sexta-feira, 10 de agosto de 2012

- VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES. - Nº. 10. - ENSAIO BIOGRÁFICO. - PREÂMBULO. (SÉTIMA PARTE).


                                               ENSAIO BIOGRÁFICO.

(Nota: Devido a extensão do conteúdo dividiremos em nove partes.)

                                                     PREÂMBULO        (Sétima Parte)

            Todo espiritista, compenetrado da crença que o faz sentir Deus em toda a sua expressão de Pai de infinita bondade e justiça, que mostra Jesus, em toda a sua grandeza espiritual, que faz descortinar um horizonte de resplendente beleza, de luz e de vida eternas, tem, necessariamente, de encarar o Espiritismo, em qualquer circunstância, com todo o respeito e devotamento que merece.
            Já Allan Kardec, em discurso de abertura da sessão anual comemorativa dos mortos, na Sociedade Parisiense, em 1º de novembro de 1868, dizia:
            “Todas as reuniões religiosas, a qualquer culto que perteçam, são fundadas sobre a comunhão de pensamentos; e com efeito é nas reuniões religiosas que ele deve e pode exercer todo o seu poder, porque o alvo tem que ser o desprendimento do pensamento das estreitezas da matéria. Infelizmente, a maior parte delas se tem desviado desse princípio, à medida que fazem da religião uma questão de forma. Disso resulta que cada um, fazendo consistir seu dever no cumprir as formas, crê-se quite com Deus e co os homens, quando haja praticado a fórmula. Resulta ainda que cada um vai aos lugares de reuniões religiosas com pensamento pessoal, de seu próprio interesse e o mais frequentemente sem sentimento algum de fraternidade para com os outros assistentes; fica isolado no meio da multidão, e não pensa no céu senão para si mesmo.
            “Certamente não é assim que o entendia Jesus quando disse: Quando estiverdes reunidos em meu nome, isto é, com pensamento comum; mas não podem estar reunidos em nome de Jesus sem lhe assimilarem os princípios, sua doutrina de Jesus? A caridade em pensamento, palavras e atos. Os egopistas e os orgulhosos, mentem quando se dizem reunidos em nome de Jesus, porque Jesus os recusa para seus discípulos”.
            Pois bem, Bezerra de Menezes, com seu alto descortino e verdadeira compreensão relativamente ao respeito que devemos ter, em qualquer terreno e em qualquer oportunidade, para com a nossa Doutrina, escreveu em o Reformador de 15 de agosto de 1896:
            “Pensem como quiserem os que entendem dever fazer a propaganda espírita por todos os modos, mesmo nas praças, sujeitando a divina Doutrina à galhofa do público, mesmo nos teatros em meio do ridículo dos espectadores, e até nos alcouces, por entre os esgares desprezíveis de seres infelizes, seus frequentadores.
            “Nem Jesus, o santíssimo modelo, nem os apóstolos, seus autorizados imitadores, expuseram jamais à galhofa, ao ridículo e aos esgares da corrupção os ensinos da salvação.
            “Quer uns quer outros levaram a palavra da Verdade a todos os meios, é certo, porque o doente é que precisa do médico; porém, fizeram-no sempre guardando a compostura, severamente moralizadora, de ministros da mais pura, santa e veneranda Doutrina: ergueram a luz à altura de ser vista por toda a Humanidade, mas não a levaram aos antros.
            “De que serve pregar o Espiritismo, que é o Evangelho segundo o espírito e a verdade, dando aqueles que o pregam o exemplo do seu desrespeito pelo modo irreverente de pregá-lo?
“Sancta sancte tractanda sunt: as coisas sagradas devem ser com todo o respeito tratadas.
“Por este modo, um que seja, que se colha para o redil bendito, vem convencido da santidade da Doutrina será um convencido digno e dignificador da Santa Lei.
“Pelo contrário, os que são trazidos como em folia, por milhares que sejam, virão crentes, pelo modo por que viram obrar os propagandistas, de que o Espiritismo é meio de distração, senão de brincadeira, e esses milhares nem aproveitam para si, nem concorrem de leve para o triunfo da boa Lei.
“Propagar o Espiritismo por toda a parte, sim; mas propagá-lo com o respeito e o acatamento que requer o ensino da divina Revelação”.

            Fonte: - Livro “VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES”  - SILVIO BRITO SOARES – 4 ª. Edição – Editora FEB. – Rio de Janeiro, RJ. – Agosto de 1978.

                                   RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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