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sábado, 2 de julho de 2011

ROTEIRO DE INICIAÇÃO AO ESTUDO DO ESPIRITISMO. N. 15.

15º. AULA. ESPIRITISMO - A LUZ DO EVANGELHO.
JUSTIÇA - FÉ - CARIDADE.


                     POR QUE O ESPIRITISMO PREGA O EVANGELHO

             O Espiritismo prega o Evangelho porque sabe que sem ele não passaria de uma doutrina estéril; poderia responder a muitas indagações e corresponder a muitos anseios da alma humana, mas sem o Evangelho, o Espiritismo, assim como todas as outras religiões, não a fecundaria para o bem e para a moralidade.

              Já afirmou Jesus em seu Evangelho: “ Toda a árvore que meu pai não plantou, será arrancada e jogada ao fogo”. Por estas palavras ele preconiza a extinção de todas as religiões que não seguirem o roteiro luminoso do Evangelho. Assim, para que o Espiritismo se torne a árvore frondosa, a cuja sombra revigorante se abrigue a humanidade, é necessário que seus adeptos pautem seus atos, por insignificantes que sejam, pelo Evangelho. Do contrário, o Espiritismo também se tornará uma árvore seca, como tantas outras.

             O Evangelho é pregado nos Centros Espíritas pelos seus oradores, que procuram torná-lo fácil de compreender pelos seus ouvintes; e é pregado no lar, onde o espírita, desejoso de progresso moral, reúne a família em torno desse livro divino, por alguns minutos ao menos uma vez por semana, e estuda-lhes as lições de luz. Temos assim o culto doméstico do Evangelho.(1º)

              PREFÁCIO DO EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

            Os Espíritos do senhor, que são virtudes dos Céus, qual imenso exército que se movimenta ao receber as ordens de seu comando, espalham-se por toda a superfície da Terra e, semelhantes a estrelas cadentes vêm iluminar os caminhos e abrir os olhos dos cegos.

            Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas hão de ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos.

            As grandes vozes do Céu ressoam como sons de trombetas, e os cânticos dos anjos se lhe associam. Nos vos convidamos, a vós homens, para o divino concerto. Tomai da lira, fazei uníssonas vossas vozes, e que, num hino sagrado, ela se estendem e repercutem de um extremo a outro do Universo.
Homens, irmãos a quem amamos, aqui estamos junto de vós. Amai-vos, também, uns aos outros e dizei do fundo do coração, fazendo as vontades do Pai, que está no Céu: Senhor! Senhor!... E podereis entrar no reino dos Céus. (2º)

                                                                                      O Espírito de Verdade.

           O OBJETIVO DO EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
           ( É a primeira parte da Introdução do Evangelho Segundo o Espiritismo)

            Podem dividir-se em cinco partes as matérias contidas nos Evangelhos: os atos comuns na vida do Cristo; os milagres; as predições; as palavras que foram tomadas pela Igreja para fundamento dos seus dogmas; e o ensino moral. As quatro primeiras têm sido objeto de controvérsias; a ultima, porém, conservou-se constantemente inatacável. Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. É terreno onde todos os cultos podem reunir-se, estandarte sob o qual podem todos colocar-se, quaisquer que sejam suas crenças, porquanto jamais ele constitui matéria das disputas religiosas, que sempre e por toda a parte se originam das questões dogmáticas. Alias, se o discutissem, nele teriam as seitas encontrado sua própria condenação, visto que, na maioria, elas se agarram mais à parte mística do que à parte moral, que exige de cada um a reforma de si mesmo. Para os homens, em particular, constitui aquele código uma regra de proceder que abrange todas as circunstâncias da vida privada e da vida pública, o princípio básico de todas as relações sociais que se fundam na mais rigorosa justiça. É, finalmente e acima de tudo, o roteiro infalível para felicidade vindoura, o levantamento de uma ponta do véu que nos oculta a vida futura. Essa parte é a que será objeto exclusivo desta obra.

           Toda a gente admira a moral evangélica; todos lhe proclamam a sublimidade e a necessidade; muitos, porém, assim se pronunciam por fé, confiados no que ouviram dizer, ou firmados em certas máximas que se tornaram proverbiais. Poucos, no entanto, a conhecem a fundo e menos ainda são os que a compreendem e lhe sabem deduzir as conseqüências. A razão está, por muito, na dificuldade que apresenta o entendimento do Evangelho que, para o maior número dos seus leitores, é ininteligível. A forma alegórica e o intencional misticismo da linguagem fazem que a maioria o leia por desencargo de consciência e por deve, como lêem as preces, sem as entenderem, isto é, sem proveito. Passam-lhes despercebidos os preceitos morais, disseminados aqui e ali, intercalados na massa das narrativas. Impossível, então, apanhar-se-lhes o conjunto e tomá-los para objeto de leitura e meditações especiais.

