Mensagens do Mês de Junho Dia: 30
“Ocupe
o seu tempo disponível com o trabalho proveitoso, sem esquecer o descanso
imprescindível ao justo refazimento. A sugestão das trevas chega até nós, pela
hora vazia”.
André Luiz.
MENSAGEM AO SEMEADOR.
Espírito:
MEIMEI.
Semeador despertou aos clarões
da aurora e começastes a semear...
A dura lavra exigia suor e,
dia sobre dia, arroteaste o solo, calejando aos mãos, entre o orvalho da manhã
e a luz das estrelas.
Diante do sacrifício, os mais
amados largaram-te a convivência, sequiosos de reconforto...Mas quando te viste
a sós, sem ninguém que te quisesse as palavras, a natureza conversou contigo,
em nome do Céu, e escutaste, surpreendido; as orações da semente, no instante
de morrer abandonada para ser fiel à vida; ouviste as confidências das
roseiras, escravizadas em gleba, cujas flores brilham nos salões, sem que seja
dado outro direito que não aquele de respirar, entre rudes espinhos; recolheste
a história do trigo que te contou, ainda nos cachos de ouro, como seria triturado
nos dentes agudos de implacáveis moinhos, a fim de servir na casa dos homens; e
velhas árvores lascadas e sofredoras te fizeram sentir que Deus lhes havia ensinado,
em silêncio, a proteger carinhosamente, as próprias mãos criminosas que lhes
decepam os ramos...
Consolado e feliz,
trabalhaste, semeador!
Um dia, porém, o campo surgiu
engalanado de perfume e beleza e aparecem aqueles que te exigiram a colheita
para a festa do mundo...
Choraste na separação das
plantas queridas, entretanto, ninguém te viu as lágrimas escondidas entre as
rugas do rosto.
Era sozinho perante as
multidões que te disputavam os frutos e por não haver adestrado verbo primoroso
de modo a defender-te, diante das assembléias, e porque a tua presença simples
não oferecesse qualquer perspectiva de encontro social, os raros amigos de tua
causa julgaram prudentes silenciar, envergonhados do rigor de tuas ásperas
disciplinas e da pobreza de tua veste, mas Deus te impeliu à renovação e, conquanto
despojado de teus bens mais humildes, procuraste outros climas e outras leiras,
onde as tuas mãos quebrantadas e doloridas continuaram a semear...
***
Semeador dos terrenos do
espírito, que te encaneceste na lavoura da luz, qual acontece ao cultivador
paciente do solo, não te aflijas, nem desanime.
Se tempestades sempre novas te
vergastam a alma, continua semeando...E, se banimentos e solidão devem
constituir a herança transitória do teu destino, recorda o Divino Semeador que,
embora piedoso e justo, preferiu a cruz por amor a verdade e prossegue
semeando, mesmo assim, na certeza de que Deus te basta, porque tudo passa no
mundo, menos Deus.
Fonte: IDEAL ESPÍRITA - Autores Diversos - F, C,
Xavier - 8. Edição - Editora CEC - Uberaba.
MG. 1982.
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