O LIVRO DOS MÉDIUNS.
SEGUNDA
PARTE.
CAPÍTULO X.
DA
NATUREZA DAS COMUNICAÇÕES.
137.
Instrutivas
são as comunicações
sérias cujo principal objeto consiste num ensinamento qualquer, dado pelos Espíritos,
sobre as ciências, a moral, a filosofia, etc.
São
mais ou menos profundas, conforme o grau de elevação e de desmaterialização do Espírito.
Para se retirarem frutos reais dessas comunicações, preciso é que elas sejam
regulares e continuadas com perseverança. Os Espíritos sérios se ligam aos que
desejam instruir-se e lhes secundam os esforços, deixando aos Espíritos
levianos a tarefa de divertirem os que em tais manifestações só vêem passageira
distração.
Unicamente pela regularidade e freqüência daquelas comunicações
se pode apreciar o valor moral e intelectual dos Espíritos que as dão e a
confiança que eles merecem. Se, para julgar os homens, se necessita de
experiência, muito mais ainda é esta necessária, para se julgarem os Espíritos.
Qualificando de instrutivas as comunicações, supomo-las verdadeiras, pois o que não for verdadeiro
não pode ser instrutivo,
ainda que dito na mais imponente linguagem.
Nessa categoria, não podemos, conseguintemente, incluir certos
ensinos que de sério apenas têm a forma, muitas vezes empolada e enfática, com
que os Espíritos que os ditam, mais presunçosos do que instruídos, contam
iludir os que os recebem. Mas, não podendo suprir a substância que lhes falta,
são incapazes de sustentar por muito tempo o papel que procuram desempenhar. A
breve trecho, traem-se, pondo a nu a sua fraqueza, desde que alguma seqüência tenham
os seus ditados, ou que eles sejam levados aos seus últimos redutos.
Fonte, “Livro dos Médiuns“, Allan Kardec, da 18º. edição, abril de 1991, do
Instituto de Difusão Espírita de Araras, SP.