          É certo que tratados já se hão escrito de moral evangélica; mas o arranjo em moderno estilo literário lhe tira a primitiva simplicidade que, ao mesmo tempo, lhe constitui o encanto e a autenticidade. Outro tanto cabe dizer-se das máximas destacadas e reduzidas à sua mais simples expressão proverbial. Desde logo, já não passam de aforismos, privados de uma parte do seu valor e interesse, pela ausência dos acessórios e das circunstâncias em que foram enunciadas.

          Para obviar a esses incovinientes, reunimos, nesta obra, os artigos que podem compor, a bem dizer, um código de moral universal, sem distinção de culto. Nas citações, conversamos o que é útil ao desenvolvimento da idéia, pondo de lado unicamente o que se não prende ao assunto. Além disso, respeitamos escrupulosamente a tradução de Sacy, assim com a divisão em versículos. Em vez, porém, de nos atermos a uma ordem cronológica impossível e sem vantagem real para o caso, grupamos a classificamos metodicamente as máximas, segundo as respectivas naturezas, de modo que decorram umas das outras, tanto quanto possível. A indicação dos números de ordem dos capítulos e dos versículos permite se recorra à classificação vulgar, em sendo oportuno.

          Esse, entretanto, seria um trabalho material que, por si só, apenas teria secundária utilidade. O essencial era pô-lo ao alcance de todos, mediante a explicação das passagens obscuras e o desdobramento de todas as conseqüências, tendo em vista a aplicação dos ensinos a todas as condições da vida. Foi o que tentamos fazer, com a ajuda dos bons Espíritos que nos assistem.

           Muitos pontos dos Evangelhos, da Bíblia, e dos autores sacros são ininteligíveis, parecendo alguns até disparatados, por falta da chave que faculte se lhes aprenda o verdadeiro sentindo. Essa chave está completa no Espiritismo, como já puderam reconhecer os que têm estudado seriamente e como todos, mais tarde, ainda melhor o reconhecerão. O Espiritismo se nos depara por toda parte na antiguidade e nas diferentes épocas da Humanidade. Por toda parte se lhe descobrem os vestígios: nos escritos, nas crenças e nos monumentos. Essa a razão por que, ao mesmo tempo em que rasga horizontes novos para o futuro, projeta luz não menos viva sobre os mistérios do passado.

            Como complemento de cada preceito, acrescentamos algumas instruções escolhidas, dentre as que os Espíritos ditaram em vários países e por diferentes médiuns. Se elas fossem tiradas de uma fonte única, houveram talvez sofrido uma influência pessoal ou do meio, enquanto a diversidade de origens prova que os Espíritos dão indistintamente seus ensinos e que ninguém a esse respeito goza de qualquer privilégio.

            Esta obra é para uso de todos. Dela podem todos haurir os meios de conformar com a moral do Cristo o respectivo proceder. Aos espíritas oferece aplicações que lhes concernem de modo especial. Graças às relações estabelecidas, doravante e permanentemente, entre os homens e o mundo invisível, a lei evangélica, que nos próprios Espíritos ensinaram a todas as nações, já não será letra morta, porque cada um a compreenderá e se verá incessantemente compelido a Pô-la em prática, a conselho de seus guias espirituais.As Instruções que promonam dos Espíritos são verdadeiramente as vozes do céu que vêm esclarecer os homens e convidá-los à prática do Evangelho.(2)

                                      EVANGELHO NO LAR

         O culto doméstico do Evangelho é constituído do seguinte modo:

         Escolhem-se um dia da semana e hora em que todos os membros da família possam estar reunidos. Nesse dia e nessa hora, todos se esforçarão por estar presentes; faltar só por motivo de força maior. Reunidos que estejam, tomam do evangelho; pronuncia-se a prece de abertura; em seguida lê-se um trecho do evangelho; seguem-se os comentários e cada um fará ligeira análise do trecho lido, sempre procurando extrair dele ensinamentos para aplicá-los na vida diária. Pode-se também comentar os fatos do dia, estudando-os segundo o Evangelho. Encerra-se o culto do Evangelho no lar por uma prece.

         Nessas reuniões, cada um dos participantes poderá colocar sobre a mesa o seu copo de água para fluir e, no fim delas, tomar a sua água fluidificada.

         É importante que essas reuniões de estudo evangélico se façam rigorosamente em dias e horas determinados e que todos trabalhem por comparecer.

          Com a realização metódica do culto evangélico no lar, aos poucos se forma uma corrente espiritual de espíritos evoluídos e simpáticos à família, os quais presidirão espiritualmente a reunião, auxiliando no que lhes for possível.

