SEARA
DOS MÉDIUNS.
MÉDIUM INESQUECÍVEL.
Reunião pública de 6/5/1960 Questão nº 231 – Parágrafo 1 º.
Estudando mediunidade e ambiente, recordemos um dos médiuns inesquecíveis
dos dias apostólicos: Paulo de Tarso.
Em torno dele, tudo era contra a luz do Evangelho.
A sombra do fanatismo e da crueldade não se instalara apenas no
Sinédrio, onde se lhe situava a corte dos mentores e amigos, mas também nele
próprio, transformando-o em perigoso instrumento da perseguição e da morte.
Feria, humilhava e injuriava a todos os que não pensassem pelos
princípios que lhe norteavam a ação.
Mas, desabrocha-lhe a mediunidade inesperadamente.
Vê Jesus redivivo e escuta-lhe a voz.
Aterrado, reconhece os enganos em que vivera.
Entretanto, não perde tempo em lamentações inúteis.
Não sucumbe desesperado.
Não se confia à volúpia da autocondenação.
Não foge à luta pela renovação intima.
Percebe que não pode recolher, de pronto, a simpatia da família
espiritual de Jesus, mas não se sente fracassado por isso.
Observa a extensão dos próprios erros, mas não se entrega ao
remorso vazio.
Empreende, com sacrifício, a viagem da própria renovação.
Para tanto, não reclama a cooperação alheia, mas dispõe-se, ele
mesmo, a colaborar com os outros.
Encontra imensas dificuldades para a iluminação da alma; no
entanto, não esmorece na luta.
Segundo a palavra fiel do Novo Testamento, é açoitado e preso,
várias vezes, pelo amor com que ensinava a verdade, mas, em contraposição, na
Licaônia e na Macedônia, foi tido como sendo “Mercúrio” encarnado e “Servo do
Pai Altíssimo”.
Não se sente, todavia, esmagado pela flagelação ou confundido pelo
êxito.
Tolera assaltos e elogios como o pagador correto, interessado no
resgate das próprias contas.
Diz ainda a Boa Nova que “Deus operava maravilhas pelas mãos
dele”; entretanto, ele próprio declara trazer consigo “um espinho na carne”,
que o obriga a viver em provação permanente.
E enquanto o corpo lhe permite, dá testemunho da realidade
espiritual, combatendo ignorância e superstição, maldade e orgulho, tentação e
vaidade.
Nem ouro fácil.
Nem privilégios.
Nem cidadela social.
Nem apoio político.
Ele e o tear que o ajudava a sustentar-se ficaram, através dos
séculos, como símbolo perfeito de influência pessoal e meio adverso, ensinando-nos
a todos, principalmente a nós outros, encarnados e desencarnados de todos os
tempos, que podemos pedir orientação falar em orientação, examinar os sistemas
de orientação mas que, acima de tudo, precisamos ser a própria orientação em
nós mesmos.
Livro: “SEARA DOS MÉDIUNS”, - Emmanuel, - Psicografado
por Francisco Cândido Xavier, - 12 ª edição, - Editora F E B, - Rio de Janeiro,
RJ, - Abril de 2000.
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