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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

- A ARTE DE VIVER COM... - ATITUDES DE PERDÃO. - No. 39.


  A ARTE DE VIVER COM... ATITUDES DE PERDÃO.

              Após, ler o cartão fui me banhar, não tinha fome, recostei-me na minha cama sobre os travesseiros, pensei em ler alguma coisa antes de dormir, peguei um livro no criado mudo, achei estranho um livro com uma capa amarela, dourada, no centro pontos brilhante de uns espectros coloridos.
             Desconfiado, não conhecia esse livro, o título do livro: “Assim como pensas é a qualidade do tesouro do seu coração”.
              Ao abri-lo, “nada estava escrito”, apenas fotos de imagens, muitas das quais daqueles lugares em que eu já havia visitado. O que me impressionou, pois, conforme ia folhando o livro, essas imagens pareciam vivas, eram reais.
              Mais a frente numa página havia uma anotação no rodapé alertando o leitor que dizia: - “Pare. Pense, pois, tudo que pensares em imagens e palavras aqui, neste livro serão impressas“.
              Parei, fiz o que recomendava o escritor. Parei e pensei lógico pensei nele no Monge. Em seguida comecei a viver as imagens que visualizava.
             Apareceu-me ele vestido como sempre, de costas caminhando numa estrada para mim desconhecida. Ele levava duas folhas uma de cada lado do corpo, tocava um instrumento musical muito sensível, parecido com uma flauta, dava-me a impressão que me fazia flutuar com o som suave e harmônico que dela saia.
             De vez em quando, parava pegava algo no caminho, com uma das mãos e colocava dentro do embornal de lona. Embora eu apertasse o passo não podia alcançá-lo, não porque ele aumentava a sua velocidade, não era por isso, me parecia que eu estava preso no solo.
             Continuava caminhando, novamente parava e pegava algo e colocava no dentro da bolsa. Em seguida parou, virou-se lentamente, a sorrir para mim. Cumprimentou-me:
             - Salve oh Menino dos olhos verdes, saúdo-vos em nome de Deus. Salve oh Homem de boa vontade.
              - Respondi: Salve Oh Senhor Mestre.
              - Mestre só existe um, eu sou discípulo. Do mesmo modo que um dia você será.
              - Como ocorrerá isso?
             - O menino não apresse as correntezas das águas dos rios, tudo e todos nós temos um ritmo de vida, na nossa existência.
              Indagou-me: - Se eu tinha ouvido a novidade que ele executava?
              - Sim. Belíssima. Como chama?
              - Sonata para a Paz.
              - Quem é o compositor?
              - A natureza. É composta através de todos os homens.
              - Meu jovem preciso de um favor seu.
              Tirando de dentro uma de suas sacolas, uma outra, muito pequena deu-me e disse, o favor que eu preciso é este:
              - Volte para trás, até onde iniciaste o teu caminho e junte todos os teus pensamentos errôneos, de ódio, de rancor, de ira, de intrigas, de raiva e todos aqueles de desejos de maldade para com os outros. Olhe bem por onde passares, pois, eles estarão misturados com todos os outros pensamentos emitidos por todos os seres viventes da Humanidade.
              - Sim, farei isso. Mas, como reconhecerei os que são meus pensamentos.
              - Basta você olhar bem, prestar muita atenção, descobrirá que são seus, pois, mentalizou-os.
              - E se eu precisar do Senhor, a onde o encontrarei?
              - Já te falei é só chamar que eu virei.
              Questionei-me: - Será o Monge um anjo de guarda?
              - Senhor, por onde devo começar?
              - Lá atrás, pelo inicio da sua vida, desde onde tens consciência da sua existência. Volte logo, não perca mais tempo.
             Despedi-me dele. Ao virar-me para voltar e reiniciar minha caminhada, como vai longe a nossa memória, já estava no local em que morava quando criança com os meus pais.
             A minha primeira pedra que encontrei, observei, era preta e opaca, parecia com uma tela de televisão, ao olhar para ela, me vi com mais ou menos oito anos, estava com raiva do cachorro do meu visinho que me assustava no portão quando vinha da escola. Coloquei na pequena sacola.
             Pensei logo nessa situação?
             - Sim, ouvi como resposta. Comece por essa.
             - Andei mais algum tempo e encontrei outra. Ao olhá-la vi o menino que todos os dias quando eu ia para escola encontrava-o e ele queria me bater Eu odiava aquele menino. Parei peguei a pedra, observei bem, muitas lembranças me vieram à mente. Coloquei dentro da pequena sacola. Assim, aconteceu várias vezes com muitas pedras e a pequena sacola já estava ficando pesada, mas continuei o meu caminho.
