O LIVRO
DOS ESPÍRITOS.
LIVRO SEGUNDO.
CAPÍTULO. XI.
OS TRÊS REINOS.
Questão. Nº. 607 a) — Parece que, assim, se pode considerar a alma como tendo sido o
princípio inteligente dos seres inferiores da criação, não?
“Já não dissemos que tudo em a Natureza se
encadeia e tende para a unidade? Nesses seres, cuja totalidade estais longe de
conhecer, é que o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a
pouco e se ensaia para a vida, conforme acabamos de dizer. É, de certo modo, um
trabalho preparatório, como o da germinação, por efeito do qual o princípio
inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito. Entra então no
período da humanização, começando a ter consciência do seu futuro, capacidade
de distinguir o bem do mal e a responsabilidade dos seus atos.
Assim, à fase da infância se segue a da
adolescência, vindo depois a da juventude e da madureza. Nessa origem, coisa alguma
há de humilhante para o homem. Sentir-se-ão humilhados os grandes gênios por
terem sido fetos informes nas entranhas que os geraram? Se alguma coisa há que
lhe seja humilhante, é a sua inferioridade perante Deus e sua impotência para
lhe sondar a profundeza dos desígnios epara apreciar a sabedoria das leis que
regem a harmonia do Universo. Reconhecei a grandeza de Deus nessa admirável harmonia,
mediante a qual tudo é solidário na Natureza.
Acreditar que Deus haja feito, seja o que
for, sem um fim, e criado seres inteligentes sem futuro, fora blasfemar da sua bondade,
que se estende por sobre todas as suas criaturas.”
Fonte: “O LIVRO DOS ESPÍRITOS” - Allan Kardec - 54a.
Edição - Editora LAKE - São Paulo, SP - 1994.
Nenhum comentário:
Postar um comentário