GRATIDÃO
a LEOPOLDINA*.
Sem o vulcão de dor de
hórridas lavas,
Beija, augusto, este
solo generoso,
Que te guardou no seio
carinhoso
O escafandro das células
escravas.
Aqui, buscaste o campo
de repouso,
Depois de vagas ríspidas
e bravas
No mundo áspero e vão,
que detestavas,
E onde sorveste o cálice
amargoso.
Volta, augusto, do pó
que envolve as tumbas,
Proclama a vida além das
catacumbas,
Nas maravilhas dos seus
resplendores.
Ajoelha-te e lembra o
último abrigo,
Esquece o travo do
tormento antigo
E oscula a destra de
teus benfeitores.
·
Poesia recebida
em 18 de junho de 1940, em Leopoldina, onde foi sepultado o poeta.
AUGUSTO
DOS ANJOS.
PARAIBANO. Nasceu em
1884 e desencarnou em 1914, na Cidade de Leopoldina, Minas. Era professor no
Colégio Pedro II. Inconfundível pela bizarria da técnica, bem como dos assuntos
de sua predileção, deixou um só livro – Eu – que foi, aliás, suficiente para
lhe dar personalidade original.
Fonte: PARNASO DE ALÉM - TÚMULO -
CÁRMEN CINIRA e outros autores - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ -
1935.
RHEDAM. (mzgcar@gmail.com)
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