CHICO XAVIER E OS ANIMAIS.
A
TEIMOSIA DA CASCAVEL.
Era de manhãzinha. Chico saiu à pé,
às seis horas e trinta minutos de casa em direção ao trabalho, na fazenda
Modelo. Lá ia pela estrada, quando ouviu um som sibilino, característico. À sua
frente, nervosa, agressiva balançando o chocalho em sinal de ataque uma
perigosa cascavel. Certamente ela ficara ali quando o sol se pôs e demandava,
agora, os pagos onde morava.
Chico estacou e pôs-se a conversar
com a bichinha:
- “Olha aqui, eu vou indo para o meu
trabalho. Me deixa passar! Seu chego atrasado ao serviço sou descontado do meu
ordenado e eu preciso desse dinheiro. Não quero lhe fazer mal nenhum. Vai para
o mato e me deixa passar.
Nada! A cascavel não arredava nem um
milímetro do “pescoço” e o chocalho tinia. Chico continuou:
“Você é a minha irmã, filha de deus,
como eu. Você deve seguir seu caminho como eu preciso seguir o meu. A Natureza
foi feita para nós todos. Vai para o mato, me deixa passar, eu não quero lhe
fazer mal algum.
Nada! A cascavel teimava ameaçadora.
A voz de Chico prosseguia sem
denotar irritação ou desânimo, mas em tom mais firme:
- “Está bem, você não quer me deixar
passar. Eu não vou sair daqui. Dentro de mais alguns minutos a jardineira vai
passar” - naquela época o ônibus para Belo Horizonte saia de Pedro Leopoldo
perto das 7 horas da manha - “e você corre perigo”. “Eu não quero lhe fazer mal
algum, mas as pessoas de dentro do ônibus vão ver você ai me ameaçando, vão
descer e vão matar você. Eu não quero que nada de mal lhe aconteça!
“Vai embora para o mato e me deixa
passar!
Foi só assim que a cascavel cedeu.
Esgueirou-se ligeira para o mato e não mais voltou...
Fonte: Folha Espírita em Revista - Editora Folha
Espírita - São Paulo, SP. - 1977.
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