EVANGELHO SEGUNDO
O ESPIRITISMO.
CAPÍTULO VIII.
BEM-AVENTURADOS OS QUE TEM
O CORAÇÃO PURO.
(SIMPLICIDADE E PUREZA NO CORAÇÃO.)
4. Pois que o Espírito da criança já viveu, por que
não se mostra, desde o nascimento, tal qual é? Tudo é sábio nas obras de Deus.
A criança necessita de cuidados especiais, que somente a ternura materna lhe
pode dispensar, ternura que se acresce da fraqueza e da ingenuidade da criança.
Para uma mãe, seu filho é
sempre um anjo e assim era preciso que fosse, para lhe cativar a solicitude.
Ela não houvera podido ter-lhe o mesmo devotamento, se, em vez da graça
ingênua, deparasse nele, sob os traços infantis, um caráter viril e as ideias
de um adulto e, ainda menos, se lhe viesse a conhecer o passado.
Aliás, faz-se necessário
que a atividade do princípio inteligente seja proporcionada à fraqueza do
corpo, que não poderia resistir a uma atividade muito grande do Espírito, como
se verifica nos indivíduos grandemente precoces. Essa a razão por que, ao
aproximar-se-lhe a encarnação, o Espírito entra em perturbação e perde pouco a
pouco a consciência de si mesmo, ficando, por certo tempo, numa espécie de
sono, durante o qual todas as suas faculdades permanecem em estado latente. É
necessário esse estado de transição para que o Espírito tenha um novo ponto de
partida e para que esqueça, em sua nova existência, tudo aquilo que a possa
entravar. Sobre ele, no entanto, reage o passado. É assim que o Espírito
renasce melhor,mais forte, moral e intelectualmente, sustentado e secundado
pela intuição que conserva da experiência adquirida.
A partir do nascimento,
suas ideias tomam gradualmente impulso, à medida que os órgãos se desenvolvem,
pelo que se pode dizer que, no curso dos primeiros anos, o Espírito é
verdadeiramente criança, por se acharem ainda adormecidas as ideias que lhe
formam o fundo do caráter.
Durante o tempo em que seus
instintos se conservam amodorrados, ele é mais maleável e, por isso mesmo, mais
acessível às impressões capazes de Bem-aventurados os que têm puro o coração lhe
modificarem a natureza e de fazê-lo progredir, o que torna mais fácil a tarefa
que incumbe aos pais.
O Espírito, pois, enverga
temporariamente a túnica da inocência e, assim, Jesus está com a verdade,
quando, sem embargo da anterioridade da alma, toma a criança por símbolo da pureza
e da simplicidade. Pecado por pensamentos.
Adultério
Fonte: O
Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec – Tradução Guillon Ribeiro – 131
a. Edição - Editora FEB – Rio de Janeiro, RJ – janeiro 2013.
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