EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO.
CAPÍTULO IV.
NINGUÉM PODE VER OREINO DE DEUS SEM
RENASCER DE NOVO.
. INSTRUÇÕES
DOS ESPÍRITOS.
NECESSIDADES DA ENCARNAÇÃO.
São Luiz –
Paris, 1859.
26.
Observação: uma comparação simples ajudará a entender melhor as suas
possibilidades. O estudante apenas chega aos graus superiores da Ciência após
ter percorrido as séries que conduzem até lá. Essas séries, qualquer que seja o
trabalho que exijam, são um meio de chegar ao objetivo e não uma punição. O
estudante esforçado encurta a caminhada e nela entra menos dificuldades,
contrariamente àquele cujo desleixo e preguiça obrigam a repetir algumas
séries. Não é o trabalho da repetição que constitui uma punição, mas a
obrigação de ter de fazer tudo outra vez.
Assim tem sido com o homem na Terra. Para o Espírito
do selvagem, que está quase no início da vida espiritual, a encarnação é um
meio de desenvolver a inteligência. Porém, para o homem esclarecido, no qual o
sentido moral está mais desenvolvido e que é obrigado a repetir etapas de uma
vida corporal cheia de angústias, quando já poderia ter alcançado o objetivo,
torna-se um castigo, pela necessidade de prolongar sua permanência nos mundos
inferiores e infelizes. Ao contrário, aquele que trabalha ativamente para o seu
progresso moral pode não somente encurtar a duração da encarnação material, mas
vencer de uma só vez os graus intermediários que o separam dos mundos
superiores.
Pergunta-se; os Espíritos não poderiam encarnar uma
única vez num mesmo globo e cumprir outras existências em outros mundos
diferentes? Essa situação só poderia ser admitida se todos os homens encarnados
na Terra fossem exatamente do mesmo padrão intelectual e moral. As diferenças
que existem entre eles, desde o selvagem até o homem civilizado, mostram quais
os degraus que têm de subir, e a encarnação tem de ter um objetivo útil. Então,
qual seria a finalidade das encarnações de curta duração, das crianças que
morrem pequeninas?
Sofreriam sem
proveito para si mesmas, nem para os outros. Mas Deus, cujas leis são
soberanamente sábias, não faz nada de inútil. Para reencarnação no mesmo globo,
quis que os mesmos Espíritos se reencontrassem e pudessem ter oportunidades de
reparar os erros que cometeram entre si. Tendo em conta suas relações
anteriores, Deus quis estabelecer e fixar os laços de família sobre uma base
espiritual e, sobre uma lei natural, apoiar os princípios de solidariedade, de
fraternidade e de igualdade.
Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan
Kardec - 3a. Edição - Editora Petit - São Paulo, SP - 2000.
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