EVANGELHO SEGUNDO
O ESPIRITISMO.
CAPÍTULO VIII.
BEM-AVENTURADOS OS QUE TEM
O CORAÇÃO PURO.
DEIXAR VIR A MIM AS CRIANCINHAS.
18. Disse
o Cristo: “Deixai que venham a mim as criancinhas.” Profundas em sua
simplicidade, essas palavras não continham um simples chamamento dirigido às
crianças, mas também o das almas que gravitam nas regiões inferiores, onde o
infortúnio desconhece a esperança. Jesus chamava a si a infância intelectual da
criatura formada: os fracos, os escravizados e os viciosos. Ele nada podia
ensinar à infância física, presa à matéria, submetida ao jugo do instinto,
ainda não incluída na categoria superior da razão e da vontade que se exercem
em torno dela e por ela.
Queria que os homens a Ele fossem com a confiança daqueles
entezinhos de passos vacilantes, cujo chamamento conquistava, para o seu, o
coração das mulheres, que são todas mães. Submetia assim as almas à sua terna e
misteriosa autoridade. Ele foi o facho que ilumina as trevas, a claridade matinal
que toca a despertar; foi o iniciador do Espiritismo, que a seu turno atrairá
para Ele, não as criancinhas, mas os homens de boa vontade.
Está empenhada a ação viril; já não se trata de crer
instintivamente, nem de obedecer maquinalmente; é preciso que o homem siga a
lei inteligente que se lhe revela na sua universalidade.
Meus bem-amados, são chegados os tempos em que, explicados, os erros
se tornarão verdades. Ensinar-vos-emos o sentido exato das parábolas e vos
mostraremos a forte correlação que existe entre o que foi e o que é. Digo-vos,
em verdade: a manifestação espírita avulta no horizonte, e aqui está o seu
enviado, que vai resplandecer como o Sol no cume dos montes. – João
Evangelista. (Paris, 1863.)
Fonte: O
Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec – Tradução Guillon Ribeiro – 131
a. Edição - Editora FEB – Rio de Janeiro, RJ – janeiro 2013.
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