          O valor desses estudos familiares do Evangelho é grande. O ambiente espiritual do lar melhora sensível e consideravelmente pela expulsão ou pelo encaminhamento dos espíritos imperfeitos que demoravam no lar, empestando o ambiente com suas cargas de fluidos pesados. Estabelece-se uma proteção magnética em volta do lar, garantindo-o contra os ataques malignos do invisível. Maior fraternidade reinará entre todos os componentes da família e pensamentos puros povoarão suas mentes. E finalmente uma luz espiritual de excepcional fulgor brilhará nos lares evangelizados.(1º)

            O Espírita, deve ler e estudar constantemente o Evangelho Segundo o Espiritismo, sempre com muita atenção, raciocinando, entendendo as mensagens filosóficas que ensinam o caminho da sua transformação moral. Não será só com uma simples leitura que conseguirá compreender os ensinamentos do Cristo, com a prática do Evangelho no Lar, ouvindo as opiniões de outras pessoas, e assistidos palestra com temas evangélicos, o estudo torna-se mais acessível ao aprendiz.

    SÓCRATES E PLATÃO, PRECURSORES DA IDÉIA CRISTÃ E DO ESPIRITISMO.

           Do fato de haver Jesus conhecido a seita dos essênios, fora errôneo concluir-se que a sua doutrina hauriu-a ele na dessa seita e que, se houvera vivido noutro meio, teria professados outros princípios. As grandes idéias jamais enroupem de súbito. As que assentam sobre a verdade sempre Têm precursores que lhes preparam parcialmente os caminhos. Depois, em chegado o tempo, envia Deus um homem com a missão de resumir, coordenar e completar os elementos esparsos, de reuni-los em corpo de doutrina. Desse modo, não surgindo bruscamente, a idéia, ao aparecer, encontra espíritos dispostos a aceitá-la. Tal o que se deu com a idéia cristã, que foi pressentida muitos séculos antes de Jesus e dos essênios, tendo por principais precursores Sócrates e Platão.

            Sócrates, como o Cristo, nada escreveu, ou pelo menos, nenhum escrito deixou. Como o Cristo, teve a morte dos criminosos, vítima do fanatismo, por haver atacado as crenças que encontrara e colocado a virtude real acima da hipocrisia e do simulacro das formas; por haver, numa palavra, combatido os preconceitos religiosos. Do mesmo modo que Jesus, a quem os fariseus acusavam de estar corrompendo o povo com os ensinamentos que lhe ministrava, também ele foi acusado, pelos fariseus de seu tempo, visto que sempre houve em todas as épocas, por proclamar o dogma da unidade de Deus, da imortalidade da alma e da vida futura. Assim como a doutrina de Jesus só a conhecemos pelo que escreveram seus discípulos, da de Sócrates só temos conhecimento pelos escritos do seu discípulo Platão. Julgamos conveniente resumir aqui os pontos de maior relevo, para mostrar a concordância deles com os princípios do Cristianismo.

             Aos que considerarem esse paralelo uma profanação e pretendem que não pode haver paridade entre a doutrina de um pagão e a do Cristo, diremos que não era pagã a de Sócrates, pois que objetivava combater o paganismo; que a de Jesus, mais completa e mais depurada do que aquela, nada têm que perder com a comparação; que a grandeza da missão divina do Cristo não pode ser diminuída; que, ao demais, trata-se de um fato da História, que a ninguém será possível apagar. O homem há chegado a um ponto em que a luz emerge por si mesma sob o alqueire. Ele se acha maduro bastante para encará-la de frente; tanto pior para os que não ousem abrir os olhos. Chegou o tempo de se considerarem as coisas de modo amplo e elevado, não mais do ponto de vista mesquinho e acanhado dos interesses de seitas e de castas.

            Além disso, estas citações provarão que, se Sócrates e Platão pressentiram a idéia cristã, em seus escritos também se nos deparam os princípios fundamentais do Espiritismo.(2)

EXERCÍCIOS:

1º. Porque o espiritismo estuda o Evangelho?

2º. Das cinco partes que estão divididos os Evangelhos. Qual a parte que é estudada pelo espiritismo? Por quê?
3º. Porque realizamos o estudo do Evangelho no lar?

4º. O aprendiz deverá estudar o resumo da doutrina de Sócrates e Platão, na introdução do Evangelho Segundo o Espiritismo. E fazer um resumo do conteúdo conforme a sua compreensão.

5º. O aprendiz deverá fazer um resumo de cada capitulo que leu do Evangelho, conforme o seu entendimento, marcar a data que realizou o exercício, e quando das leituras subseqüentes, avaliar e comparar a sua compreensão sobre o mesmo assunto.

BIBLIOGRAFIA:

1º. AUTOR: Eliseu Rigonatti - O Espiritismo Aplicado- Pág. - 52 a 54- Editora Pensamento - São Paulo-SP.

2º. AUTOR: Alan Kardec - O Evangelho Segundo O Espiritismo - Pág. 23 a 28-
43 e 44 - 86º Edição- 1982- Editora F.E.B. - Rio de Janeiro - RJ.



                                                                           RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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