IMPERATIVOS
DA VIDA.
De imediato, ninguém renova pessoa alguma.
O Criador imprimiu tamanha originalidade em cada um de
nós que toda criatura é alguém com traços inconfundíveis.
A vista disso, em nossos grupos familiares e sociais,
somos situados pela vida, uns à frente dos outros, para o trabalho de amparo
recíproco, não apenas em se tratando do resgate dos débitos que remanescem de
existências passadas, mas também a fim de que nos eduquemos mutuamente através
de nossas relações comuns.
Nisso reside o imperativo de nos aceitarmos tais quais
somos.
Indispensável
amparar-nos, escorar-nos e entender-nos.
Aprendamos a reconhecer que toda criatura é portadora da
estrutura emocional que lhe é própria.
Se
já experimentas a segurança psicológica, suscetível de suportar os lances
difíceis da caminhada humana, não te esqueças de que os outros, notadamente
aqueles que te cercam, nem sempre já conseguiram a resistência espiritual que
te caracteriza.
Nas horas de provação, não exijas deles atitudes
semelhantes às tuas.
Esse ainda não tolera agravos pessoais, sem que se lhe
desajustes a sensibilidade; outro, por enquanto, não aguenta prejuízos sem
molestar-se; aquele não sabe separar-se, mesmo por alguns dias, das pessoas
amadas sem abater-se; e aquele outro ainda ignora como atravessar problema
afetivo, sem lesar o próprio coração.
Ante
os obstáculos daquele que mais amas ou renteando as tribulações de quantos
desconheces, não pronuncies palavras de condenação.
Oferece-lhes reconforto e coragem.
Exigências poderiam transformar-se neles na chaga
invisível do desânimo, precursora de enfermidades ou desequilíbrio.
Efetivamente, de improviso, não conseguimos renovar a
ninguém; no entanto, podemos reanimar quantos caiam ou sofram, em nossos
caminhos de experiência, com alguma fatia de esperança.
Fonte: Livro Linha 200, - autor Emmanuel, Francisco C.
Xavier, - 2 ª. edição, - Editora Cultura Espírita União (C. E. U.), - São
Paulo, SP, - 1981. –