             Conforme passava o tempo rememorava fatos que aconteceram nessa idade daminha vida, tomava consciência de pensamentos e sentimentos que criei e emiti.
             A próxima pedra que encontrei, tinha o tamanho de uma maça. Nesta época eu contava com dezoito anos, no exército, vi estampado nela a imagem do sargento que me humilhava em frente de todo o batalhão. Peguei-a não era grande, mas, muito pesada. Revivi aqueles momentos tristes que me fizeram criar uma verdadeira ira para com ele. Embora passado algum tempo tive oportunidade de fazer o mesmo para com ele e não fiz.
              No trajeto que fazia para o encontro com o meu passado, para juntar as pedras que criei através de pensamentos, atos, desejos e sentimentos, os quais possam ter prejudicado outras pessoas, senti que o maior prejudicado fui eu, pois, captei o mesmo tipo de vibração mental que enviei.
              Continuei o meu caminho e, ao mesmo tempo ia repassando todos os fatos da minha vida em cada época que cada pedra representava. Observava, meditava no fato em questão, avaliava para descobrir se tinha sido a melhor escolha. Caso contrário como deveria agir se ocorresse uma nova situação semelhante.
             Ao fazer este tipo de exame interior, consegui observar os meus sentimentos que emiti para pessoas, animais e em situações desagradáveis, descobri que o peso e o tamanho estavam relacionados conforme o grau da intenção e do sentimento que eu sentia por eles.
              Quanto mais eu sentia ódio, ira, rancor, raiva, mais escuras e mais pesadas eram as pedras, e mais esforço eu tinha que empregar para carregá-las. Embora muitas tinham um tamanho pequeno eram muito pesadas. Chegou um certo momento que ao olhar para a sacola, notei que ela tinha aumentado o seu tamanho, parecia elástica, ela estava quase arrastando no solo do caminho.
              Por onde passava, fui juntando todas que deixei para trás, até que num certo momento não conseguia carregá-la. O seu peso era muito grande, não conseguia carregá-la, eu a arrastava. Pensei o que devo fazer para carregá-la?
               Preocupado com o momento em que vivia com respeito à sacola e seu peso. Para minha surpresa ouvi o seu riso, ele estava ao meu lado.
               Cumprimentou-me e elogiou-me: muito bem.
               - O Menino consegui apanhar algumas das pedras que anteriormente projetou.
               - Algumas perguntei?
               - Sim. Veja quanto tempo de vida você já viveu, é o mesmo tempo e a quantidade da distância que percorreste nessa existência. Tudo que você revisou em sua vida em tempo corresponde mais ou menos dez anos, em distância é muito pouco. Para chegares até o dia de hoje falta muito para você caminhar.
               Fiquei cabisbaixo com o que ouvi e perguntei:
               - O que devo fazer?
               Olhando nos meus olhos ele me falou: - pegue uma por uma das pedras, procure descobrir o autor que provocou esses pensamentos e sentimentos, que levaram você a ter essas atitudes errôneas que te causaram tanto mal. Procure orar por eles e praticar o perdão a todos, esqueça essas situações desagraveis que viveu, deixando-os viver do seu modo, desejando-lhes que se arrependam, que se encontrem não prejudicando mais a ninguém, que vivam na plenitude do amor, da saúde, da paz e felicidades, conforme o seu merecimento.
                Continuou: - A cada um que fizer verdadeiramente a prática do perdão, as suas preces fará com que cada uma das pedras criadas por você se desmaterializem em sua bagagem, e uma a uma fará com que o peso que carregas se torne mais leve facilitando o seu transporte.
                Tudo será feito dentro do seu coração e da sua consciência, quanto mais verdadeiro fores mais claro se tornará o seu caminho e terás menor dificuldade em trilhá-lo. Porém se faltares com a verdade carregarás esse peso por toda sua existência, e ficarás com está responsabilidade, com a pedra em sua mão, até que realize o perdão verdadeiramente. Procure não julgar o autor dos teus descontentamentos, condená-lo, procure vê-lo como um meio de aprender a prática do perdão.
               Meditando em tudo que ouvi, deixe minha mente desatenta ao momento que vivia. Quando voltei a minha atenção ao presente não o vi mais, somente ouvia os acordes de seu instrumento bem distante.

                 Pausa para uma reflexão.



                                                            RHEDAM.(rhedam@gmail.com)

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