O
LIVRO DOS MÉDIUNS.
SEGUNDA
PARTE.
CAPÍTULO VII.
BICORPORIEDADE E
TRANSFIGURAÇÃO.
115. - A mulher de um dos nossos amigos viu
repetidas vezes entrar no seu quarto, durante a noite, houvesse ou não luz, uma
vendedora de frutas que ela conhecia de vista, residente nas cercanias, mas com
quem jamais falara. Grande terror lhe causou essa aparição, não só porque, na
época em que se deu, ela ainda nada conhecia do Espiritismo, como também porque
se produzia com muita freqüência.
Ora, a vendedora de frutas
estava perfeitamente viva e, àquelas horas, provavelmente dormia. Assim,
enquanto, na sua casa, seu corpo material repousava, seu Espírito, com o respectivo
corpo fluídico, ia à casa da senhora em questão.
Por que motivo? É o que se
não sabe. Diante de fato de tal natureza, um espírita, iniciado nessa espécie
de fenômenos, ter-lho-ia perguntado; disso, porém, nenhuma idéia teve a
senhora. De todas as vezes, a aparição se eclipsava, sem que ela soubesse como,
e, de todas igualmente, após a desaparição, cuidou de se certificar de que as
portas estavam bem fechadas, de modo a não poder ninguém penetrar-lhe no
aposento. Esta precaução lhe deu a prova de estar sempre completamente acordada
na ocasião e de não haver sido joguete de um sonho.
De outras vezes, viu, da
mesma maneira, um homem que lhe era desconhecido e, certo dia, viu seu próprio
irmão, que se achava na Califórnia. Este se lhe apresentou com a aparência tão
perfeita de uma pessoa real, que, no primeiro momento, acreditou que ele
houvesse regressado e quis dirigir-lhe a palavra. Logo, entretanto, o vulto
desapareceu, sem lhe dar tempo a isso. Uma carta, que posteriormente lhe
chegou, trouxe-lhe a prova de que o irmão, que ela vira, não morrera. Essa
senhora era o que se pode chamar um médium vidente natural. Mas, então, como
acima dissemos, ainda nunca ouvira falar em médiuns.
Fonte, “Livro dos Médiuns“, Allan Kardec, da 18º. edição, abril de 1991, do
Instituto de Difusão Espírita de Araras, SP.
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