-nos dada uma mente, que funciona como oficina do
Espírito, para dali saírem feitos compatíveis com os nossos sentimentos. Esses
talentos que possuímos ainda são de difícil entendimento para os homens. É por
isso que, por vezes, usam mal as suas forças, pois desconhecem os seus frutos,
que sempre buscam quem os semeou. Sofremos muito por ignorar os próprios
caminhos, até encetarmos na alma novas atitudes e compreendermos que Jesus é o
nosso caminho; inteiramo-nos dos valores propostos pela educação dos
sentimentos e pela disciplina ofertada pela dor, quando nos descobrem como
aluno da vida que perdeu o entusiasmo.
Nós criamos os
problemas e choramos embaraçados neles. Mas Jesus Cristo, que se faz presente
por dentro e por fora, acode-nos em todos os comandos da existência e nos
ampara por todos os meios de que necessitamos. Às vezes blasfemamos, por
desconhecermos os meios usados pela luz mas, quando iluminados, damos graças a
Deus pelo anjo da dor, que nos visitou, reabastecendo as nossas forças.
Queremos avisar
a todos os médiuns, onde quer que estejam, para se manterem presentes nos seus
afazeres espirituais, sempre aprimorando seus exercícios mediúnicos, para a
construção da cidade de luz, no terreno do coração.
Nós, que daqui
falamos, não estamos isentos de esforços. Pelo contrário, fazemo-los todos os
dias. Não estamos ainda libertos, pelo contrário, estamos ainda presos a
compromissos maiores na senda do aperfeiçoamento. Não temos as consciências
tranquilas no que tange aos fardos e aos jugos. Estamos
caminhando para tal desempenho, como todos que também oram e trabalham com
Jesus, na certeza de liberarmos o Cristo, como sol, no centro da vida.
O Cristo interno
é que comanda todos os dons de ouro. Se desconhecermos os valores da influência
do Evangelho em nossa vida, os nossos dons serão usados somente para satisfação
pessoal, ordenados pelo egoísmo e dirigidos pelo orgulho. Dessa forma, fracassaremos
nas nossas tarefas, arruinando os próprios passos.
Todos temos
valores imortais, pois o céu existe dentro de nós, como nos afirmou o Mestre,
mas mesmo com ele vibrando em nossos corações, se não tivermos amor, não o
encontraremos.
Jesus inaugurou
o marco da nossa iniciação com Sua vinda à Terra, e para não nos esquecermos
das lições, deixou o Evangelho como sementes de luz e os Seus discípulos na
qualidade de semeadores da vida. Para nós, Ele representa a grande árvore e
nós, os galhos. Se nos separarmos, secaremos. Nós, sem Ele, ficamos sem a vida
e sem caminhos para a grande fonte.
Apelemos para o
Mestre e despertemos os nossos dons com Ele, para conhecermos mais de perto a
caridade, que nos salva; o amor, que nos redime; o perdão, que nos conforta e o
saber, que nos esclarece.
Os dons
mediunicos, abençoados pelo Cristo, tornam-se sóis em profusão, a iluminarem
todo o nosso céu e nos converter para a bondade divina. Não é suficiente sermos
somente médiuns. Necessário se faz sermos também médiuns do amor e da caridade,
amando a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Nessa
honradez de trabalho, poderemos consultar a consciência e sentir a voz interior
do Cristo a dizer: A paz seja convosco.
Livro:
“SEGURANÇA MEDIÚNICA”, - MIRAMEZ., - Psicografado por João Nunes Maia, - 12 ª
edição, - Editora Fonte Viva, - BELO HORIZONTE, MG, - 1998..
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