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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

- A ARTE DE VIVER COM... - INDULGÊNCIA. - No. 52.


      A ARTE DE VIVER COM... - INDULGÊNCIA. - No. 52.

      A indulgência é uma virtude primordial para o desenvolvimento humano no sentido da subjetividade, ou seja, do seu conhecimento próprio. Ela é irmã da Caridade, pois, necessitamos sermos indulgentes para sermos caridosos.
      A condição máxima, primordial para a prática da indulgência, é sabermos perdoar os atos e fatos provocados por nossos irmãos da existência contra nós, ou, contra terceiros. Com isso conseguimos sentir o que eles sentem, colocando-nos nos seus lugares. Daí, quando erramos, vem a nós, a vontade de sermos compreendido e perdoados dentro do que provocamos com as nossas atitudes, que causaram constrangimentos, dores e perdas, muitas vezes irreparáveis a outrem...
      Ser indulgente significa que ao observarmos o erro de alguém, procurar silenciar sem divulgá-lo, sem condená-lo procurando não ser conivente, mas sermos amorosos para com as falhas alheias, pois, conforme medimos seremos medidos, e é dando que recebemos.
      Muitas vezes queremos fazer sobressair as nossas opiniões com relação a erros cometidos por alguém, vestimos a toga imponente de um magistrado, como se para isso tivéssemos capacidade e autoridade moral para realizar tal feito.
      Está dentro de nós o hábito e o defeito de sermos juízes e carrascos daqueles que erram, pois no colocamos acima deles, esquecendo de que ninguém esta imune em errar vivendo neste Planeta de provas e expiações.
      Quando assim agimos duplo erro o de não ser indulgente para com o nosso irmão deixando-o entregue a lei de causa e efeito, e o segundo mostramo-nos, egoístas, orgulhos e vaidosos para com esses instrumento de nossas provas.
       Somos indulgentes para conosco mesmo, pois sempre procuramos uma desculpa, um álibi para encobrir, mascarar, e dissimular as nossas atitudes erradas e errôneas, e somos severíssimos para com os outros, esquecemos de pesar na balança dos nos nossos sentimentos o que erramos diante do que os outros erraram.
       Vestimos a máscara da auto-piedade, para que os outros possam nos perdoar e serem indulgentes para conosco. Mas esquecemos da nossa severidade para com os nossos irmãos.
Quando toleramos certos fatos e atitudes contrárias com os nossos princípios éticos e morais, não quer dizer com isso que concordamos, queremos exprimir ai o nosso desejo de que haja arrependimento e mudança de atitudes pelo errante.
       A nossa maledicência provoca transtornos de ordem pessoal e até social, quando atingem as massas, pois é um falatório prejudicial do infeliz que comentou tal ato de reprovação pela humanidade.
       As críticas destrutivas multiplicam-se a chegarem um ponto de tornarem-se caluniosas, prejudicando a pessoas no meio social em todos os seus sentidos, como disse o Mestre Jesus, relatado por João o Apóstolo do Amor, no capítulo oito, versículo sete: “Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lançar-lhe uma pedra”.
        Não somos imunes ao erro, mas devemos ser severos em nossa vigilância pessoal olhando, observando os nossos pensamentos, atos e principalmente as nossas intenções, orando e rogando a Deus, que nos de forças para vencermos as nossas tentações de denegrir o próximo, de nos livrarmos das nossas obsessões do orgulho e do egoísmo, e que não nos deixe praticarmos o mal para com o próximo ou nos esquivarmos de fazer o bem para com Ele.
         Diante do tribunal íntimo, da nossa consciência devemos inquirir o que fazer fomentar os erros cometidos por outrem, ou procurarmos esquecê-los e estimulá-los a não errarem mais.
         A bondade que expressamos para aqueles que se desviaram do caminho reto da Luz, está em compreendendo-os sem concordar com o que fizeram, mas silenciá-lo para que não leve a maldade e a maledicência.
         Porque agirmos desse modo, nos perguntamos? Pois, o Pai Nosso, nos ensinou em sua oração dominical que devemos “perdoar assim como queremos ser perdoados”, é essa a lei que devemos cumprir em nossas vidas, a lei de Amor, Justiça e Caridade, sem aplicação dela corretamente para com os nossos convivas, nada podemos esperar que alguém a pratique para com a nossa pessoa. Esse é o “til” da Lei que Jesus nos ensinou que não passará sem que seja cumprida.
          A indulgência fortifica o homem e vivifica o Cristo nele próprio, pois, abre o caminho para a verdadeira caridade para si e para os demais, não só a caridade de suprimentos materiais (como o pão, o agasalho, e medicamentos), mas a caridade do saber, do exemplo, do amor, do perdão, do reconhecimento com irmãos em Jesus, todos nós filhos de Deus.
          A indulgência alimenta o que a pratica com as melhores intenções e sentimentos para com o próximo, assim principia o caminho para torná-lo virtuoso, forte e destemido em suas provas e expiações, pois saberá conduzir-se quando errar.
          A indulgência ilumina o caminho daqueles que estão ao derredor do indulgente, que se sentiam em trevas, do orgulho, do egoísmo e da vaidade. Ela é como uma flor nasce de um botão e vai desabrochando conforme é praticada, embelezando a vida do proficiente caridoso em sua meta evolutiva da vida, pois, esquece de ser indulgente consigo mesmo para promover a indulgencia com os demais.
          Na parábola de Jesus, do “perdão das dívidas”, o Senhor foi indulgente para com o seu servo, e o mesmo não foi para com o seu companheiro, tirando-lhe tudo até mulher e filhos. Em seguida seu Senhor ao saber cobrou-lhe tudo o que ele devia, pois, ele não seguiu o seu exemplo de indulgência.

          Isso ocorre com nós quando recebemos o perdão e a indulgência de alguém e não praticamo-la a outrem, do mesmo modo que recebemos. Nessa passagem evangélica é que encontramos a lei de causa e efeito, pois, o mínimo deslize praticado por nós, deverá ser reparado e muitas vezes o peso é maior do que aquele que praticamos.
          Mesmo quando não errarmos, e, não tivermos a intenção de sermos indulgentes para com os outros estamos caindo em erro, pois, a intenção é a voz do coração, do nosso Espírito.
          Imaginemos estarmos diante de Jesus, Ele em sua simplicidade e seu amor, pergunta-nos: - “Que queres tu”?
          Diremos: -”a Indulgencia dos nossos pensamentos, dos nossos atos, e das nossas intenções”.
Ele ficará silencioso.
          Em seguida ouviremos a seguintes resposta: - “Receberás o que me pedes, na mesma intensidade e no mesmo tempo em que praticastes para com os pensamentos, atos e intenções aos teus irmãos”.  

                                                                                                Dr. Humberto.


                                                   RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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